segunda-feira, 6 de agosto de 2012

O Principio e o Fim do Inferno III: Autora: Sara Gonçalves - excerto 2


-    Não.- respondeu o Hollow.
-    Eu quero ter a minha vida, e com esta coisa de ajudar os outros não posso.
-    Como vais ter a tua vida, se quem amas esta preso perguntou o Hollow.
-    Porquê isto agora de um momento para o outro?
-    Não sei.
-    Parece que já vivi tantas " vidas" e todas levam o mesmo rumo.
-    Devo estar assim porque a minha cadela morreu.
-    E eu sinto-me culpada...
-    Esquece, dizes-te que o Tenente João Ricardo prendeu o Rodrigo por desacato a autoridade, ou melhor dizendo porque ele desconfia que ele é que é o tal cavaleiro.
-    Então vamos mostrar quem é o tal cavaleiro ao Tenente.
O sol já se ponha e a noite caia, estava na hora de entrar em acção, esperou que acabassem de jantar e que fossem todos dormir.
Ela passou pela passagem secreta do seu quarto, montou e saiu galopando em direcção da cadeia. Quando lá chegou viu pela janela o Sargento cochilando, entrou de mansinho e apontou ao Sargento a ponta da espada e acordou-o.

-    Zorro!
-    Chiu, Sargento!!- disse ela encostando a ponta afiada da sua espada a sua garganta.
-    Tu és uma mulher.
-    E qual é o espanto, só agora é que descobriu?
-    Como é que isto é possível, uma mulher gozar desta maneira  com o Exército Espanhol.
-    Chega de conversa fiada, Sargento.
-    Vá soltar o prisioneiro que tem preso sobe suspeita de ser o tal mascarado!
-    Vá, despache-se!!- dizia ela cada vez encostando mais a ponta da espada agora nas costas do Sargento.
Ele abriu a porta que dava para as celas, desceu as escadas e foi andando até a cela do Rodrigo, abriu-a. O Rodrigo saiu e ela prendeu lá dentro o Sargento Odracir. Mas como já tinha dito este dia já estava traçado, ela vinha a sair da cadeia com o Rodrigo e entretanto apareceu o Tenente João Ricardo e o Capitão Jonathan com os soldados e surpreendeu-a em flagra.
-    Ora, ora o que temos nós aqui disse o Capitão.
-    Pelo menos sabemos que o SR.Rodrigo não é a pessoa que procurávamos.
-    Não podes fugir Mascarado estas cercado!
-    Desculpe-nos Sr.Rodrigo, mas todos nós nos enganamo-nos.- disse o Tenente.
-    Pode se ir embora.
-    Agora não há aqui mais ninguém que te possa ajudar ou queira, mascarado.- disse o Tenente.
-    Espere ai Tenente!
-    O Sr.Rodrigo não vai a lado nenhum disse o Capitão.
Ele desceu do cavalo foi em direcção do Rodrigo, colocou-se por detrás dele tirou a espada e colocou-a de lado do pescoço  e perguntou:
-    VAIS DEIXAR UM INOCENTE MORRER?!
-    Então não falas?
-    Diz-me quem és?!
-    Capitão...
-    Cale-se Tenente!!
-    Tudo bem eu digo-lhe quem eu sou, mas com uma condição.
-    E qual é?
-    Um duelo de espadas, Se eu perder eu digo-lhe quem sou, mas deixa-o ir-se embora já.
-    É uma condição justa disse.
-    Tudo bem disse o Capitão.
O Tenente deu-lhe um cavalo para se ir embora, só que o Rodrigo fez que se tinha ido embora, mas não foi. Fez que estava ido para casa, mas quando os soldados o perderam de vista escondeu-se pra ver o que aconteceria a Mascarada.
Eles prepararam-se para começar, ela atacava-o e o capitão recuava, depois era o contrário. Ela não podia perder e o Capitão também não...Entretanto o Capitão deu-lhe um golpe e o cabelo dela soltou-se ele nem queria acreditar que estava combatendo com uma mulher, como já estava a ver que não a conseguia combater e não podia perder contra uma mulher fez jogo sujo. Sacou da arma e disparou contra ela o tiro acertou-lhe em cheio no braço direito, começou-se a ver o sangue escorrendo e fazendo "poça" no chão. Se continua-se ali por mais tempo perderia os sentidos, onde eles prendiam-na e descobriam logo quem ela era. Ela assobiou e chamou o Tornado para a tirar dali, em poucos segundos vindo do nada apareceu o cavalo que passou por ela. Ela agarrou-se a sela do cavalo, depois endireitou-se. Agarrou as rédeas e saiu fugindo para a floresta. O Capitão montou, o Tenente e os soldados e foram atrás dela. O Rodrigo viu que por onde ela passava deixava um rasto de sangue e que ela estava perdendo as forças...
O tenente, o Capitão e os soldados no seu encalço, como estava se ninguém a ajudasse facilmente seria apanhada e descoberta. Então eis que surge uma encruzilhada. Aí ele acompanhou o ritmo do cavalo dela segura-lhe as rédeas e puxa-o para os arbustos, onde se esconderam, enquanto vêm mais os soldados, o Tenente e o Capitão seguiram em frente como se a fossem apanhar.
  Depois deles terem desaparecido, ele viu como ela estava e por curiosidade e no estado quê estava decidiu tirar-lhe a mascara, e qual o seu espanto ver que quem estava por de trás mascara era a sua amada.
-    Não, não pode ser...
-    Durante todo este tempo...
-    Porque é que nunca me contas-te nada?
-    Leva-me para o meu esconderijo.- disse ela com a mão agarrando o braço direito.
Ela montou o Tornado e em seguida ele, mas quem "guiava " as rédeas era ele, quando chegaram ao esconderijo uma das criadas estava cá fora e ao ouvir barulho escondeu-se e foi então que viu a sua Sr. vestida como o tal mascarado. Isto pode destruir-lhe a vida. Ela despediu-se do Rodrigo e agradeceu-lhe por a ter levado até casa, mas pediu-lhe por tudo o que era de mais sagrado que não contasse o seu segredo a ninguém. Ele jurou que não...mas nunca se sabe.
Ela desmontou o Tornado deixou-o no esconderijo como de habitual, e as suas vestimentas, quando ia a passar a passagem para o seu quarto quem havia de lá estar, a sua avó.
-    Onde estavas a está hora?
-    A avó não devia estar a dormir?- perguntei.   
-    Tu também e não respondas com outra pergunta.
-    Não entendi, o que é que a avó esta insinuando?
-    Onde escondes o teu cavalo e as tuas vestimentas?
-    Mascarada?
-    Do que esta a falar?- perguntei eu fazendo de conta que de nada sabia.
-    És o tal mascarado de que toda a gente fala!
Ela sentou-se na cama, poisou o chapéu e a sua avó disse:
-    Estás arriscando a tua vida, Sara.
-    Eu sei, avó.
-    Tu prometes-te que ias para com estás confusões.
-    Eu sei, avó.
-    Pensei que tinhas aprendido as lições.
-    Avó, precisa entender é uma missão já destinada.
-    Missão?
-    Sair no meio da noite, soltado pessoas da cadeia, confrontando o Tenente, o Capitão, o exército ou os soldados, duelando com eles!
-    Feito uma bandida!
-    Feito uma bandida, não avó.- disse ela levantando-se.
-    Mas isso é uma loucura insistiu a sua avó levantando-se também.
-    Eu não vou permitir que arrisques a tua vida desta maneira!!
-    Chiu, avó, por favor fale baixo.
-    Eu não quero que ninguém saiba.
-    Se estivesses preocupada com isso, não te terias metido nisso.
-    Já paraste para pensar no risco que estas correndo?
-    Metade desta cidade quer vê-lo morto ou melhor dizendo morta.
-    Descanse avó, ninguém vai matar-me.
-    Eu sei o que estou fazendo.
-    Eu não posso entender-te, arriscares a tua vida.
-    Para quê?!!Porquê?!!
-    Eu estou defendendo um ideal, avó.
-    Algo em que eu acredito...
-    Se morrer por causa disso, morrerei feliz.
-    Mas isso é uma loucura.
-    Eu sabia que não podia esconder isto a senhora por muito tempo.
-    Estou sentindo-me muito mais aliviada.
Dizendo isto saiu do seu quarto, sua avó levou a mão a cabeças e disse:
-    Ai, meu Deus.
-    O que é que eu faço com esta maluca?
-    O que é que eu faço?
Como a recompensa pela identidade do tal mascarado era tão grande, e a criada estava farta de ser criada e de ter essa vida resolveu ir denunciar a sua Senhora.
  Quando amanheceu a criada saiu logo cedo e foi até a cadeia para falar com o Tenente.
-    Sargento Odracir, o Tenente João Ricardo esta?
-    Está, porquê?
-    Ele não pode ser incomodado se não for importante.
-    Eu sei quem é esse mascarado.
-    quer dizer essa mascarada de fonte segura.
-    O quê?!!- disse o Tenente João Ricardo abrindo a porta do seu gabinete.
-    Repita isso outra vez.
-    Você sabe quem é esse mascarado ou melhor mascarada?
-    SEI.- afirmou a criada.
-    E já agora quem é você?!- perguntou o Tenente.
-    Sou uma crida que trabalha na casa da donzela Rose.
-    Sim, eu conheço essa donzela.
-    É ela a mascarada.
-    Desculpe, mas acha que eu tenho cara de parvo?!- disse o Tenente para a criada.
-    A mascarada por acaso não tinha sido ferida no braço direito?
-    Sim, foi o capitão Jonathan que a feriu.
-    Desculpe-me não é estanho uma donzela daquele tipo aparecer ferida a meio da noite?
-    É muito estranho, de facto.- disse o Tenente.
-    Vou investigar, espero que não esteja enganada.
-    Tenente, só lhe peço uma coisa.
-    Não diga que fui eu que lhe deu esta informação.- dizendo isto a criada retirou-se.
-    A donzela Rose, a Mascarada?- interrogou-se o Tenente. 
Entretanto no escritório já de manhã:
-    Sabes que estas arriscando demais a tua vida.
-    Mais vale ires ao Tenente João Ricardo e ao Rodrigo e dizeres lhes.   
-    Que foste tu que ajudou a fugir, o rebelde João Pedro, que desmascaraste o vendedor de vinho, soltaste o Rodrigo da cadeia...
-    Acaba com esta historia de uma vez por todas!
-    Não posso!!!
-    Podes e deves!!
-    Avó, será que não pode falar mais baixo?!
-    O que é que vai acontecer daqui para a frente?
-    Se não me engano o Rodrigo já sabe e foi ele que te ajudou, caso contrario a menina ferida não tinha muitas chances.
-    E quanto ao Tenente?
-    Conta comigo.
-    Eu sabia que podia contar com a senhora.
-    Agora toma mais cuidado com os passos que dás.
-    Sim, senhora.
-    Eu agora vou até a cidade...
-    Espera recebi ontem esta carta...
-    E é de quem?
-    Adivinha.
-    Da...da...da minha...
-    Da tua mãe.
-    E o que é que ela quer?
-    Não sei não li a carta.
Ela começou a ler a carta e desta dizia:
         Lamentamos, mas a sua mãe, morreu e deixou-lhe uma casa como herança e espera ser reclamada.
-    O que diz?
-    Diz que ela...ela morreu.
Ela saiu para a cidade e no caminho quem é que havia de encontrar o Tenente João Ricardo. Ela pensou para si:
-    Só cá faltava este.
-    Bom dia, Rose.- disse ele.
  Desceu do cavalo e beijou-me a mão direita, que logo por sinal era onde eu tinha sido ferida no braço.
-    Vejo que esta com um ar muito contrariado.
-    Não é impressão sua, Tenente.
-    Será que é mesmo impressão minha, senhorita?- disse ele andando a minha volta.
-    O que esta querendo insinuar, Tenente João Ricardo?
-    A senhorita é que sabe.- disse ele colocando a mão no meu ombro.
-    Vejo que ficou muito tensa, tem algo a esconder?!
Disse o Tenente fazendo força sobre o meu ombro direito, o que estava ferido indo-me um pouco a baixo, e o sangue começava a denunciar-me.
-    O que esta a fazer Tenente João Ricardo?!!!- perguntei eu começando a ter dores.
-    Nada donzela, desculpe a minha indelicadeza.
Ela estava a ver a roupa ficar mancha de sangue e este a escorregar-lhe pela mão e perguntou-se:
-    O que é que eu faço agora?
-    Cuidado, Tenente João Ricardo.- Gritou ela dando-lhe com uma pedra na cabeça.
  Mas atenção ela não o matou apenas o atordoou, assobiou para chamar o seu cavalo Tornado, montou-o e galopou em direcção da sua casa o mais rápido possível. Ela no meio do caminho começava a sentir-se mal, com dores, febre...
Quando chegou a casa desmontou o cavalo e nem o guardou, e entrou em casa. Na sala estava a sua avó, o Julian e o Rodrigo que se assustaram
-    Rose, o que tens?- perguntou a sua avó.
-    O que se passou?- disse ele quando olhou para o braço direito dela.
-    O Tenente João Ricardo descobriu quem sou eu, e para me livrar dele dei-lhe uma pancada com uma pedra na cabeça.
-    A esta hora já deve andar atrás de mim.- disse ela afagante e dificuldade.
-    Eu tenho de fugir.- disse ela subindo para o seu quarto.
-    Rose espera- disse o Rodrigo.
-    Rose volta aqui.- disse a sua avó.
-    Não vá atrás dela, deixe-os estar.- disse o Julian.
Ela foi correndo para o seu quarto para fazer uma pequena mala para levar, só com algumas coisas, mais importantes...
  O Rodrigo estava vindo atrás de mim, quando chegou ao quarto viu-me virada para a secretária apoiada só com o braço esquerdo, queixando-me de dores e num estado lastimável. Ele aproximou-se de mim e foi quando desmaiei pois já não aguentava mais. Tinha a roupa manchada, o sangue escorria-me pelo braço e a febre a subir. Ele tinha me agarrado...colocando-me em seguida em cima da cama e foi lá abaixo chamar o Julian. Ambos subiram e o Rodrigo preocupado disse:
-    Julian o que faremos?!
-    Não tarda nada, o Tenente João Ricardo irá chegar.
-    Não a podemos encobrir mais, vai ser descoberta.
-    Não, não vai.
-    Como assim?
-    Podemos dizer que ela tentou se passar pelo Cavaleiro mascarado.- disse o Julian.
-    O Tenente João Ricardo, não vai acreditar.
-    Vai, ele vai acreditar.
-    E como é que tens tanta certeza?
-    O Tenente João Ricardo tem um fraquinho pela Rose.

-    Ela é uma donzela bonita, rica porque iria arriscar a vida por miseráveis camponeses...
-    Tens razão.
Entretanto ouve-se bater na porta do quarto da Rose, era o Tenente João Ricardo.
-    Tenente, o que faz aqui?- perguntou o Rodrigo.
-    Vim prender a Rose.
-    Mas Tenente, já viu como é que ela esta?
-    Não vai querer que ela fique pior?
-    Eu sei que o comportamento dela é inexplicável.
-    Mas acha que uma donzela como esta iria arriscar a sua vida por miseráveis camponeses...?
-    De facto tem razão.
-    Ainda por cima uma mulher, onde é que já se viu uma mulher pensar que pode derrotar os homens.
-    Tenho que lhe voltar a dar razão.
-    Veja o que o comportamento dela lhe provocou.
-    É melhor chamar um médico, ele não esta muito bem.
Enquanto o médico não vinha, o Rodrigo velava por mim a cabeceira, não aguentava o meu sofrimento e o meu delírio. A febre aumentava e as dores também. O médico finalmente chegou examinou-me a ferida, tratou-a, receitou-me uns remédios e disse que tinha de repousar muito. Ao fim de cinco dias já estaria óptima.
  Os dias iam passando e o Rodrigo sempre a velar por mim, outras vezes quem ia lá era o Tenente João Ricardo. A medida do tempo as dores iam passando a febre diminuindo até ao quarto dia ela acordar.
-    Então, como estas Rose?- perguntou o Rodrigo.
-    Com um pouco de dor no braço direito, com dores de cabeça, mas fora isso estou bem.
-    Tenho de me levantar, o Tenente...
-    AI...
-    Rose, pára.- disse o Rodrigo.
-    Tens de descansar, tens de repousar, o Tenente João Ricardo já cá esteve.
-    O quê?!
-    Tenho de me levantar...
-    Rose, tens de ficar deitada e quieta para que a cicatriz não se descosa.
-    O Tenente João Ricardo, acreditou na historia que lhe contamos.
-    Por isso quando recuperares, podes fazer a tua vida longe daqui.
Eu comecei a fazer uma cara de sofrimento, pois com o movimento que fiz começaram as dores de novo e a febre. Fazia força nos dentes, mas o Rodrigo já sabia e disse:
-    Vês, eu disse-te.
-    Toma estes comprimidos, logo já estarás melhor.
Ao tomar os comprimidos, segundos depois adormeci, e o Rodrigo ficou ali sentado olhando por mim e para mim, vendo que teria de me deixar, mal recupera-se. E enquanto dormia ele beijou-me...
O tempo passou. Eu recuperei, e comecei a fazer as malas pois chegou a hora do adeus. Não quis falar, porque em certas alturas o silêncio é o melhor conforto, e vale mais que mil palavras. Parti, deixando para trás toda a minha vida, os meus amigos, o meu fiel cavalo, tudo e para sempre. A partir daqui, já ninguém me conhece, já não sou ninguém, agora só me resta o confronto com o futuro, para esquecer o passado. E parti num carro de aluguer.
  Finalmente chegou a essa tal casa, numa aldeia esquecida pelo mundo. A casa aparentemente era velha por fora, mas de seguida subi quatro degraus e bati á porta, aguardei. Mas nada, então voltei a tentar mas com mais força, voltando a aguardar. E foi então que se ouviu:
-    Vou já!
A porta abriu-se e apareceu um homem de 25 anos, que ainda vinha a vestir a camisa, e eu perguntei:

-    Esta é a casa da Morgan?
-    Sim.- respondeu-me ele com a cabeça.
-    E quem é você?
-    Ninguém, moro aqui.- respondeu-me ele.
-    Entra.
Entrei, a casa estava toda desarrumada, em más condições, uma espelunca e a precisar de ser pintada. A sala tinha uma lareira do lado esquerdo, do lado direito tinha um sofá com o rádio ao lado, em frente a cozinha. Junto a lareira tinha um candeeiro, a entrada uma outra cadeira mas de estar com um candeeiro junto da parede.
-    Bela casa.- disse.
-    Obrigada.
-    Fazemos por isso.
-    Não tem idade para ser o José.
-    Pois não, porque eu sou o Russell.
-    Os meus sentimentos.
-    És muito parecida com ela.- disse o Russell.
-    Desculpe acorda-los tão cedo, ainda nem é 11h30.
-    José!- disse o Russell.
-    Temos companhia.
-    Acorda.- disse o Russell indo a cozinha.
-    Podes pousar as malas, a gente não te morde.- disse o Russell voltando da cozinha.
-    Sumo?
-    Não, obrigado.
Pousei as malas e esperei, enquanto o Russell abria a porta onde o José estava deitado. Ao ver este estava todo desarrumado e imensos livros, caixas, uma confusão.
-    Levanta-te!- disse o Russell enchendo o copo para o José daquele suposto sumo que era álcool.
Eu estava na frente da porta vendo isto, o José debaixo dos lençóis com a mão de fora a espera do copo e perguntei?
-    Quando é o funeral?
-    Foi ontem...- disse o Russell.
-    Devias ter lá estado menina.- acrescentou o José.
-    Deves ter vindo por alguma razão.
-    Já deves saber do arranjo com a casa.
-    Que arranjo?- perguntou o Russell baixinho ao José.
-    O arranjo!- exclamou o José com o copo na mão.
-    Eu explico qual é?
-    A Morgan deixou a casa a nós os três.
-    O Russell e eu temos 2/3 e tu 1/3.
O Russell que estava sentado na outra cama na borda olhava-me e ao ouvir isto olhou para o José com ar de interrogação.

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