Ela sentiu-se a asfixiar perante a fortaleza das suas palavras. Mal tivera tempo para recuperar do choque…
Entretanto ele desviou o olhar e tentou afastar-se. Instintivamente agarrou-lhe o braço, impedindo-o de se distanciar. Sem pensar duas vezes, abraçou-o e beijou-o. Ele ficou tenso e parou de respirar esboçando um movimento fraco de a afastar. O seu olhar estava resplandecente, porém martirizado por um fogo violento que o tornava ainda mais belo.
- Não faça isso... não percebe...
É claro que percebia! Ele gostava de si. Ela sabia-o. Ele engoliu em seco e arquejou roucamente:
- Se voltar a tocar-me, não conseguirei controlar-me...
Ela silenciou-o com os dedos. Fazendo-o estremecer. A sua fragilidade provocou-lhe um sorriso
Ele acabou rendendo-se aos seus encantos, abraçando-a. Uma sintonia os cingia.
Entregues entre beijos enquanto as suas fortes mãos a acarinhavam.
Os seus lábios moviam-se pelo meu pescoço, murmurando-lhe ao ouvido palavras de amor que ela retribuía com carícias. O desejo era tão forte, e o prazer, tão doce...
- Eu não a quero magoar… – sussurrou-me.
Sentia-se tonta, queimando por dentro e por fora. A sensação era tão intensa. Quando ele lhe disse:
- Amo-a! Amo-a desde que a vi! Por isso a aprisionei com medo que pudesse fugir.
Colocou as mãos dela sobre o seu peito para que sentisse as batidas do seu coração. O sentimento era tão forte que não dava para ser exprimido em palavras.
Ela ergueu-se ao seu encontro e todas as incertezas tornaram-se vãs. Enterrando as unhas nas suas costas, arfando em busca de ar. Queria gritar… O seu corpo era percorrido por ondas de prazer intenso e irracional. Seria paixão? Seria loucura?
De súbito, clamou o nome dela e estremeceu como se estivesse a morrer.
A porta abriu-se num estouro de relâmpago. E uma imagem colossal surgiu.
Era o seu pai. Que finalmente a encontrara. Ao aperceber-se, a sua língua descartou-se e gritou grandiosamente na tentativa de t avisa-lo. Mas já era tarde! Ele ao ouvir a sua voz paralisou. Se não o despertasse, o seu pai certamente matá-lo-ia. De espada em punho caminhava a passos largos na direcção do insolente. Ela não permitiria que mata-se o seu amor. Não depois de ter fraquejado na vez da sua mãe. Escudando-o com o seu corpo. A fúria de seu pai era de tal maneira bárbara, que o cegara. Trespassando a filha e ainda o petulante. Quando sangue lhe escorreu até às mãos. Acordou! E não quis acreditar. Assassinara a sua própria filha! A ambição que o tomara fora tal, que perdeu tudo!
Além no horizonte lampejos tremeluziam com a chegada das suas almas, fundindo-se na vastidão da valida paz. Apesar de tudo, há males que vêm por bem. Os sacrifícios não são nem nunca serão em vão…
Fim
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