Mais uma vez acordo e apercebo-me que pela primeira vez
na vida está tudo bem. E isso é impressionante. Lentamente olho em volta e dou por mim a
pensar. Eu não sou fraca. Se aguentei até aqui, aguentarei o que vier. Ninguém
está a salvo... Truz! Truz! Alguém batendo na porta do meu quarto.
- Nina já estás acordada?
- Sim. Pode entrar avó. O que se passa?
- Vim só ver como estavas.
- Estou bem avó, mas farta de estar aqui fechada. Hoje
acho que vou passear lá para fora. – Disse sorrindo.
- Tens a certeza? Ainda não será muito cedo?
- Avó eu preciso de espairecer. A sério. Eu estou bem
Aprontei-me
e parti à descoberta. Não vou mentir tinha medo. O que me tinha acontecido
ainda estava bem fresco na memória. Mas se nunca tentasse ultrapasa-lo nunca me
curaria. Então antes de sair de casa guardei uma navalha no interior do cinto
do vestido.
O dia
estava calmo e razoável O sol brilhava lá no alto e eu decidi aproximar-me do
lago perto do meu jardim. Ao olhar o meu reflexo na água voltei a reviver o que
me tinha acontecido e subsaltei-me. Isto é mentira. Mas...agora me lembro de
que a última coisa que vira fora a cara de Gustavo.
- Olá Nina.
Estaria a sonhar? Posso jurar que ouvi uma voz me chamar.
Uma voz de homem! Fiquei impavida, tentando cogitar uma hipótese de agarrar a
navalha sem ser descoberta.
- Sou eu Nina.
Virei-me de repente
empunhando a navalha. Estava pronta para morrer ou matar se fosse necessário.
Mas mais homem nenhum iria abusar de mim.
- Eh! Calma. Sou eu
o Gustavo. Desculpa assustar-te.
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