quinta-feira, 9 de agosto de 2012

O Principio e o Fim do Inferno III: Autora: Sara Gonçalves - excerto 5



-    Não devia ser a única.- disse o José.
-    Lembra-te que é filha da Pala.- disse o José saindo a porta.
-    Estás com ciúmes?- perguntou ele indo atrás do José.
-    Pois estou.- respondeu ele.
-    Chiça, eu não valo isto tudo.- disse ele dando o papel ao Russell.
-    Chiça, é claro que não.
  O Inverno nunca se sente bem acolhido, neste sítio. É como um turista indesejado que demora o tempo suficiente para nos fazer perceber aquilo que nos faz falta.
Era de manhã, o Russell estava cá fora a entrada a ler, quando o José saiu e disse:
-    É Primavera.
-    EH, Russell...
-    E se fossemos comprar uma garrafa...
O Russell olhou para ele com um ar e o José disse:
-    Pronto esta bem, já cá não esta quem falou.
-    Achas que continuaremos a viver juntos no céu?
-    Se chegamos ao céu, outros já lá estarão e eu poderei escolher o sítio que eu quiser.
-    Eu sou mais divertido que eles todos juntos.

-    És bem capaz de ser.
-    Sabes que ela só sentira a nossa falta quando se for embora. 
-    Se ele ir embora.
-    E acaba-se a historia.- disse o José.
-    Quero ir agora.
-    Esta bem, espera.- disse o Russell.
Quando voltei do emprego, abria a porta fui descansar. Depois disso fui arrumar a cozinha, e do nada partiu-se um prato limpei tudo e fui por no lixo quando lá vi uma carta. Tirei-a e comecei a ler, dizia que o ano que eles deviam ficar na casa estava no fim, e que depois a casa era toda minha. O José e o Russell quando voltaram viram as suas coisas todas encaixotadas cá fora.
-    Que raio se passa aqui?- disse o José.
-    Deve andar em limpezas.- respondeu o Russell.
-    Fechou a porta a chave.- disse o José.
-    Rose, abre a porta.
O Russell foi a janela e viu-me entre a porta, olhei para a janela e vi-o, fechei logo a porta do quarto. Ele baixou a cabeça, suspirou e foi ter com o José.
-    Bolas!
-    Eu bem que avisei.- disse o Russell vendo a carta que estava num dos caixotes.
Eu voltei a abrir a porta, para ouvir a conversa e ouvi:
-    Meu Deus, como?- disse o José.
-    Vamos embora, ela precisa de tempo.
Eu tinha-lhes deixado a carta que deitaram no lixo com um PS, dizendo:
       Vão e nunca mais voltem!
Pra onde foram ou estão não me interessa, os dias passavam...no café/bar o José disse:
-    Há dois dias que ninguém a viu.?!
-    Pediu-me folga.- disse o Tio Brock, o dono do café.
-    Não há nada a fazer.
O Ryan, um dos amigos da Morgan e deles disse que ela apareceu de manhã e fez um telefonema.
-    Passou por nós e nem se quer a vimos?!
-    Provavelmente era essa a ideia.- respondeu o Russell.
-    Amanhã tem de vir trabalhar por isso, levanto-me e vou falar com ela.
-    Havemos de resolver isto.
Eles estavam no jardim em frente a minha casa, esse jardim era onde eles estavam, na casa de um amigo. E viram chegar um carro, que colocou um placa a dizer vende-se. Mas eu não estava em casa, nesse dia, estava  no riacho. O Russell, o José, e os outros amigos decidiram arranjar a casa por fora, pintando-a...
  Quando cheguei fiquei surpreendida e o José disse:
-    Rose...
-    Estávamos todos a tua espera.
Eu cruzei os braços, olhei para a casa e depois para o Russell, este baixou a cabeça.
-    O que é que te parece.- perguntou o José.
-    São as tuas cores preferidas.
-    Adivinha quem nos ajudou.
-    O Russell, o Ryan, eu...
  Subi os degraus, abria a porta e antes de entrar disse olhando para o Russell:
-    Provavelmente valoriza a casa.
-    Obrigado.
O Russell suspirou, olhou para o José e depois para os outros e fez aquela cara de: nada adiantou, ela nunca nos vai perdoar.
Os dias iam passando, e começava a pensar porque é que lhes fazia isto, se por um lado eles viviam lá há mais tempo que eu. E eu só vim para aqui para fugir, esquecer o meu passado. Eles tinham se tornado meus amigos, uma segunda família, apesar de temos começado mal.
  Eles não me disseram nada, porque se soubesse antes de certeza que os colocava na rua. Decidi, perdoa-los.
Algum tempo passou depois disto, cada vez aproximava-me do Russell e cada vez apaixonava-me por ele. O Russell também começava a demonstrar o mesmo por mim, até que isto deu em casamento. No quarto do José:
-    Já não sei fazer o nó da gravata.- disse o Russell ao espelho.
-    Eu já te faço.- disse o José.
-    Que tal estou?
-    Estupendo.
-    E eu?- perguntou o Russell.
-    Muito bem.- respondeu o José.
-    Tens o cabelo espetado.- disse o José abaixando-o.
O Russell olhou-se no espelho e viu se ainda tinha o cabelo espetado, em seguida saíram para a Igreja. Enquanto eu estava no meu quarto, começando a me preparar. Tomando um duche rapidíssimo, em seguida comecei a vestir-me. Depois a maquilhar-me, por a guinalda...
  Passado algum tempo, sai do quarto e adivinhem que me iria levar ao altar, o Rodrigo, este disse:
-    Estas linda.
-    Queira fazer o favor de me acompanhar, a menina ter de ser levada ao altar.- disse o Rodrigo.
-    Rodrigo pará com isso.
Alguns minutos depois, fui para a Igreja. Cheguei, entrei como todas as noivas em passo lento, e passei pela minha avó, amigas até que cheguei ao altar, fui entregue ao Russell e começou a cerimonia. Até que por fim chega a parte de trocar as alianças:
-    Eu, Rose aceito o Russell como meu esposo, na saúde e na doença, alegria e na tristeza até que a morte nós separe.
-    Eu, Russell aceito a Rose  como minha esposa, na saúde e na doença, alegria e na tristeza até que a morte nós separe.
-    O noivo pode beijar a noiva.- disse o Padre.
  E finalmente na festa, todos estavam divertidos, eu estava a dançar com o Russell, as crianças estavam na brincadeira. Até que o José subiu ao palco e pediu a nossa atenção para dizer:
-    Gostava de propor um brinde.
-    Á este lindíssimo casal...
-    Rose, ensinaste uma coisa ou duas a este velho tonto.
-    Agora anda cá dançar com o teu padrinho de casamento.
-    Não te importas pois não, que te roube a noiva por um bocadinho Russell?
O tempo passou desde este dia...o José morreu. Em casa, depois de voltar do emprego, fui ao cemitério. Quando cheguei fui a campas onde a minha mãe tinha sido enterrada e onde o José também foi. Tirei da mala o livro que o Russell fez sobre ele, e coloquei-o entre as duas campas e disse:
-    Há quem chegue a um ponto no tempo em que já não se pode continuar.
  Entretanto apareceu o Russell, eu levantei-me e dei-lhe a mão, e ficamos a olhar para as lápides.
Dias foram-se passando, até que numa semana eu não andava a sentir-me lá muito bem, estava sempre enjoada e com dores de cabeça.
-    Rose, o que tens hoje?
-    Estou outra vez mal disposta.
-    Tens de ir ao médico.
-    Eu estou bem, vês.
Ao dizer isto desmaiei, o Russell pegou-me colocou-me na cama e telefonou para o médico. Entretanto minutos depois comecei a acordar, mas ainda estava um pouco zonza.
-    Estas melhor?
-    O que é que me aconteceu?
-    Desmaias-te.
-    Eu já estou melhor, por isso...
Quando disse isto ela ia a levantar-se e sentou-se outra vez, e o Russell disse:
-    Só te voltas a levantar, quando o médico te examinar.
-    Mas, Russell, eu não tenho nada.
-    Olha a porta, já venho.
Era o médico, entrou, o Russell conduziu-o ao nosso quarto e depois deixou-me com o médico. Este examinou-me...depois foi falar com o Russell para a sala e disse:
-    Ela teve uma quebra de tensão, mas a criança e a mãe estão bem.
-    Criança?
-    Sim, a sua mulher deve estar grávida de quase 2 meses.
-    Ela apenas tem de descansar, fazer poucos esforços...
-    Com certeza, muito obrigado Senhor doutor.
-    De nada.
Ele acompanhou o médico a porta, depois veio ter comigo e eu perguntei:
-    O que foi que o médico disse?
-    Que estas bem.
-    Vês, o que foi que eu te disse.
-    Mas tu, estas a esconder-me alguma coisa.
-    Eu?
-    Sim.
-    O médico disse que estas grávida de quase 2 meses.
-    O quê?!
-    Acalma-te, Rose.
-    EU ESTOU CALMA.
-    Só não estou acreditando nisto.
-    Eu estou tão surpreso quanto tu.
Os meses iam passando a barriga ia crescendo, os enjoos, o mal estar...mas o bom disto era poder contar sempre com o Russell. Sempre preocupado comigo, sempre a mimar-me etc.
  Uma noite o Russell, ainda não tinha chegado do emprego, eu estava sozinha, e já deitada. Só que de repente comecei a sentir umas pontadas na barriga, virava-me para um lá e para o outro mas não havia maneia de passar.
  Levantei-me, e vi sangue nos lençóis, e ao levantar-me comecei a ver tudo andando a roda. Queria chegar ao telefone para chamar ajuda mas, acabei por desmaiar. Foi uma questão de segundos, depois disto me acontecer, o Russell chegou abriu a porta, e foi ao quarto. Quando chegou lá ficou em pânico, não sabia o que se tinha passado, só lhe ocorreu levar-me ao médico. Pegou em mim, colocou-me no carro e foi ao hospital da cidade.
Depois disso, ela já tinha sido socorrida, e o médico veio cá fora falar com o Russell.
-    Como é que ela está?- perguntou o Russell.
-    Como é que esta o bebé?
-    Tenha calma, tudo não passou de um enorme justo.
-    Mas o que foi que ela teve?!
-    Uma hemorragia, mas agora está tudo controlado.
-    Mas hoje ficara em observação.
-    Posso ir vê-la?
-    Pode.
Ele entrou no quarto onde eu estava, só que me encontrava dormir. Ele ficou lá junto da minha cabeceira, preocupado, velando me como quase sempre. Mas sentindo-se culpado por ter chegado tarde do emprego.
  De manhã, por volta das 8h00, eu acordei, mas desta vez ele sentiu-me acordar e também acordou, e disse:
-    Como é que estas hoje?
-    O nosso filho...!
-    A calma-te, Rose.
-    Já esta tudo bem, contigo e com o nosso filho.
-    Hoje, já tens alta.
-    Russell porque é que mesmo assim estas com essa cara?
-    Se eu não me tivesse atrasado no emprego.
-    Não te culpes, isto costuma ser normal na gravidez.
Os meses passaram-se...eu já tinham oito meses e meio até que numa noite de chuva torrencial, as 23h35 bateram a porta. Eu fui abrir enquanto, o Russell estava vendo televisão e quando abri. Ia morrendo do coração, vi a minha mãe em carne e osso, mesmo na minha frente. O Russell estranhou eu estar tão imóvel e veio ter comigo. Quando viu a Morgan, ele não queria acreditar.
-    O que se passa?- perguntou ela.
-    Não me vão deixar entrar?
-    Claro, claro entra.
O Russell colocou-me a mão no ombro e perguntou:
-    O que foi?
-    O que tens?
-    Eu estou um pouco tonta...eu vou para o quarto.
-    Queres que te ajude?
-    Não.
-    Eu, eu...
Ela tinha desmaiado nos braços do Russell, por causa do impacto da descoberta, este levou-a para o quarto. E perguntou:
-    Não se importa que falemos amanhã.
-    Eu vivo nesta casa, sei como ela é.
-    Não te preocupes vai lá cuidar da Rose.
O Russell nessa noite velou por mim, acariciava-me, cuidou de mim, e colocou a mão na minha barriga...no outro dia de manhã. Acordei um pouco atordoada, sem me lembrar de nada, e com o Russell a dormir a minha cabeceira.
Então acordei-o carinhosamente e antes de eu perguntar algo e perguntou-me logo:
-    Estas melhor?
-    Como é que queres que responda a essa pergunta, se não me lembro do que aconteceu.
-    Não te lembras de nada?
-    Só me lembro de ir abrir a porta, e a partir daí...
-    Mas porquê?
-    O que aconteceu, nessa noite?
-    Rose, que a tua mãe morreu...
-    Sim.
-    Mas não morreu propriamente...
-    Russell o que é que me queres dizer sobre a minha mãe?
-    Ela ontem a noite voltou.
-    Voltou?
-    Mas ela não tinha morrido?
-    Bem, nesse dia estávamos no riacho, ao que parece ela foi puxada pela corrente e caiu pela cascata.
-    E se não me engano o cadáver dela nunca foi encontrado e foi dada como morta, é isso?
-    Sim.
-    E ela não disse nada?
-    Com o ocorrido da noite passada eu não cheguei a perguntar nada.- disse o Russell.
-    Então, vai saber o que aconteceu nesse dia.- disse eu.
Ele saiu do quarto, e quando passou na sala viu a Morgan sentada no sofá, e perguntou:
-    Posso falar?
-    Falar do quê?
-    Tu foste dada como morta.
-    E eu gostava de saber o que aconteceu.
-    Depois de cair da cascata, estava meio inconsciente.- disse a Morgan.
-    Fui socorrida por uma pessoa, ela tratou-me e só depois deste tempo todo é que recuperei a memoria.
-    Já vi que durante a minha ausência muita coisa mudou por aqui.
-    Mas vejo que algo te preocupa, Russell.
-    O que é?
-    É que fizeram-me um proposta, só que  tenho de viajar.
-    O que tem isso?- perguntou a Morgan.
-    Estarei ausente 15 dias, e a Rose já tem quase 9meses.
-    Não te preocupes, eu cuido dela, até voltares da viajem.
-    Mas,...
-    Não te preocupes, faz a tua viajem que ela fica bem até voltares.
-    Obrigada, mas agora tenho de ir falar com ela.
-    Rose.
-    Sim, Russell?
-    Eu tenho que te dizer uma coisa.
-    Diz.
-    Fizeram-me uma proposta e eu terei de viajar...
-    Qual é o problema?
-    Terei ausente 15 dias.
-    Estas preocupado porque tenho quase 9meses de gravidez, não é?
-    Sim.
-    Não te preocupes faz a tal viajem que eu fico bem.
-    Rose, a tua mãe diz que ficara a cuidar de ti até voltar.
-    Pois a minha mãe...
-    Rose, é melhor eu...
-    Não digas isso.
-    Quando é que essa tal viagem?
-    Amanhã.
No dia seguinte de manhã, ele despediu-se da sua mulher e do seu filho, e da Morgan. Mas sempre preocupado com o meu estado. Quando fez essa tal viagem caiu em desgraça, envolveu-se em lutas ilegais e em negócios escuros...Os dias passaram, mas ele nunca mais voltou, eu já tinha 9 meses e uma noite aconteceu o que já estava previsto, o nascimento do bebé mas...
  Eu estava na sala, sentada a ver televisão, enquanto a minha mãe estava cá fora sentada por debaixo do tejadilho da casa.
De repente, comecei a sentir um mau estar, mas não liguei. Segundos depois comecei a sentir a minha roupa molhada, ao levantar-me do sofá tive a primeira contração, e disse para mim:
-    Isto não deve passar duma dor da gravidez como eu costumo ter.
Acabando de dizer isto voltou a ter o mesmo e as dores a subirem, mas não queria chamar a mãe. Foi para o quarto e deitou-se, mas agora as contracções eram de minuto em minuto e já eram impossíveis de aguentar, até que teve que gritar pela sua mãe.
A mãe foi ver o que aconteceu para eu a ter chamado e disse:
-    Rose, a tua filha vai nascer!
A mãe, foi a casa-de-banho, tirou toalhas. Foi a cozinha por a água ao lume e esterilizar a tesoura.
  Durante a luta ilegal, estava nascendo a sua filha, só que a mãe queria a cima de tudo que esta tivesse a bebé em casa. E para sua sorte foi o que aconteceu. Só que o parto estava a ser difícil, porque eu estava ficando sem forças e a minha mãe disse:
-    Ou fazes força agora ou ela não nasce!
Eu fiz toda  a força que podia, e depois disso perdi os sentidos devido ao esforço, ao cansaço. A minha filha tinha nascido um pouco roxa.
  Entretanto de volta ao Russell:
Ele nesta noite tinha uma luta....só que desta vez ele perdeu a luta e foi para um bar...
-    Isto é tudo uma merda!- disse o Russell dando um murro no balcão.
-    Estas a olhar para onde?!
-    Mr. Russell, eu conheço-o bem.- disse um homem de óculos-escuros indo ter com ele.
-    Vi o seu combate...
-    Você venceu o combate.
-    Está bem, vai chatear outro.- disse o Russell.
-    Chamo-me Mark, sou promotor de lutas.
-    Quero ser o seu promotor.
-    Não estou interessado.
-    Mr. Russell, acho que posso fazê-lo mudar de ideias.- disse o Mark deixando-lhe um bilhete com o numero de contacto.
  A minha mãe achou por bem que eu não ficasse com a bebé, visto que o Russell tinha me abandonado e eu não podia ser mãe sozinha...limpou-a, vestiu-a e saiu no meio da noite.
Ela fora ao orfanato da aldeia e deixou-a a porta dele, bateu e deixou  um bilhete a que dizia:
     Nome: Nina.
Regressou, quando foi ao meu quarto eu acordei e perguntei:
-    O meu bebé?
-    Onde esta ele?!
-    Eu lamento filha, mas...
-    Não, isso é mentira!
-    Lamento mas a tua bebé nasceu morta!
  Os dias passavam, as pessoas começavam a estranhar porque nunca mais me viram...
Depois desses dias, os dias em que tive em repouso a minha mãe achou melhor eu fosse para a cidade acabar o meu sonho, entrar para a polícia, e tornei-me uma Promotora de Justiça. Entretanto o Russell acabou por voltar, chegou a casa já a tarde, bateu e depois entrou e logo perguntou:
-    A Rose?
-    Russell, aconteceu uma desgraça.
-    Tu estiveste demasiado tempo fora...
-    O que aconteceu?!
-    A tua esposa, minha filha morreu durante o parto...
-    E onde esta a bebé?
-    Dei-a ao orfanato com o nome de Nina.
-    O nome que a Rose queria.
-    E tu não podias tomar conta dela?!- disse o Russell.
-    Agora percebo porque é que a Rose dizia tão mal de ti.
-    E eu ainda por cima...
-    Fazes ideia do que a Rose sofreu?!
-    Esperou por ti até á morte!
-    Esperou?- disse ele voltado.
-    Ela foi cremada.
Ele foi ao orfanato, buscar a sua filha. Depois voltou para casa arrumou as coisas da bebé, pegou nas suas coisas e partiu para a cidade.
  Onde irá aconteceu algumas coincidências e uma surpresa.
Os anos passaram-se, a bebé já tinha seis anos e andava na escola, mas o pai continuava nas lutas ilegais e nesses negócios...ele estava no carro com o seu amigo num dia de chuva á noite.
-    Cada vez que me lembro fico destroçado.- dizia ele para si próprio.
-    Devido á recordação da decisão injusta do árbitro...há sete anos, passei um ano a lutar para me livrar...
-    Felizmente um amigo ajudou-me a entrar na Polícia.
-    Só assim assentei.
-    Russell?- disse o seu amigo Pierre.
-    Russell?!
-    O que foi?!- disse o Russell meio em a toa.
-    Estavas onde?
-    Desculpa desliguei-me.
-    Eles chegaram.- disse o Pierre.
-    Cheira-me que vai acontecer qualquer coisa aqui.- disse o Russell.
-    Vamos despachar isto.- disse o Pierre.
-    Espera, Pierre, fica aqui para não darmos nas vistas.
-    Está bem.
-    Se alguém tentar fugir eu trato-lhe da saúde.
-    Passa-me as tuas algemas.- disse o Russell.
-    Esta bem, toma.
-    Hoje vou apanhar um manda-chuva.- disse o Russell saindo do carro.
Ele depois de sair do carro foi ao casino, entrou e quando vinha a descer as escadas um dos que lá trabalhava disse:
-    Hoje estamos fechados.
-    Porquê?
-    Estamos a controlar as máquinas.
-    Ah, sim?
-    Então eu também vou controlar-te a ti.- disse o Russell dando-lhe um pontapé e depois atirou-o escadas abaixo.
-    Quem é ele?- perguntou um dos engravatados, que viu o telemóvel empregado cair-lhe aos pés.
-    Quem, eu?
-    Ter máquinas ilegais...como é que se diz?
-    Desaparece, seu...
E a partir daqui começou a porrada, é claro que o Russell é que estava a dar mais luta. Derrubou todos menos o filho do chefe, sabem a quem me refiro.
-    Não te aproximes...- disse o tal rapaz.
Mas ele continuou a aproximar-se, este então pegou um taco para bater no Russell. Mas este baixou-se, deu-lhe um pontapé e em seguida um soco. Depois um que estava no chão levantou-se para ir bater no Russell, mas este fez o mesmo tratamento que tinha feito a segundos atrás. Pegou no taco e começou a partir os vidros das máquinas, e então o  tal filho do chefe daquela quadrilha escumalha:
-    Porque estás a fazer isso?
-    São só máquinas!
-    Porque sou um bófia da treta, percebes?.- disse o Russell no gozo.
-    Vocês, meus estúpidos ponham as algemas sozinhos.
Neste momento tocou o telemóvel do Russell, era a sua filha ele atendeu e disse:
-    Olá.
-    O que foi, querida?
-    Pai és o campeão em luta, não és?
-    Claro que sou.
-    O que estás a fazer, pai?
-    Estou a trabalhar.
-    Pronto, pai, adeus.
-    Estou?
-    Porque é que ela está com tanta pressa?
-    Já acabaram?
-    Despachem-se!
Já de manhã no departamento da Polícia, o Russell estava ouvindo bronca do patrão, dizendo:
-    Vocês são algum gang ou quê?!
-    Tu és um polícia.
-    Mandei-vos trabalhar.
-    E o que é que vocês fazem?!
-    Eles vendem droga, até a adolescentes.- disse o Russell.
-    Vais pagar as máquinas.- disse o patrão.
-    Só a conta dos médicos são dois meses de ordenado.
-    Se não conseguires um acordo com eles, estas despedido.
Entretanto aqueles em que o Russell tinha dado um valente sova estavam a sair e o tal filho do chefe...perguntou:
-    EI, tu aí gostavas de trabalhar para mim?
-    Seu...!
-    Vê lá se mostras mais respeito a um polícia!- disse o Russell agarrando-o pelos colarinhos da camisa, e dando-lhe um murro...
-    Acalma-te!- disse o seu amigo indo agarra-lo.
De volta a Rose, esta era uma comissaria de justiça. Estava no seu escritorio resolvendo um assunto e perguntou:
-    , isso é verdade?
-    Não!
-    Eu não me dou com este tipo de...
-    Qual tipo?!
-    Ouça, as adolescentes agora são umas doidas.
-    Professor Taynor, aproxime-se disse eu tirando os óculos de ler.
-    UM pouco mais.
-    Quando eu tiro os óculos significa que estou nervosa.
-    Teve relações com ela, não foi?
-    Não!
-    Sim!
-    Não, nunca.
Neste momento eu dei-lhe um murro no meio da cara...e entrou o colega do departamento que ouvindo o Professor se queixar, e disse:
-    Que foi?
-    Trato já disto!
-    Não é nada.- disse eu.
-    Deixa-nos em paz.
-    Sim. disse ele e fechou a porta.
-    Acreditem no que digo.- disse ele voltando.
-    Já disse que não é nada!- disse eu já a irritar-me.
-    Sim.- disse ele voltando a fechar a porta.
-    Rua!- gritei eu porque ele voltou outra vez.
Na escola da Nina, na sala da directora a mãe do moço que apanhou uma coça dela perguntou-lhe o que fazia o seu pai, e ela respondeu:
-    O meu pai é o campeão do mundo em lutas, sabia?
-    E qual é o problema por de eu não ter mãe?
-    Veja lá como fala.
-    Mr. Russell.- disse a directora.
-    Olá, Sra directora.- disse o Russell sentando-se ao lado da filha.
-    Que bela família.- disse a mãe do moço que apanhou porrada da filha do Russell, a Nina no "ar de gozo".
-    Doí muito?- perguntou o Russell ao moço.
-    Ela é um gangster ou quê?
-    Qual é o problema dela?
-    Nina, como podes bater nos teus amigos na escola.
-    Eu disse que eras campeão do mundo em lutas.
-    E ele disse que eu era uma mentirosa.
-    E fez pouco de mim por não ter mãe.
-    Foi?- perguntou o Russell.
-    Estão mereceste isso.
-    Não é, Sra directora?
-    O quê?!
-    Como pode dizer isso ao meu filho?!
-    Ajudar os mais fracos e não ensinar coisas más.- disse o Russell.
-    Isso é que é ensinar.
-    Não é, Sra directora?
-    O quê?!
-    Ignora este tipo de miúdos, está bem filho?
-    Vamos.
-    Mas que...
-    Olha para eles, são tão feios.
-    Tal mãe, tal filho.
-    Mas olha para nós, somos tão encantadores.
-    Tal pai, tal filha.
-    Desculpa.
-    Pai, prometo que nunca mais torno a fazer isto.
-    Prometes?
-    Entendido.
Mais tarde ele voltou para o trabalho mas fora despedido porque não conseguiu o tal acordo com aqueles que ele prendeu.
-    Também não quero fazer isto.- disse o chefe Russell.
-    Mas tu sabes como está a situação ultimamente.
-    Não podes continuar assim.
-    Esquece.
-    Demito-me e pronto.
-    Inspector Russell.
-    Nem sabe o que vai fazer depois de se demitir.
-    Até logo.- disse o Russell pegando nas suas coisas e indo-se embora.
Em sua casa depois do jantar, ele esteva deitado e a sua filha Nina estava a fazer-lhe massagens nas costas.
-    Nina, faz isso com cuidado, por favor.
-    AÍ, ISSO DOÍ.
-    Pai, pareces uma miúda da minha idade.
-    Não pareço nada.
-    Pensava que eras um tipo mais duro e selvagem, mas não és.
-    O quê?
-    Selvagem?
-    Isso é maneira de falares com o teu pai?
-    Hoje em dia é assim, pai.
-    Nem sequer sabias disso?
-    Pois, pois.
-    Agora estou com sono.
-    Vamos dormir.
-    Não, tens de lavar os dentes.- disse a Nina ao pai.
-    Toma.
-    Onde esta a pasta de dentes?
-    Carregas aqui na escova e a pasta sai.
-    Esta bem, eu lavo os dentes.- disse o Russell a filha indo a casa-de-banho.
No dia seguinte, depois de vir da escola, por acaso olhou para o calendário e viu que era o aniversário do pai, e então disse:
-    Desculpa, porquinho.
Saiu com o dinheiro e foi ao supermercado, ia a andar pelo corredor quado embateu noutro carrinho de compras, e por coincidência quem o empurrava era a Rose. A Nina disse:
-    Desculpe.
-    Estás sozinha?- perguntei.
-    Estou.
As começaram a falar e juntaram os carrinhos eu então eu perguntei:
-    Para ajudar a tua mãe?
-    Não, hoje é o aniversário do meu pai.
-    Por isso estou a fazer-lhe uma festa.
-    E a tua mãe?
-    A minha mãe morreu, durante o parto.
-    Lamento, eu...
-    Não há problema.
-    Errar é humano, mas não tenha pena de mim.
-    Eu sou muito orgulhosa.
-    Vamos.- disse eu indo para a caixa.
-    Falas como uma adulta.- disse eu com um sorriso carinhoso.
-    É estranho?
-    Não, acho que és mesmo gira.
Quando chegou a hora da Nina pagar, só deu moedas, a empregada da caixa ao ver isso disse:
-    O que estas a fazer?
-    É para pagar a contar
-    É melhor contares o dinheiro ali no final da fila.- disse a empregada.
Eu por acaso vinha a passar e vi o que a empregada estava a fazer, então aproximei-me da Nina e perguntei:
-    O que é que disse á minha filha?
-    Não pode tratar uma cliente assim, porque ela trouxe moedas.
-    E não a pode tratar assim por ser uma criança.
-    Eu só...
-    É isso.
-    Peça desculpa a minha filha e faça o seu trabalho.
-    Sim, minha senhora.
-    Desculpa.
-    Não faz mal, ás vezes mete-se o pé na poça.



Saíram do supermercado, eu acompanhei-a até casa e quando estávamos na porta disse:
-    Liga-me sempre que precisares.
-    Sabes como funciona um telemóvel?
-    Claro.
Enquanto isso o pai da Nina estava num bar a beber e a disser para si mesmo:
-    Desculpa, Nina.
-    Queria ganhar muito dinheiro e fazer-te feliz como os outros pais fazem.
-    Depois eu pago-te.
De noite, ele vinha de regresso, mas estava a chover. Ligou a filha.
-    Comprei frango frito, para o jantar, o teu preferido.
Entretanto quatro pessoas surgiram do nada e deram-lhe uma pancada, que o atordoou e o fez cair ao chão.
-    Pai, sabes que horas são?- dizia a filha, mas o pai tinha deixado cair o telemóvel.
-    Quase não chegas a horas para o teu aniversário.
-    Pai? Pai?
Num sítio desconhecido, ao acordar ouviu perguntar:
-    Estás á procura de emprego?- disse o pai daquele miúdo que o Russell tinha prendido, e o seu antigo patrão de lutas ilegais.
-    E se viesses trabalhar comigo?
-    Mer...!- disse o Russell.
-    Tu não mudaste.
-    É por isso que gosto de ti.
-    Já acabaste?
-    E também gosto da tua filha.- disse o patrão de lutas ilegais.
-    O quê?!
-    Fé, esperança e amor.
-    Mas de todos o maior é o amor.
Já em casa, o Russell entrou, acendeu a luz da sala, poisou as chaves e quando ia se deitar olhou para o lado e viu em cima da mesa um bolo com velas, balões...para os seus anos. Sentou-se e viu um bilhete ao lado do bolo dizendo:
     Parabéns, pai. Estou tão orgulhosa por ser tua filha. Deve ser difícil trabalhar e cuidar de mim, não é pai?
    Como eu sou tudo para ti, tu também és tudo par mim.
                                                                                           PS:Por isso anima-te, adoro-te pai.


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