Acordo
de manhã já fatigada. É sempre a mesma coisa. Sempre a mesma rotina. Sempre as
mesmas discussões. Sempre o mesmo de sempre. É sempre o mesmo. Contas chegando,
pessoas partindo. Paixões cessando, sonhos expirando. Amor, ódio, inveja,
represálias, derrotas. Enfim não existe, ninguém neste mundo que não passe por um
infortúnio destes num só dia. Eu apenas não consigo viver mais deste jeito. E vocês?
Oiço constantemente uma voz dizer-me: - Deste
lado é tudo mais fácil. Terás paz. Vejo-me inúmeras vezes rodeada por sangue e com
as mãos manchadas do mesmo... Eu tenho uma pequena impressão de que o meu único desejo
já só passa por isso mesmo. Destruição. É sempre a mesma coisa,
a mesma rotina, as mesmas discussões, o mesmo de sempre. Já não sou razão
pelo que valha a pena respirar ou pela qual valha a pena chorar… Eu, tal como
muitos de vós apenas já não pode aguentar... Esta vida de prostração... Estou, farta de ti, de vós. Do mundo. Os meus nerónios extinguiram-se,
o meu coração emperrou. Sentimentos? Nem vê-los. Apenas estilhaços do que antes
fora, embutidos no cérebro quedaram. É hoje! É o dia! São 5 pra meia-noite. De
frente para as fotografias de outros tempos, outras épocas. Eu entrego a minha
alma.
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