Assustei-me ao ser arrancada
dos meus desvaneios desta maneira. Estava apenas fazendo o meu trabalho.
- Responda! – Gritou-me ele.
- Fazendo o serviço de
quartos que me foi ordenado. – Retorqui erguendo a cara da carpete para o
encarar.
- Mirrele! – Disse Andrios
estupefacto.
Eu, nada disse. Fiquei
impassível olhando para ele, tal e qual uma estátua. Tudo desapareceu à minha
volta. Até a minha própria consciência tinha cessando com o sucedido. Devia
estar em morte cerebral. Nada. Nada de nada. Eu, simplesmente estanquei. Tenho
a vaga ideia de ter sido sacudida, talvez a palidez da minha cara o tivesse
apavorado. Não faço ideia. Depois veio o escuro.
Acordei de repente e fiquei olhando Andrios durante uns longos, segundos. Por muito tempo que
vinha tentando-me proteger dele, disto… para nunca correr riscos. Olhos
sombrios fitavam-me com intensidade.
- Com medo de mim? Pareces
muito tensa.
Apertei os dedos contra os lençóis, sentindo as mãos
trêmulas. Isto era um pesadelo. Sem pressas, Andrios angulou a cabeça e clamou
pelos meus lábios rosados com desespero e isso só aumentou o seu desejo.
Perante a minha quietude Andrios perguntou-me?
- O que fazes tu aqui Mirrele e fazendo trabalho de
limpezas?
- Eu… eu trabalho aqui como empregada de limpeza.
- Empregada de limpeza? Tu?
- Sim. Eu. – Repliquei friamente, preparando-me para
acabar com a minha dormência e sair dali.
- Espera. Onde pensas que vais? – Disse-me ele e
segurando-me à cama. - Desta vez, não vais fugir de mim, como na Serra.
- Não. Andrios pára. Tu estás noivo. Nós não temos
nada. Eu tenho de trabalhar. Solta-me. Eu não posso… Xiii – disse-me ele silenciando-me
com um dedo.
- Tu agora és só minha. Eu disse-te que não ias voltar
a fugir. E não te preocupes com a Patrizia, ela é carta fora do baralho.
Aprecia o momento. – Concluiu sufocando-me com beijos e carícias.