Voltou para o seu escritório, subiu no elevador e quando ia a passar no corredor viu a Rose sentada na margem junto das janelas. Ela viu o Eduardo passar e chamou-o, ele ficou hesitante. Mas depois foi se sentar junto de mim, eu encostei a minha cabeça no seu ombro e disse:
- Desculpa, Eduardo, mas não me deixes sozinha, não quero voltar a estar sozinha.
No dia seguinte, eu foi a casa do Russell falar com a Nina. Em casa do Russell:
- Nina, parece que perdeste peso.
- Tens alguma coisa a dizer?
- Conta ao pai.
- Não me sinto muito bem disse ela indo para o quarto.
- Nina....
- Não podes escondê-lo para sempre, não sabes?
- Ela sabe?
- O que vais fazer?
- Como assim?- disse ele olhando para mim.
- Daqui para a frente vou cuidar dela.
- O quê?
- Queres dizer que vais levá-la contigo?
- Nem penses!
- Vou resolver isto em tribunal.
- O quê?
- Estou a dizer-te o que farei.
- Não posso permitir que ela seja criada por ti, numa situação destas.
- Acabou-se.
- Já fizeste o teu trabalho, mas agora acabou.
- Eu trato dela.
- Não podes separar-nos!
- Assim não!
- É para o bem dela.
- O que podes oferecer-lhe?
Nesse momento a Nina sai do quarto e disse:
- Não pode levar-me.
- Nina, eu sou...a tua mãe.
- A minha mãe morreu, por isso não dê ordens ao meu pai.
- Sou a tua mãe.
- Já lhe disse que a minha mãe morreu, porque é que está sempre a repetir o mesmo?
- Não venha chatear o meu pai.
- Vá-se embora!
- Pai, porque é que disseste que a mãe tinha morrido?- perguntou a Nina a chorar.
- Isso...
- A minha mãe abandonou-me?
- Não, não foi isso.
- Não pude evitar, desculpa disse o Russell abraçando a filha.
A Rose foi-se embora...no quarto do pai a filha estava sentada na cama e o pai no chão. Este então ganhou coragem e disse:
- Nina, lembraste quando te disse que talvez tivesses de ir a tribunal?
- Pai, eu não quero ir.
- Está bem, se não queres ir ninguém te vai obrigar.
- Se eu não for não posso viver contigo?
- Claro que podes.
- Vou viver contigo para sempre.
- Pai, porquê é que...que não podemos viver os três?
- Lamento, Nina.
No dia seguinte, no parque em frente da casa do Russell estavam as duas sentadas num banco e a Rose disse:
- Lamento, Nina.
- Mãe?
- Nina, chamaste-me de mãe?
- Mãe, mãe...eu não quero ir a tribunal.
- Eu também gosto de ti.
- Porque não havia de querer viver contigo?
- Mas não posso deixar o meu pai sozinho.
- Ele adoeceria passado pouco tempo, tenho a certeza.
- Mãe, por favor deixa-me viver com ele.
- Nina...
- Mãe, desculpa.
Á tarde, no tal bar com o Eduardo:
- Talvez devesse desistir da custódia.
- Vais desistir? Porquê?
- Agora que sei o que a minha mãe fez, sinto que estou a fazer o mesmo a minha filha.
- O pai da Nina tem-se safado muito bem sozinho.
- Ele criou a Nina muito bem.
- Acho que devo deixa-lo ficar com ela.
Por outro lado, no restaurante com o Brock e o Russell:
- Não és capaz de viver um dia sem a Nina.
- Mas ela pode ter mais condições se viver com ela.
- Russell...!
- Eu não quero saber de mim desde que ela esteja alegre.
(...)
O Russell voltou para casa, e quando chegou chamou a Nina...mas nada, foi ao seu quarto e novamente nada. Sentou-se no sofá e precisamente toca o seu telemóvel.
- Estou?
- O quê?!
Ouvindo o que disseram do outro lado da linha, saiu disparado e foi ao escritório do patrão de lutas.
- Onde esta a minha filha?
- Senta-te.
- Onde é que ela esta?!
- Acalma-te.
- Foi a companhia dum tal Mark que a levou.
- O quê?!
- Não tive alternativa.
- Agora terás de lutar, mas com uma condição, tens de perder.
Ele voltou para casa fez uma mala rápida, com pouca roupa e saiu em direcção do escritório do Mark. Chegou, entrou e encontrou-o sentado no escritório, o Russell viu-o e disse:
- Onde esta a minha filha?
- Senta-te.
- Cala-te e traz-me a minha filha.
- Estamos todos muito ansiosos por te ver lutar.- disse o Mark.
- Não vim até aqui para lutar.
- Vim aqui buscar a minha filha.
- Se queres a tua filha vais ter de lutar e vais perder.
- Se alguma coisa acontecer a minha filha…
- Não me ameaces, se fizeres o que te digo.
- A tua filha volta para ti, ilesa.
- Se não…ele é uma miúda bem gira talvez…
- Seu…
- Tem calma.
- Se alinhares não faremos mal a tua filha, mas se meteres água…
- Está bem, mas quero a minha filha comigo antes do combate.
- Se fizeres o que te mandamos, a tua filha volta para ti, depois do combate.
- No terceiro assalto vais ao tapete.
- Percebes-te?
- Mas ninguém vence-o.
Saiu do escritório do Mark e antes de partir foi avisar-me…ele foi. Eu mais o Brock fomos atrás da Nina. Numa casa que desconfiávamos…
Chegamos a tal casa…com reforços e um mandado…
- Porque é que esta aqui a policia em peso?
Era ele a começar a fugir e a policia atrás deles, a “lutar com eles”, a prende-los….enquanto eu e o Eduardo entramos na casa a procura da Nina.
Ao entramos a casa ainda estava com a escumalha dentro, e ai começou outro duelo.
- Onde está o vosso patrão?!
- Não sei…
- Onde esta o vosso patrão?!- disse o Eduardo apontado a arma a cabeça de um.
- Foi á pesca.
O Eduardo então foi com um colega esconder-se atrás de uma árvore junto há margem. Esperou que eles saíssem, com um olhar muito fixo, e quando estes iam quase a chegar perto apareceu-lhes á frente.
- Quieto!
- Mas que raio…?!
- Quieto, ou rebento-te os miolos.
- Está preso…- disse o Brock tirando o mandado de prisão.
- …e por rapto.- disse eu aparecendo do nada e dando-lhe uma cabeçada.
- Diz-me onde é que ela esta?
- Onde?!- perguntei eu colocando-lhe o pé em cima do tórax.
- As tuas origens parecem humildes, mas o teu futuro será próspero.
- Próspero?
- Vai-te lixar!
- Não há bilhete de ida e volta para o céu.- disse eu por fim dando-lhe uma joelhada.
- Estás acabado!
Alguns minutos depois, esta eu a olhar para o mar, junto a margem e o Eduardo chamou-me.
- Podes ir eu tomo conta do recado.
- Não há amor como o “primeiro”.
- Ele deve ter esperado por ti durante muito tempo.
- Desculpa Brock.
- Ás vezes…
- Houve momentos em que quis esconder os meus sentimentos.
- Somos amigos.
- Obrigado.
- Desculpa.
- Tenho de ir.
Já no ringue, estavam a ser apresentados, até que comece a luta. Raund 1…Raund 2…
Enquanto eu estava com o Brock já na casa onde estava a Nina…então bati á porta enquanto o Brock ficava escondido. A porta abriu-se e…
- Olá.
- Nós não preexistamos de empregada.
- Funciona sempre.- disse eu depois de ter dado uma cabeçada AO TIPO…
Tínhamos conseguido resgatar a Nina, e o Brock levou-nos ao sítio onde estava decorrendo o duelo, quando chegamos já estavam o 3 raund. E como o combinando ele tinha de perder, e foi o que ele estava a fazer, deixando o Jonhn bater-lhe…
- Russell, levanta-te.- disse o Brock.
- Vá lá, tu és capaz!
- Pai, vá lá!
- Pai!
- Levanta-te!
- Pai!
- Estou aqui.
- Consegues ouvir-me!!
- Pai!!
- Não chores, Nina.- disse o Russell para si mesmo estendido no chão.
- Estou feliz por estar contigo.
- Não sinto dor, nem medo por tua causa.
- Paiiiii!!!
- Levanta-te!!!!
Ele levantou-se e deu um pontapé ao Jonhy…foi parar ao hospital inconsciente.
Durante todos os momentos não tirei olho do Russell, nem da Nina. Velei pelos dois.
E olhando isto disse para si mesma lembrando-se de tudo o que aconteceu desde aquele dia em que levou a Nina ao hospital:
- Desculpa, Nina.
- Eu não mereço ser mãe.
- Não posso tornar-vos infelizes…é por isso que tenho de me ir embora.
- Russell já podes.- disse o seu amigo BROCK indo ao quarto.
- Vamos.
- Onde está a minha mãe?
- Nina…
- Nina!- disse o Brock indo atrás dela.
Ela foi a secretaria chamar a mãe pelo microfone do hospital.
- Mãe, sou eu a tua filha.
- Eu sei que estas aqui.
- Estas aqui, não estas?
- Estas a ouvir-me?
- Eu quero que sejas minha mãe.
- Mãe, mãe a palavra que eu sempre quis dizer.
- Mãe!!
Eu ouvindo isto vim a correr lá de fora do hospital ao encontro da minha filha…
- Nina.
- Mãe.
- Mãe.!!- disse a Nina correndo na direcção da Rose.
Neste momento apareceu o PAI, a baixou-se e a Nina vendo isto tirou de dentro da sua bolsa um caixinha com dois anéis.
- Mãe, lembraste destes anéis?
- Acho que tu é que deves ficar com o príncipe.
- Eu?
- Toma…
Nesse instante apareceu lá o Jonhy, e disse:
- Desculpa, eu não sabia que tinham RAPTO a tua filha.
- Tenho uma coisa para ti.- disse o Jonh dando-lhe o premio.
- Obrigado.
Algum tempo depois, onde tudo começou. Eu estava na falésia, alguns minutos depois apareceu o Russell, o meu marido e a Nina, a minha filha.
Moral da historia contada por mim:
Contudo existe a raiva. Mesmo que assim não seja...pode modificar-te...transformar-te. Moldar-te e converter-te em alguém que não és.
O lado bom disto portanto...é a pessoa que venhas a ser. Alguém que esperemos que desperte um dia...e se aperceba de que, não receia o trajecto a percorrer.
Alguém que saiba que a verdade é na melhor das hipóteses, uma historia parcialmente contada. E que no seu rasto deixa uma nova oportunidade de esperança...
Mas o que sei eu?
"Ainda sou apenas uma criança"
Fim
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