sábado, 11 de agosto de 2012

O Principio e o Fim do Inferno III: Autora: Sara Gonçalves - excerto 7 Final



Voltou para o seu escritório, subiu no elevador e quando ia a passar no corredor viu a Rose sentada na margem junto das janelas. Ela viu o Eduardo passar e chamou-o, ele ficou hesitante. Mas depois foi se sentar junto de mim, eu encostei a minha cabeça no seu ombro e disse:
-    Desculpa, Eduardo, mas não me deixes sozinha, não quero voltar a estar sozinha.
No dia seguinte, eu foi a casa do Russell falar com a Nina. Em casa do Russell:
-    Nina, parece que perdeste peso.
-    Tens alguma coisa a dizer?
-    Conta ao pai.
-    Não me sinto muito bem disse ela indo para o quarto.
-    Nina....
-    Não podes escondê-lo para sempre, não sabes?
-    Ela sabe?
-    O que vais fazer?
-    Como assim?- disse ele olhando para mim.
-    Daqui para a frente vou cuidar dela.
-    O quê?
-    Queres dizer que vais levá-la contigo?
-    Nem penses!

-    Vou resolver isto em tribunal.
-    O quê?
-    Estou a dizer-te o que farei.
-    Não posso permitir que ela seja criada por ti, numa situação destas.
-    Acabou-se.
-    Já fizeste o teu trabalho, mas agora acabou.
-    Eu trato dela.
-    Não podes separar-nos!
-    Assim não!
-    É para o bem dela.
-    O que podes oferecer-lhe?
Nesse momento a Nina sai do quarto e disse:
-    Não pode levar-me.
-    Nina, eu sou...a tua mãe.
-    A minha mãe morreu, por isso não dê ordens ao meu pai.
-    Sou a tua mãe.
-    Já lhe disse que a minha mãe morreu, porque é que está sempre a repetir o mesmo?
-    Não venha chatear o meu pai.
-    Vá-se embora!
-    Pai, porque é que disseste que a mãe tinha morrido?- perguntou a Nina a chorar.
-    Isso...
-    A minha mãe abandonou-me?
-    Não, não foi isso.
-    Não pude evitar, desculpa disse o Russell abraçando a filha.
A Rose foi-se embora...no quarto do pai a filha estava sentada na cama e o pai no chão. Este então ganhou coragem e disse:
-    Nina, lembraste quando te disse que talvez tivesses de ir a tribunal?
-    Pai, eu não quero ir.
-    Está bem, se não queres ir ninguém te vai obrigar.
-    Se eu não for não posso viver contigo?
-    Claro que podes.
-    Vou viver contigo para sempre.
-    Pai, porquê é que...que não podemos viver os três?
-    Lamento, Nina.
No dia seguinte, no parque em frente da casa do Russell estavam as duas sentadas num banco e a Rose disse:
-    Lamento, Nina.
-    Mãe?
-    Nina, chamaste-me de mãe?
-    Mãe, mãe...eu não quero ir a tribunal.
-    Eu também gosto de ti.
-    Porque não havia de querer viver contigo?
-    Mas não posso deixar o meu pai sozinho.
-    Ele adoeceria passado pouco tempo, tenho a certeza.
-    Mãe, por favor deixa-me viver com ele.
-    Nina...
-    Mãe, desculpa.
Á tarde, no tal bar com o Eduardo:
-    Talvez devesse desistir da custódia.
-    Vais desistir? Porquê?
-    Agora que sei o que a minha mãe fez, sinto que estou a fazer o mesmo a minha filha.
-    O pai da Nina tem-se safado muito bem sozinho.
-    Ele criou a Nina muito bem.
-    Acho que devo deixa-lo ficar com ela.
Por outro lado, no restaurante com o Brock e o Russell:
-    Não és capaz de viver um dia sem a Nina.
-    Mas ela pode ter mais condições se viver com ela.
-    Russell...!
-    Eu não quero saber de mim desde que ela esteja alegre.
(...)
O Russell voltou para casa, e quando chegou chamou a Nina...mas nada, foi ao seu quarto e novamente nada. Sentou-se no sofá e precisamente toca o seu telemóvel.
-    Estou?
-    O quê?!
Ouvindo o que disseram do outro lado da linha, saiu disparado e foi ao escritório do patrão de lutas.
-    Onde esta a minha filha?
-    Senta-te.
-    Onde é que ela esta?!
-    Acalma-te.
-    Foi a companhia dum tal Mark que a levou.
-    O quê?!
-    Não tive alternativa.
-    Agora terás de lutar, mas com uma condição, tens de perder.
Ele voltou para casa fez uma mala rápida, com pouca roupa e saiu em direcção do escritório do Mark. Chegou, entrou e encontrou-o sentado no escritório, o Russell viu-o e disse:
-    Onde esta a minha filha?
-    Senta-te.
-    Cala-te e traz-me a minha filha.
-    Estamos todos muito ansiosos por te ver lutar.- disse o Mark.
-    Não vim até aqui para lutar.
-    Vim aqui buscar a minha filha.
-    Se queres a tua filha vais ter de lutar e vais perder.
-    Se alguma coisa acontecer a minha filha…
-    Não me ameaces, se fizeres o que te digo.
-    A tua filha volta para ti, ilesa.
-    Se não…ele é uma miúda bem gira talvez…
-    Seu…
-    Tem calma.
-    Se alinhares não faremos mal a tua filha, mas se meteres água…
-    Está bem, mas quero a minha filha comigo antes do combate.
-    Se fizeres o que te mandamos, a tua filha volta para ti, depois do combate.
-    No terceiro assalto vais ao tapete.
-    Percebes-te?
-    Mas ninguém vence-o.
 Saiu do escritório do Mark e antes de partir foi avisar-me…ele foi. Eu mais o Brock fomos atrás da Nina. Numa casa que desconfiávamos…
  Chegamos a tal casa…com reforços e um mandado…
-    Porque é que esta aqui a policia em peso?
Era ele a começar a fugir e a policia atrás deles, a “lutar com eles”, a prende-los….enquanto eu e o Eduardo entramos na casa a procura da Nina.
Ao entramos a casa ainda estava com a escumalha dentro, e ai começou outro duelo.
-    Onde está o vosso patrão?!
-    Não sei…
-    Onde esta o vosso patrão?!- disse o Eduardo apontado a arma a cabeça de um.
-    Foi á pesca.
 O Eduardo então foi com um colega esconder-se atrás de uma árvore junto há margem. Esperou que eles saíssem, com um olhar muito fixo, e quando estes iam quase a chegar perto apareceu-lhes á frente.
-    Quieto!
-    Mas que raio…?!
-    Quieto, ou rebento-te os miolos.
-    Está preso…- disse o Brock tirando o mandado de prisão.
-    …e por rapto.- disse eu aparecendo do nada e dando-lhe uma cabeçada.
-    Diz-me onde é que ela esta?
-    Onde?!- perguntei eu colocando-lhe o pé em cima do tórax.
-    As tuas origens parecem humildes, mas o teu futuro será próspero.
 -    Próspero?
-    Vai-te lixar!
-    Não há bilhete de ida e volta para o céu.- disse eu por fim dando-lhe uma joelhada.
-    Estás acabado!
Alguns minutos depois, esta eu a olhar para o mar, junto a margem e o Eduardo chamou-me.
-    Podes ir eu tomo conta do recado.
-    Não há amor como o “primeiro”.
-    Ele deve ter esperado por ti durante muito tempo.
-    Desculpa Brock.
-    Ás vezes…
-    Houve momentos em que quis esconder os meus sentimentos.
-    Somos amigos.
-    Obrigado.
-    Desculpa.
-    Tenho de ir.
Já no ringue, estavam a ser apresentados, até que comece a luta. Raund 1…Raund 2…
Enquanto eu estava com o Brock já na casa onde estava a Nina…então bati á porta enquanto o Brock ficava escondido. A porta abriu-se e…
-    Olá.
-    Nós não preexistamos de empregada.
-    Funciona sempre.- disse eu depois de ter dado uma cabeçada AO TIPO…
Tínhamos  conseguido resgatar a Nina, e o Brock levou-nos ao sítio onde estava decorrendo o duelo, quando chegamos já estavam o 3 raund. E como o combinando ele tinha de perder, e foi o que ele estava a fazer, deixando o Jonhn bater-lhe…
-    Russell, levanta-te.- disse o Brock.
-    Vá lá, tu és capaz!
-    Pai, vá lá!
-    Pai!
-    Levanta-te!
-    Pai!
-    Estou aqui.
-    Consegues ouvir-me!!
-    Pai!!
-    Não chores, Nina.- disse o Russell para si mesmo estendido no chão.
-    Estou feliz por estar contigo.
-    Não sinto dor, nem medo por tua causa.
-    Paiiiii!!!
-    Levanta-te!!!!
Ele levantou-se e deu um pontapé ao Jonhy…foi parar ao hospital inconsciente.
Durante todos os momentos não tirei olho do Russell, nem da Nina. Velei pelos dois.
  E olhando isto disse para si mesma lembrando-se de tudo o que aconteceu desde aquele dia em que levou a Nina ao hospital:
-    Desculpa, Nina.
-    Eu não mereço ser mãe.
-    Não posso tornar-vos infelizes…é por isso que tenho de me ir embora.
-    Russell já podes.- disse o seu amigo BROCK indo ao quarto.
-    Vamos.
-    Onde está a minha mãe?
-    Nina…
-    Nina!- disse o Brock indo atrás dela.
Ela foi a secretaria chamar a mãe pelo microfone do hospital.
-    Mãe, sou eu a tua filha.
-    Eu sei que estas aqui.
-    Estas aqui, não estas?
-    Estas a ouvir-me?
-    Eu quero que sejas minha mãe.
-    Mãe, mãe a palavra que eu sempre quis dizer.
-    Mãe!!
Eu ouvindo isto vim a correr lá de fora do hospital ao encontro da minha filha…
-   Nina.
-    Mãe.
-    Mãe.!!- disse a Nina correndo na direcção da Rose.
Neste momento apareceu o PAI, a baixou-se e a Nina vendo isto tirou de dentro da sua bolsa um caixinha com dois anéis.
-    Mãe, lembraste destes anéis?
-    Acho que tu é que deves ficar com o príncipe.
-    Eu?
-    Toma…
Nesse instante apareceu lá o Jonhy, e disse:
-    Desculpa, eu não sabia que tinham RAPTO  a tua filha.
-    Tenho uma coisa para ti.- disse o Jonh dando-lhe o premio.
-    Obrigado.
Algum tempo depois, onde tudo começou. Eu estava na falésia, alguns minutos depois apareceu o Russell, o meu marido e a Nina, a minha filha.
Moral da historia contada por mim:
Contudo existe a raiva. Mesmo que assim não seja...pode modificar-te...transformar-te. Moldar-te e converter-te em alguém que não és.
  O lado bom disto portanto...é a pessoa que venhas a ser. Alguém que esperemos que desperte um dia...e se aperceba de que, não receia o trajecto a percorrer.
Alguém que saiba que a verdade é na melhor das hipóteses, uma historia parcialmente contada. E que no seu rasto deixa uma nova oportunidade de esperança...
  Mas o que sei eu?
  "Ainda sou apenas uma criança"



                                                                                                                         Fim

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