quarta-feira, 6 de abril de 2016

Button Page... Capitulo 4


Nunca pensei que a vida pudesse ser assim tão impiedosa. Descobrir que tudo o que o Ruan sentia por mim era somente atracção física. Não preencho os seus requisitos de namorada porque não me quero envolver “intimamente” como os casais normais fazem, está tudo dito. Já era de esperar… porém apaixonei-me loucamente por um homem mais velho que eu. Ainda estou para perceber como tal facto aconteceu, e logo comigo…, ele de início mostrou-se reticente, esquivo, intrigado. Mas os dias foram passando e nós aproxima-mo-nos com tamanha intensidade que o inevitável aconteceu. Não aguentei mais e declarei-me a ele, ciente de que ele nutria o mesmo por mim, apesar de não o expressar. O nosso primeiro encontro foi mágico, nunca pensei sentir-me nas nuvens assim… Nunca conhecera um homem destes, tão lindo, tão querido, tão perfeito…, estar longe dele era morrer. Ansiava o seu toque, os seus beijos, aquele olhar felino, o ar arrogante, a voz grossa… Nunca soube se o que lhe falava o deixava feliz ou aborrecido, contudo, quando ele sorria o meu coração derretia-se, e tudo o que mais queria no momento era que o tempo parasse e ficássemos assim para sempre.
A nossa relação foi evoluindo, ainda que contra a reprovação da minha família, mas tudo o que é magnífico e lindo, dura pouco… Não sei quando, como, nem porquê, ele tornou-se distante, ausente, distraído para comigo. Notava-se que o encantamento que nutria por mim foi esmorecendo… e as discussões surgiram, e consequentemente, as zangas e trocas de acusações também… Ao fim de quase um ano terminamos tudo abruptamente, por telemóvel, e desde então, tudo o que guardo dele, é a sua expressão extremosa, os seus olhos reluzentes, despedindo-se de mim à porta de casa com um beijo fugaz: AMO-TEdisse ele. Nunca mais o vi, nem o ouvi. Cingi-me à solidão e ao desgosto. Eu amava-o demais para suportar tal perda, porém já não éramos mais felizes… pouco depois, cedi, engoli o orgulho e fui à sua procura, insistindo, tentando, eu não sabia da perda do pai, nem da situação do filho, nunca fui mãe e sei que sou muito receosa e amedrontada: não tens respeito por ninguém, és um monstro, desaparece da minha vida! Foi a tudo o que me respondeu até hoje… e tudo que restou dele. No entanto ainda não o esqueci… Mas presumo que esta história acabe infelizmente assim… porque do seu lado já não sou mais desejada, e, sim desprezada e odiada.
            A faculdade tem tido os seus altos e baixos. E nada está a ser o que eu, espera, ser…