«Ninguém
te disse que ela não está respirando?»
-
Desculpe. Está bem? – Ouvi perguntar. – Consegue ouvir-me?
Eu
ouvia sim. Ouvia uma voz grossa e grave me perguntando se estava bem. Mas tudo
continuava escuro e indistinto.
-
Consegue ouvir-me? Por favor responda.
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A minha cabeça. – Queixei-me agarrando o sítio machucado.
-
Desculpe-me. Não foi minha intenção acerta-lhe com a bola. Desculpe. Está bem?
Precisa de alguma coisa? – Questionou por fim ajudando-me a levantar.
-
Sim preciso! De afastar-me de uma vez por todas da raça masculina!
Quando
finalmente o encarrei, fiquei corada. Pois este olhava para mim boquiaberto e
meio atrapalhado. Mas pude ver que tentava conter um sorriso com o meu
desabafo. Tratava-se de um belo exemplar masculino. Moreno, olhos castanhos
esverdeados, cabelo negro e farto. Ombros largos, abdómen firme e pernas bem
apedrejadas. Emanava uma virilidade assombrosa.
-
Está sentindo-se mal? Deixe-me ajuda-la. Pelo menos pagar-lhe o gelado que se
estragou.
-
Não quero ajuda nenhuma! Muito menos sua. Um homem. Já me estragou o dia. –
Disse virando-lhe as costas.
-
Espere! – Gritou. – Nem me disse o seu nome… - Arrematou por fim, mais para si
próprio que para mim.
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