O que me terá
passado pela cabeça para ter ido à casa do Théo sem avisar ninguém? Ele quase
me matou, nunca vira tal agressividade por parte dele. Os seus olhos adquiriram um tom estranho.
A sua voz mudara. Pensei que gostasse de mim. Que apesar de tudo fosse meu
amigo. Enganara-me. Novamente. E pusera em perigo também o meu filho.
Pouco me lembro do que acontecera,
pois quando Théo me tentara agarrar ouvira uma voz conhecida. Embora tenha perdido os sentidos. Ainda senti a estranha
sensação de que fora salva.
- Francis, estás acordada? – Chamou Henrique.
Eu nada respondi. Estava com medo e
vergonha. Não sabia o que lhe dizer. Fingir que dormia parecia-me a melhor
opção.
- Francis, eu sei que não estás a
dormir. – Disse ele sentando-se a meu lado. – Precisamos conversar.
Continuei imóvel e impável. Haveria
discussão na certa. Iríamos magoar-nos. Estava em pânico, sem saber o que
fazer. Como justificar?