Sim, é verdade. Eu confesso. Ele ainda vive em mim. Eu, ainda o amo. Mas não posso ficar com o que já não me pertence. Fiz uma escolha. Ele ficará bem melhor sem mim. Doí. Não vos vou mentir. Mas tudo passa, tudo passa. Sim, eu sei que ambos sofremos. Eu sei que o amo, porra. Mas acabou. Está na hora de o arrancar de dentro do meu peito. Ficará uma cicatriz nesse lugar, como tantas outras. Continuei o meu caminho, não passo de um simples anjo caído. Na minha cabeça permanece a sua imagem. Os seus despautérios. Os defeitos que mais odeio nele. Frente ao espelho contemplo a dura verdade. Olhos vermelhos e inchados. Choro desalmadamente. É agora ou nunca. Agarro em tudo que é dele, antes que a coragem me falte e ateio-lhe fogo. É um adeus definitivo. Sinto o calor queimar a minha face, e o frio inundando-me o corpo de alto abaixo. Está-me deixando para todo o sempre. Mas eu ainda o amo! Aclamo chorando. Eu, ainda o amo. Meu Deus. Ele ainda vive em mim, faça o que fizer. Queime o que ainda houver, diga o que dizer. O aconchego dos seus braços, nunca desapegar-se-ão do meu corpo, os seus carinhos sinceros nunca largar-me-ão o espirito. O seu toque suave quando choro, ainda cá está. “ Tu não podes ficar com ele. Recordaste do passado? Segue o teu caminho, sozinha! Tu não o amas. Aliás nunca amaste!” Vós tenhais razão. Estou sofrendo em vão. Ele já nem me ama mais. Abro o correio eletrónico e vejo uma notificação de alteração de perfil. Em letras bem gordas.
Solteiro. Interessado em Mulheres.
Acabo com o sacrilégio e ligo para ele. Alô? – Pergunta uma voz feminina do outro lado da linha. E não muito longe ele rindo-se e chamando pela desconhecida. Sim, é verdade. Ainda o amo… mas nesta história o final acaba assim.
An obligation, became for me
the end
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