domingo, 10 de junho de 2012

A carta do adeus


Escrevo-te aqui hoje para te expor que estou enlouquecendo lentamente, ouvindo apenas a tua voz ao telefone. E isso não basta para acabar com a minha dor.
São horas incalculáveis no extravio das batalhas. Meses a fim submersa num abismo de desonras. Pensei que aguentaria de alguma forma.
Mas agora sinto o gosto das lágrimas nos meus lábios e a iminente proibição de me aproximar de ti. Pergunto-me como poderei sobreviver a esta fábula. Sem que o meu coração fique partido. E esta tristeza desapareça e morra soterrada no esquecimento da minha alma, porque nada se compara ao alívio que sinto junto de ti. Nas horas de maior êxtase. O mundo pára, os problemas se sonegam e o futuro se desabrocha diante de nós como um botão de rosas, no nascer da manhã. Mas esse fenómeno é surreal e na minha realidade, é tudo tão solitário. Que nada impede a queda destas lágrimas insuladas novamente.
Onde foi que errei?
Eu sabia, que era tudo uma mentira. Ninguém conquista o impossível. Quantos dias…Vivi aglutinada à força dos sonhos. E hoje comprovei que fracassaram. Eu somente desejava quebrar uma antiga profecia… Então sozinha com a minha derrota. Encolho-me a um canto, entre lágrimas, páginas caligráficas e a serem escritas, sonhos e marcas decompostas. O mundo abateu-se sobre os meus ombros e tudo se confundiu dentro da minha alma. Se soubesses quanta noites perdi chorando, relendo aquelas cartas, que não consegui jogar fora. Acreditando que mesmo no fundo do poço, podia ganhar. Levasse o tempo que levasse. Deste-me novo alento para continuar, porém o esgotamento era óbvio. E foi difícil de contender. Ainda assim, liquidada e condenada permaneces no coração ferido e apagado, como todos os outros amores que perdi durante a minha vida, cada um com intensidades diferentes, porque o amor, não é só entre homem e mulher. Existe entre amigos, família, animais… histórias reais que nos tocam e nos pensamentos se escondem… Perdoa-me por ter sido fraca, mas entre o pouco que me restou e as dores estridentes que carrego. Escolhi ceder ao caminho mais fácil… o adeus.

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