Vinha
caminhando pela rua quando o meu telemóvel tocou. Era número privado. Então
atendi a chamada.
- Sim?
- Olá. Como
estás? Hoje estás muito bonita.
- Ryan?
- Sim, meu
amor. Temos de falar.
- Eu não tenho
nada para falar contigo. Adeus.
De repente vi
ao fundo da rua ele saindo do carro e rindo-se para mim. O seu sorriso não era
normal. Ele não parecia normal. E numa das mãos podia jurar que algo brilhava.
Ao ver que parara. Fechou o carro e começou a caminhar em passo apressado na
minha direcção. Algo dentro de mim avisava-me para fugir. O meu sangue começava
a circular velozmente nas veias. E então foi quando pude ver. Ele tinha uma
navalha nas mãos. Ao aperceber-se que eu percebera. Apressou ainda mais o passo
e começou a gritar:
- Estás com
medo de mim? Eu não te vou fazer mal. Mas foste uma menina feia. Já sei que
tens outro. Anda cá não fujas.
Ele ia fazer-me
mal sim. Aquele não era mais o Ryan que conhecera Comecei a correr rua abaixo
e entrei na mata tentando despista-lo. Atrás de mim podia ouvi-lo ameaçando-me
e rindo. Gritando para não fugir. Ou era bem pior quando me apanha-se. O que
faço? Tentei ligar para alguém, e liguei para Gustavo. Era o número que tinha
em primeiro lugar nas chamadas marcadas e pedi-lhe ajuda.
- Estás a falar
com quem doçura? – Gritou Ryan agarrando-me o braço.
- “Aló. Nina?
Nina!
- A Nina não
pode mais atende-lo. Não sabe que ela tem namorado! – E desligou o telemóvel –
Eu avisei-te meu amor.
- Larga-me
Ryan! Nós não temos mais nada. Pára com esta loucura. Por favor.
- Loucura? Tu
abandonaste-me porque já tinhas outro. Isso é tão feio Nina. – Disse ele
passando a navalha pelo meu corpo. – Tu agora vais dar-me o que prometeste.
Serás toda minha! Ou aqui a minha amiga vai gostar de brincar contigo também.
Ele começou a
beijar-me e a tocar-me o corpo todo. De seguida jogou-me no chão. E tentou
despir-me. Eu não podia permitir que continua-se. Não podia. Preferia mesmo a
morte.
- E é bom que
faças gemidos. Não quero sentir-me a fazer amor com uma boneca!
- Vem então.
Toca-me.
Ryan subiu para
os meus seios e começou a deleitar-se. Esperei o momento oportuno para
conseguir soca-lo no meio das pernas e tentar fugir. Mas mal o fizera e ele
rapidamente me agarrou e cortou-me o braço.
- Queres
brincar não é? Vamos a isso. Quantos cortes irão ser precisos para suplicares
que pare?
- Faz o que
quiseres! Não tenho medo de ti!
Envolvemo-nos
numa luta injusta. Pois eu nunca teria mais força que ele. Muito menos quando
ele estava armado. Rebolávamos pelo chão e a certa altura já nem sentia mais os
cortes que me eram infligidos. Começara a ver pontinhos pretos a turvar-me a
vista e a sentir-me enfraquecida Ele há algum tempo que parara com as
agressões. Ao sentir-me cada vez mais imóvel e inconsciente. Quando de repente
antes de adormecer de vez, pude ver o Ryan ser afastado de mim e ver a cara de
Gustavo.
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