quinta-feira, 9 de agosto de 2012

O Principio e o Fim do Inferno III: Autora: Sara Gonçalves - excerto 6


Ele depois de ler isto foi ao quarto da filha dar-lhe um beijo de boa noite e disse em pensamentos:
-    Nina, obrigado por confiares num pai como eu.
Em seguida fechou a porta do quarto e foi para a sala, acendeu as velas do bolo e disse:
-    Estou sempre a pedir desculpa e sempre a agradecer.
-    Adoro-te, Nina.
No manhã seguinte para recompensar a filha foi passear, andar de bicicleta de dois lugares. Depois estavam a passar junto a margem do mar e o pai perguntou:
-    Estás contente?
A Nina olhou para baixo e viu uma miúda de 4anos com os pais, ele olhou para trás e apercebeu-se, depois olhou para a filha que estava sorrindo e continuaram. Estiveram todo o dia na brincadeira e juntos. Enquanto a Rose estava a praticar tiro ao prato.
No dia seguinte, a Nina e a Rose foram ao shopping, enquanto subiam nas escadas rolantes a Nina disse:
-    Queres ver a fotografia da minha mãe?
-    Ela é linda.

-    A tua mãe?
-    O meu pai explicou-me e eu desenhei-a.
Ela tinham ido a joalheira comprar umas alianças, escolheu e depois perguntou:
-    Que tal estás?
-    São bonitas, mas ficam muito grandes.- disse eu com um sorriso.
-    São para quem?
-    É um segredo.
-    Conta-me, por favor.
Então a Nina, disse-me ao ouvido que era para o seu pai.
-    Para o teu pai?
-    Mas estas alianças são para namorados.
-    Pois, eu amo o meu pai.
-    E vou dar-lhe este anel quando me casar com ele.
-    Vais te casar com ele?
-    Porque não?
-    Não te podes casar com ele, mesmo que gostes assim tanto dele.
-    Porque não?
-    Nada pode impedir o amor.
-    Mas há uma lei.
-    Nem num país diferente?
-    Não, não podes.
-    Tome.
-    Obrigada.
-    Adeus.
Neste momento tocou o telemóvel da Rose, esta atendeu e perguntou quem era. Era o Eduardo, o seu namorado a combinar almoçar no shopping. No almoço:
-    Pensei que ia ver uma outra rapariga bonita, mas...- disse o Eduardo na brincadeira.
-    O quê?- disse a Nina.
-    Eu não sou bonita?
-    Talvez, criei uma expectativa muito grande.
-    Ouve lá, não sabes dizer nada de jeito.- disse a Nina.
-    Aposto que escolhes sempre a rapariga errada.
-    O quê?
-    Pois, é ela tem razão.- disse eu na brincadeira sorrindo.
-    Pronto esta bem, vocês ganharam.- disse o Eduardo sorrindo.
O tal antigo patrão do Russell de lutas ilegais, estava numa corrida de cavalos, e o Russell foi lá ter com ele. A corrida acabou, e o antigo patrão do Russell ganhou a aposta, ao sair viu-o e disse:
-    Campeão...tens de vir ter comigo um dia destes.
-    Vou dar-te hipótese de veres o mundo melhor.- disse o antigo patrão dando-lhe um cheque.
A noite já tinha caído, a Nina estava no terraço a espera do pai e perguntava-se:
-    Porque é que ele está a demorar tanto?
-    E se lhe aconteceu alguma coisa?
De repente ouviu a porta bater e voltou para dentro, mas o pai veio ter com a filha ao terraço.
-    Nina.
-    Pai.
-    Pai, porque é que bebeste tanto?
-    Esperaste por mim?- perguntou o Pai.
-    Estou tão bêbado.
-    Vou dormir.
Desceu as escadas, ele veio se deitar e a filha também, mas estava vestido e a Nina disse:
-    Pai, tens de tirar a roupa.
-    Não sei porque é que as pessoas gostam de álcool.- disse ela desabotoando as calças do pai.
-    Não querem saber da família.
-    Nina, um homem tem de conseguir tirar as calças sozinho.- disse o pai sentando-se na cama.
-    Se não conseguir, é o fim da vida.
-    Por isso, vou eu tirar as calças.
-    Espera um pouco, Nina.- disse o pai levantando-se.
Alguns minutos depois, ele estava deitado e a sua filha estava lhe passado com um pano molha pela cara e disse para si mesma:
-    Eu sei que tens sofrido muito.
-    Anima-te, pai.
No dia seguinte ao fim da tarde, o pai da Nina estava participando numa luta ilegal com cinco pessoas lutando umas contras as outras, onde existem apostas. Entretanto ouviu-se a voz duma mulher dizer:
-    Este é um combate sem limites.
-    A regra é não haver regras.
-    O último homem de pé será o vencedor.
-    Porque está ele tão seguro em relação do bófia?- perguntou o filho do patrão do Russell.
-    Não entendo.
-    Cala-te.
Alguns minutos tinham passado, e já só tinha sobrado aqueles 5 lutadores, o Russell e um matulão, então um dos sócios do seu patrão perguntou?
-    O que é que o Russell tem de tão especial?
-    Ele é um belo lutador.- disse um homem do ringue.
As apostas aumentavam, até que em poucos minutos acabou a luta e quem ganhou foi o Russell, com muito esforço.  
  Entretanto a voz da mulher que falou ao princípio voltou a ouvir-se.
-    O desafio acabou.
Todos começaram a sair, mas ele continuava no ringue, com sangue a escorrer da boca, e um pouco dorido. Encostou-se, sentou-se a um canto, e o seu patrão de lutas ao ir embora passou por ele e disse tirando o dinheiro para lhe pagar:
-    És um campeão.
-    Bom trabalho.
No escritório do Mark, o assistente do Russell estavam a ver o filme do próximo lutador, com que o Russell ia lutar.
-    O que achas?- perguntou o Mark.
-    Não sei.- disse o assistente do Russell.
-    O que pretendes de mim?
-    Ele é o campeão do mundo, ninguém pode vencê-lo.- disse o Mark.
-    Pois, eu sei, e depois?
-    Quero a desforra entre o Jonhy e o Russell.
-    O Russell?
-    Não compreendo o que queres dizer.
-    Vê se percebes isto, desta vez quero um combate limpo.
-    O Jonhy era para ser o campeão incontestável.
-    E esperei muito tempo por este combate.
-    Não, eu não posso organizar esse tipo de combates.
-    Mesmo que recuses eu arranjo maneira de conseguir
No escritório do patrão de lutas:
-    Conheces o Jonhy, não é?- perguntou o patrão ao Russell.
-    O Jonhy?
-    Ele quer lutar contigo.
-    Mas eu não quero lutar com ele.
-    Vais lutar, sim.
-    Ás vezes temos de fazer o que não queremos.
-    Já disse que não.
-    Eu sei, é difícil guardar-mos aquilo que nos é mais precioso.
-    Acho que não queres perder a tua filha.
-    O que é que dissestes?- disse o Russell levantando-se da cadeira.
-    Estás a ameaçar-me?
-    Só estou a pedir que penses nisso.
-    Queres que pense em quê?!
-    Não aguento mais isto!
No escritório da Rose, mais um caso devido a internet:
-    Ele tem 18anos.
-    Conheceram-se pela internet e tiveram relações.
-    Agora ele esta  com o pai.
-    Quero ver o pai dele.
-    Olá, Sra promotora de justiça disse o Professor Taynor.
-    O senhor é que é o pai?
-    Bem, eu...
-    Eu não sabia que ele era um adolescente.
-    Parecia que já tinha idade!
-    Mas tu não reclamaste.
-    Foi por tua causa que parecia mais velho.
-    Seu fedelho!- disse o pai dando-lhe um "carolo".
-    Andam por aí tantas miúdas jovens e bonitas...
-    Não aprendeu nada!- disse eu tirando os óculos de ler e levantando-me.
-    Não, por favor...!
-    O meu nariz!
Em casa da Nina, estava andava a limpar o pó e a cantar. Quando viu um álbum de fotos debaixo da cómoda do quarto do pai, ao virar a primeira folha viu uma foto da mãe. De novo no escritório da Rose:
-    Vá lá, por favor, não fiz de propósito.- dizia o Professor Taynor.
Enquanto, do lado direito, estava no escritório do Eduardo o Russell.
-    Eras polícia e campeão em lutas.
-    Sou o promotor de justiça, Eduardo, e sou responsável por este caso.
-    Trabalhavas na secção de investigação.
-    E eu sei...que quando estavas a investigar os grupos que exerciam o jogo ilegal andaste á pancada com eles.
-    E também que contactaste com o pai de um dos rapazes do grupo.
-    Por favor, não me interpretes mal.
-    Como ando á procura de informações...achei que podias dar-me uma ajuda.
Passado um bocado ele saiu da sala do Eduardo de cabeça baixa, e a Rose vinha a passar no corredor quando o viu. Ficou "chocada", virou-se para trás e viu-o indo embora. Ela não queria acreditar, era impossível, mas era ele, o Russell.
  Ao meio da tarde num bar, a Rose estava com o Eduardo e já não estava lá muito bem, só via ela a beber...
-    Vamos casar!- disse ela.
-    Assim de repente, porquê?
-    Porque eu quero.
-    Porque estás tão fraca hoje?
-    Tu és a Rose!
-    É difícil.- disse ela suspirando.
-    O que é assim tão difícil?
-    Viver é difícil.
-    Rose, já chega.- disse o Eduardo.

Em casa do Russell, e Nina. Este estava no quarto vendo as fotos que tinha com a Rose quando casaram-se, durante a gravidez...quando o telemóvel do Russell tocou.
-    Estou?
-    Brock. Onde estás?
O Brock era o seu assistente que estava a dizer para ir ter com ele ao restaurante do costume. No restaurante:
-    Não entres neste combate.
-    Ele está muito melhor, por causa do combate sem limites.
-    Ele já não é o homem que tu conhecias.
-    Eu acho que já não te conheço mas é a ti.
-    Tu não sabes....!
-    O Jonhy já te deu uma coça a uma data de tipos.
-    Ele é um medroso.
A Rose foi a casa da Nina, bateu a porta e quem abriu foi a Nina que disse:
-    Não esta ninguém em casa.
-    Tens uma casa bem gira.
-    Deves ser melhor do que o teu pai.
De repente quando a Rose olha para o quadro que estava na parede e ouve a Nina dizer que aquele é que era o seu pai, a Rose estava sem palavras, estava...o impacto foi tanto que era impossível de acreditar.
-    É o teu pai?
Nesse momento a Nina começou a tossir e depois desmaiou...no hospital, ficou no quarto a cuidar dela, até que ela acordou.
-    Onde é que eu estou?
-    Estás no hospital.
-    Como é que te sentes?
-    Tenho de ir para casa, o meu pai vai ficar preocupado.
-    Não podes ir já, tens de ficar mais um pouco.
-    Eu vou ligar ao teu pai.
-    Qual é o número dele?
-    Bem....
No restaurante onde estava o Russell e o Brock:
-    Obrigado, por teres aparecido.
-    Vá, Brock vamos beber até cair para o lado.
Começou a tocar o telemóvel ele atendeu:
-    Estou?
-    A minha princesa.
-    O quê?
-    No hospital?
Entretanto ele foi para o hospital e o Brock também, ao entrar foi logo ter com a filha. E a Rose levantou-se da cadeira e foi colocar-se junto a porta.
-    O que tens?- perguntou o Russell.
-    Agora já estou bem.
-    Que tens?
-    Pai, ela trouxe-me até aqui, nós somos amigas.
-    Sim.
Quando se virou, olhou para a porta deu de cara com a Rose, esta disse:
-    Com licença. Adeus.
-    Dá-nos licença, Nina.- disse o Russell indo atrás de mim.
Cá fora, fora do hospital de noite ela estava falando com o Russell:
-    Ela tem 8 anos!
-    Significa que tiveste outra filha enquanto estavas comigo.
-    Por isso é que desapareceste sem dizer nada?
-    E agora estás aqui!
-    Que tipo de homem és tu!?
-    Não é nada disso.- disse ele parando e virando-se para mim.
-    E não tens nada a ver com a Nina.
-    Nunca mais vás ter com ela!
-    Nunca mais!
-    Espera ai!
-    Não mereces ser pai.
-    Seu filho da mãe!
-    O filho da mãe que é melhor do que a mulher que abandonou a filha.
-    É melhor do que uma mulher como tu que não reconhece a própria filha.
-    O quê?!
-    A filha é de quem?
-    És doido!
-    Não, tu é que não mereces ser mãe.
-    Abandonaste-a num orfanato.
-    Num orfanato?
-    O que estás para aí a dizer?
-    Não estás a dizer que a Nina é minha filha, pois não?
-    A Nina?
-    Nem te atrevas a dizer o nome dela.
-    Não mereces!
-    Não pode ser, a mãe da Nina morreu já morreu.
-    Pois, foi o que eu lhe disse.
-    Mas eu achava que tu estavas morta.
-    Nunca mais te quero ver.- disse ele indo-se embora, indo ao hospital buscar a Nina.
-    Não, não...- dizia eu.
Por coisas do destino a sua mãe estava cá, na cidade. Ela foi lá a casa....e:
-    Para que é que disseste isso?
-    Porque é que dizes-te que o meu bebé tinha morrido?!
-    Estas a falar do quê, Rose?
-    Sabes o que fizeste?
-    A menina pensa que a mãe morreu, fez um retrato da mãe.
-    Eu nem consegui reconhecer a minha própria filha.
-    Fi-lo por ti.
-    Naquele dia...eu não queria que sofresses.
-    Nunca saberás como é difícil criar uma criança sem marido.
-    Desculpa.
-    Achei que seria o melhor para ti.
-    Como pudeste?
-    Como?
-    Ela era um bebé!
-    Como pudeste lhe fazer isso!?
-    Nunca entenderei.
A Rose depois disto saiu porta fora, e no carro chorando disse:
-    Não te perdoo, mãe.
-    Nina, pensava que tinhas morrido!
-    Nem acredito que és minha filha disse eu parando o carro na margem da estrada.
-    Nina...perdoa-me...
Enquanto isso no terraço, o Russell estava a pensar na Rose e estava com uma garrafa.
-    Rose...pensava que tinhas morrido.
-    Perdoa-me por não ter ido á tua procura.
Ele dizendo isto começou a lembrar-se do dia que soube que a Rose tinha morrido...levantou-se e começou a treinar no saco de porrada que tinha no terraço. Enquanto isso a Rose foi para o habitual bar onde, ela e o Eduardo costumavam ir e:
-    Estás completamente fora de ti, anda, levantaste disse o Eduardo.
-    Desculpa, desculpa disse eu ao Eduardo.
-    Eu não sabia...
-    Não fiz por mal.
E segundos depois, ela levantou-se meio zonza e foi para o seu escritório. O Eduardo levantou-se olhou para mim e voltou a sentar-se em seguida bebeu um drink.




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