Acordo sobressaltada com o som do meu telemóvel. É
Henrique. O que terá acontecido para me ligar assim tão cedo? Atendo
rapidamente o telemóvel e oiço a sua voz ofegante.
- Acordei-te?
- Quer dizer… deixa para lá. O que se passa?
- Preciso que venhas comigo a um lugar muito
importante. Mas não consigo ir sozinho.
- Um lugar? Que lugar é esse?
- Não posso dizer-te. Por enquanto.
- Acordas-me assim desta maneira. De voz ofegante e
depois dizes-me que tenho de ir a algures…
- Francis confia em mim. Não vou fazer-te mal. Se é
isso em que estás a pensar. Então, vens?
- Está bem. Irei confiar em ti.
- Passo pela tua casa para te ir buscar às 12h00.
Beijos. – Disse ele desligando.
Mil
pensamentos rodopiaram dentro da minha cabeça. Rapidez. Generosidade. Dever. Mistério.
Mas no final de contas, o que tinha eu a perder mesmo? E depois qual a razão de
tanta pressa? Ligar-me assim e pedir-me para estar pronta à hora de almoço.