segunda-feira, 23 de julho de 2012

O Principio e o Fim do Inferno II: Autora: Sara Gonçalves - excerto 14


No dia seguinte de manhã estava um lindo dia ela e o Sameer apanharam a camioneta para o aeroporto. A Giochi e os outros diziam adeus, ela cá a janela também. Entretanto chegou o Sameer, sentou-se ao seu lado "aconchegou-se" olhou para ela e depois começou a ler, ela apercebeu-se e olhou para ela sorrindo, depois reparou no seu reflexo no vidro da camioneta e mais contente ficou. Chegaram de avião, a saída do aeroporto apanharam um táxi de volta para casa, ambos estavam cansados e adormeceram, até o taxista ter feito uma brutal travagem que acordou a Nana ficando subsultada.
-    Sameer.
Mas como este estava dormindo tão bem não o quis acordar, então começou a lembra-se da visão que teve e a ter aquela sensação esquisita.
-    Meu Deus!
-    Não!
Saiu do carro e foi ver o que se passava, então viu a polícia, fitas para barrar a passagem na estação de comboios. De repente começou a ver as sombras negras, como estavam distraídos resolveu passar. Entretanto o Sameer acordou, olhou para o lado mas ela não estava lá então olhou para a frente e disse:
-    Mas...?
Enquanto a Nana corria para a estação de comboios, quando entrou não sabia para que lado devia ir. Até que essa sensação lhe indicou o caminho, ela abriu a porta entrou e depois desceu as escadas para a estação onde tinha ocorrido o acidente.
-    Que raio...?- disse o Sameer.
Saiu do carro e foi ver o que se passava e onde tinha ido a Rose, onde ela estava, quando chegou ia a passar por pela fita mas foi pego pelo policia.
-    Não pode passar.
-    Por favor vá por ali.
-    Mas...
A Rose quando desceu as escadas viu a passagem barrada com fitas da polícia, mesmo assim passou por baixo. Viu então o comboio descarrilado, mas entretanto apareceu um polícia que disse:
-    Desculpe senhora, mas não pode estar aqui.
-    O quê?- disse a Rose virando-se, mas subsultada.
-    O que se passou?- perguntei.
-    Um descarrilamento.
-    Ouve vitimas?
-    Veja isso quando chegar a casa.
-    Por favor, vá-se embora.
-    Rose, o que se passou?- perguntou o Sameer descendo as escadas.
-    Sameer.
-    Rose, o que fazes aqui?
-    Sameer...
-    Voltei a ver as sombras negras.- disse ela colocando as mãos no peito do Sameer, este colocou-lhe a mão no ombro.
-    Houve um acidente, e voltei a ver essas sombras.
-    Mas a policia não me quer dizer nada.
-    Sameer, poderias tentar tu?
-    Talvez tu?
-    Não te preocupes.- disse o Sameer colocando a mão na cabeça da Rose e aproximando-se.
-    Estou contigo, vou perguntar.
-    Fica aqui, está bem?
-    Sim.
-    Desculpe, o que se passou?
-    Um descarrilamento ás cinco da madrugada.
-    Vaya...
-    Quantas vitimas houve?
-    Por sorte, não foi grave cinco e o maquinista.
A Rose ouvindo isto, começou a lembrar-se de algo, com aquela sensação esquisita de que alguém ia morrer ou algo ia acontecer...e disse:
-    Meu Deus!
-    Não! Não!
Saiu correndo em direcção da outra estação que ficava mesmo enfrente a esta, pois o comboio se aproximava, quando estava correndo entre as ou no meio das pessoas parou e virou-se então viu as sombras negras naquela estação prestes para entrarem no comboio. Na outra estação onde ocorreu o descarrilamento, não aperceberam-se que com o acidente foi feita uma falha na parede e dessa falha estava saindo gasolina para debaixo do comboio. Pois ao lado da estação havia um posto de gasolina. A Rose estava a passar pelo mesmo que a Eríkyna passou quando viu as sombras na aldeia, e sabia que iria haver uma explosão. Quando o comboio a Rose começou a dizer as pessoas:
-    Não entrem nesse comboio.
-    Senhor, não entre neste comboio.
-    Não entrem!
O comboio parou e as pessoas começaram a entrar, a Rose dizia para não subirem, tentava fazer com que as pessoas não entrassem, mas estas empurravam-na...
-    Não entrem neste comboio!
-    O que esta a fazer?
-    Por favor, não!
A sombras negras já tinham se "apoderado" do comboio, ela na mesma entrou no comboio e continuava a dizer que iam morrer, para não entrarem...mas de nada adiantava, então disse barrando uma das portas:
-    Porque querem morrer?
-    Saiam deste comboio.
As pessoas queriam entrar e não se estavam a preocupasse com o que ela dizia, pensavam que era uma louca, era maluca, empurravam-na para passarem. Ela foi aos lugares, mas toda a gente tratava-a como se fosse maluca, entretanto o comboio ia partir ela, ia fechar as portas, esta saiu do comboio para a estação. Mas continuava a dizer para saíram que iam morrer...mas ninguém lhes dava ouvidos. Entretanto lá ao longe estava o Sameer a sua procura, quando a viu foi correndo na sua direcção e quando chegou afastou-a do comboio.
-    Rose...
-    Rose, o que fazes aqui?
-    Este comboio, Sameer.
-    As sombras negras, estão dentro do comboio, elas voltaram a milhares delas.
-    Rose, Rose!
-    Não entendes, Rose.
-    O comboio esta prestes a partir.
-    Vão morrer todos, Sameer.- disse ela olhando para o Sameer.
-    Vamos!- disse o Sameer agarrando-lhe o braço.
-    Como posso ir?
-    Vai morrer um monte de pessoas se ninguém deter este trem!- exclamou ela.
-    Porque não entendes?
-    São eles que não querem entender.- disse o Sameer a sofrer com aquela situação.
-    Vão morrer!
-    Lamento, Rose.- disse ela olhando-lhe nos olhos angústiado.
-    Vão morrer, Sameer.
-    Eu sinto, mas ão posso permitir que morras!
-    Vamos embora.- disse novamente o Sameer virando-se para não a ver assim.
-    Não!- disse ela soltando-se do Sameer indo em direcção da porta do comboio.
Ela agarrou-a porta do comboio e disse:
-    Saiam do comboio!
-    É a vossa ultima oportunidade.
-    Rose, pára!
O Sameer foi atrás, agarrou-a, agarrou-lhe o braço e "puxou-a" do comboio, levando-a agarrada a força dali. Entretanto apareceu a policia para ver o que se estava passando.
-    Senhora, o que se passa?
-    Esta tudo bem.- disse o Sameer.
-    Ela esta bem.
  Na estação onde ocorreu o descarrilamento, ninguém reparava a gasolina já estava espalhada pela linha inteira, homem que estava a soldar o comboio não reparou também e continuava a soldar até uma fagulha ter saltado e fazendo pegar fogo, em instantes o fogo alastrou-se provocando logo a explosão do posto de reabastecimento de gasolina dos automóveis. A Rose continuava com aquela sensação e então soltou-se das duas polícias.
-    Senhora onde vai?

-    Pare!
Foi a correr para as descer as escadas para as estações onde esteve quando se aproximava das escadas para descer viu. A explosão depois de rebentar com a bomba de gasolina entrou pela estação a dentro apanhou o comboio que esta tentou impedir, as pessoas que estavam na estações, principalmente aqueles que estavam reparando o comboio descarrilado. Viu subindo pelas escadas a onda de fogo provocada pela explosão na direcção dela, como tinha sonhado, levando com ela os estilhaços dos vidros que para azar dela entrou-lhe na vista. Esta fechou logo os olhos, e com o embate do fogo e para não se queimar caiu no chão. Lá fora, por cima da estação dos comboios, as pessoas também tinham sido apanhadas, pela explosão, eram mortos na estrada, feridos, queimados, outros tendo ataques, um cenário horrível de caos e confusão que não dá para descrever em letras. Tudo estava a acontecer como ela tinha visto no sonho ou visões, tudo.
  Cinco meses depois:
-    Naquele dia me dei conta porque é que a Eríkyna decidiu acabar com a sua vida.- disse a Rose sentada num banco de jardim.
-    Como pode um ser humano, suportar tanta ignorância.
-    No meu caso ocorreu algo diferente.- disse ela rodando o anel de noivado.
-    A fé da minha avó e o amor do Sameer salvaram-me a vida.
-    Talvez seja filha de Deus.- disse ela levantando-se e tirando a "bengala" que estava dobrada no bolso do casaco.
-    Como poderia mi oscura vida tener tanta luz?- perguntou ela caminhando até a água.
-    Como poderia a minha vida ser tão bonita mesmo sem ver?- perguntando isto virou-se e surgiu o Sameer que lhe deu um beijo na testa, esta estava sorrindo.  
O Sameer tirou-lhe a "bengala" dobou-a, guardou-a e agarrou-lhe o braço e iam caminhando pela rua, pelo passeio, mas logo depois deram as mãos e caminharam como dois namorados.
  Pouco tempo depois foi operada a vista, mas desta vez não passou de uma operação sem missão alguma, vocês sabem ao que me refiro. Passados dois meses passaram-se, a Rose acabou o curso e formou-se inspectora da PJ, ele continuou como médico psiquiatra. Ficou grávida, mas continuou a trabalhar pelo menos até aos quatro meses, ele era um marido dedicado, e com esta história da gravidez andava-me sempre a apaparicar-me. Ia sempre as consultas, acompanhava-a em tudo o que fosse preciso. Uma vez chegou a casa, e apanhou um valente de um susto, pois quando entrou no quarto viu os lençóis manchados de sangue, e ela desmaiada no chão. Mas às vezes estes abortos não acontecem por serem provocados ou outra coisa qualquer, acontecem quando menos se espera, sem aviso ou motivo. Bem para entenderem melhor o que aconteceu, o que se passou etc, só em filme. Depois dos nove meses teve a criança, era uma linda menina, ambos concordaram em chamar-lhe Rose também.
  Passaram-se alguns dias, depois saiu da maternidade...A maior alegria dos dois foi serem pais, cuidar, vê-la crescer, acompanha-la a crescer...

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