Os dias têm passado depressa demais. É estranho que tal aconteça visto a minha
actual situação de “ Baby sister ”. Alessandro não parece ser nem de longe nem
de perto, o mesmo homem que me magoou e destruiu todos os meus sonhos. É
impressão minha, tanto tempo cuidando dele que já estou ficando cega perante os
factos. Ele está amnésico é natural parecer uma pessoa diferente.
“ Assusta-te
porque sentes algo por ele?”
Malditos calafrios. Até parece que trago
atrelada a mim um espectro. Por vezes posso jurar que alguém em um patamar
superior ao meu, está intercedendo por mim nos acontecimentos da minha vida.
Talvez. Acredito que talvez esta
aproximação de Alessandro esteja mexendo comigo. Sinceramente não sei. Estar
perto dele deixa-me feliz, confiante e desejada. Mas são apenas ilusões do meu
consciente. Como posso sequer pensar em sentir algo por ele ou ele sentir algo
por mim? Ele só é assim porque só se lembra de mim como supostamente sua noiva.
E eu tenho cedido ao disparate devido a ordens médicas. O passado não se pode
apagar...
“ Estás com medo? Estás com medo porque sentes algo por ele? ”
É melhor regressar. Está ficando frio.
E não é bom deixar Alessandro sozinho por muito tempo. Algo pode-lhe acontecer
e não quero que me culpem.
Enfim há mais de um mês que pedi férias
adiantadas para ficar em casa tomando conta de Alessandro. Mas este tempo todo
afastada da pastelaria acaba comigo. Amanhã Alessandro vai ser observado pelo
médico e saber quais os passos a seguir após a sua recuperação inicial.
Alessandro teve muita sorte em não ter ficado imobilizado de uma perna. Muitas
vezes apanhei-o olhando a cicatriz que lhe acaba na cocha de olhar pensativo e
dentes cerrados. Doeu-me a incerteza e impossibilidade de não poder fazer
mais nada para o ajudar. Só a sua força de vontade e fisioterapia. Um mês
depois os medos e incertezas em relação à sua perna desapareceram.