domingo, 17 de abril de 2016

Button page... Capitulo 5

Talvez estivesse cega demais. Talvez seja MESMO uma criança como ele me chamou. Talvez esteja condenada, a nunca puder ficar com quem realmente amo. Talvez não mereça amar ninguém. Eu não estava pronta para me apaixonar de novo. Afinal quem é que está?
Quando o encarei de novo ao fim de tantos meses separados, estupidamente, ainda acreditei, ainda senti esperança de que ele sofria, tanto quanto, eu, que ele me amava, tanto quanto, eu, o amo. Porém já não há sentimento. Ele não é mais aquele que eu “conheci”, aliás, eu não sei se alguma vez o conheci, mas senti que era o tal. Depois daquilo que eu passei só mesmo alguém muito especial para me fazer apaixonar de novo. Alguém muito especial para voltar a confiar, voltar acreditar, alguém a quem me entregar. E, esse, alguém, foi ele. Em um só dia fiz-me esquecer tudo, fez-me sentir a melhor pessoa do mundo.
Assim que nos “conhecemos” houve logo magia entre nós. Aquela química. Havia algo de especial. Havia mesmo algo de especial entre nós. Fora o único a conseguir pôr-me a sorrir depois do outro “erro”, o único em qual senti conforto. Só eu sei o quanto gostava que ele me abraçasse e que me sussurrasse ao ouvido: amo-te, minha pequenina, quero ficar contigo para sempre. Talvez ainda haja sentimento? Já não sei... Talvez esteja simplesmente arrependida de não o ter conseguido demonstrar da melhor forma… É verdade. Só que infelizmente, ele jamais me amou. Quem ama não humilha, não espezinha, não esquece, não abandona.
Vai para casa, chora tudo que tens a chorar e sofre calada! Encontra alguém que te ame mais do que eu amei! E saí. – Disse-me ele apontando para a porta. Os seus olhos impávidos, outrora inflamados por mim, confirmaram as minhas suspeitas. Ele esquecera-me. Eu agora causava-lhe repulsa e exaltação. “É assim tão fácil esquecer-me? Não sentes a minha falta? É! E sim sinto, sou homem é normal sentir a falta…”
“ … sou homem é normal sentir a falta…” Não a minha falta, e sim a falta de saciar o desejo masculino… como todos os outros. Como pude estar tanto tempo iludida, tanto tempo cega, como pude desligar as defesas. Andar com um monstro e nem descobrir. Achar que era a tal! Que significava algo para ele. Sonhar que era tão importante para ele como respirar. MAS AFINAL, somente fui um passatempo de verão, até o filho chegar para passar a semana natalícia. Posso ter a minha metade de culpa no cartório, todos nós erramos, mas quando amamos alguém realmente muito de verdade, chamem-me lamechas, criança, estúpida, não me importa, vamos À luta! Pomos o orgulho de lado, perdoamos, demonstramos os sentimentos… - ESTA casa não é só minha, por isso, saí. Acabou! Não leste a mensagem. Eu não te quero mais! E eu amei-te sim! Ele não é mais aquele que eu “conheci”, aliás, alguma vez o conheci realmente?
Toca o telemóvel. Salto da cama. Será ele? Mensagem: Chego hoje de Madrid. Ruan. Toca o telemóvel novamente. Mensagem: Olá linda, como estás? Thiago.


“Tenho pena que sejas um fantoche nas mãos dele…”

Conselho da semana nº119