domingo, 22 de julho de 2012

O Principio e o Fim do Inferno II: Autora: Sara Gonçalves - excerto 11


-    Mas eu...
-    Preciso de estar sozinha.
-    Está bien.
-    Adeus.
Quando chegou a casa, no quarto quando olhou no espelho não era o seu reflexo que aparecia mas o de outra pessoa. Desde que tinha feito a operação algo estranho passava-se então mandou algo contra o espelho. A avó ouvindo o barulho foi ver.
-    Rose, o que se passa?
Ela tapou todas as janelas para que não pudesse entrar luz e partiu todos os candeeiros.
-    Meu Deus!- disse a sua avó.
-    Rose, o que se passou?
-    Abre a porta.
-    Desculpe, senhor é urgente.- disse a secretaria do psiquiatra dando-lhe um papel com o recado.
-    Desculpem, senhores tenho uma urgência.
-    Tenho de ir.
-    Não faz mal.- disseram.
-    Obrigada.- disse o médico.
-    Obrigada por ter vindo.- disse a avó dela abrindo a porta.
-    A Rose está...
-    Vou ver.


-    Rose sou eu abre a porta.- disse ela batendo na porta.
-    Diz-me o que se passou.
-    Por amor de Deus abre a porta.
-    Está bem!
-    Estamos muito preocupados.
-    Quanto tempo estás penando em ficar ai fechada?
-    Não entendo.
-    O que queres demonstrar?
-    Faz o que quiseres.
-    Deixa a tua avó chorar.
-    Eu não posso fazer mais nada.
Ela levantou-se e foi abrir a porta, ele abriu-a e disse:
-    Avó por favor, espere aqui.
-    Eu trato de tudo.
-    Está bem.
Abriu as cortinas das janelas entrando luz, e viu que ela tinha o pé espetado de vidros. Ele olhava para ela e tratou-a, mas estava muito preocupado com ela depois cortou o que restou da ligadura e disse:
-    Rose, por favor.
-    Por amor de Deus, não te magoes mais.
-    Diz alguma coisa. 
-    Rose, se não te portares bem tenho de te mandar para um hospital.- disse o médico com uma dor.
-    Não queres entender.- respondeu ela.
-    Vai-te embora daqui!- disse ela.
-    O que não quero entender?- disse ela e em seguida apontou para o espelho.
-    O que é?
-    Rose, é o teu reflexo no espelho.
-    Exacto.- respondeu ela.
-    Vês-me no espelho?
-    Não te entendo.
-    Que brincadeira é está?
-    Eu vejo o reflexo de outra rapariga no espelho!- exclamou ela.
A sua avó ouvindo isto ficou assustada, e entrou no quarto. O Sameer ficou a olhar para ela meio assutado meio não sei explicar, e ela a olhar para ele com um olhar de assustada, a "chorar"...
-    A minha menina...- disse a avó.
-    Se te acontecesse alguma coisa eu morreria.
-    Avó, eu estou bem.- respondeu a neta para ver se acalmava a sua avó, olhando para o Sameer.
-    Estás a ver?
-    Estou bem, avó.
-    Por favor não chores.
-    Vamos, arranja-te. Muda de roupa.- disse a sua avó limpado as lágrimas.
-    Sai um pouco. Sim, vai sair.
Depois de se vestir, arranjar foi a sala onde o Sameer a esperava, ele ao vê-la levantou-se, a sua avó ao vê-la chegar disse:
-    Vamos anime-a.- disse a avó de Rose ao Sameer.
-    Vamos.
-    Lá para fora, vamos.- disse a avó "empurrando" os dois para saíram.
Ele agarrou o braço da Rose delicadamente e começou a andar para a porta, no carro, durante o passeio ambos iam em silêncio, até que o Sameer disse:
-    Rose, marquei uma consulta com dois médicos especialistas.
-    Temos de ir falar com eles.
-    Eu não quero saber dos teus médicos, Sameer.- respondeu ela virando-se para ele.
-    Está bem.
Entretanto ela viu algo conhecido na parede enquanto passava de carro, deu um suspiro de admiração e disse ao Sameer:
-    Sameer, pára o carro.
Abriu a porta do carro, saiu correndo apara ver o que estava fixado na parede.
-    Sameer...
-    Rose, o que se passa?
-    O que diz no papel sobre esta rapariga?
-    O quê? O que é que isso tem haver contigo?
-    Lê o maldito do papel!
-    O que diz sobre a rapariga?
-    Está bem.
-    Diz que desde o dia 15, que está desaparecida do colégio.
-    Os seus pais estão muito preocupados.
-    Eu vi-a.
-    Eu vi-a!
-    Rose, anda.
-    Vamos.
-    Sameer!
-    Eu vi-a a alguns dias.
-    Rose, vamos.
-    Sameer.
-    Eu sei onde...
-    Sameer, meu Deus.
Ela voltou para o carro, e foi ao local onde ela a tinha visto. De facto a polícia encontrou-a com a ajuda dela, que por acaso não era muito longe da casa dela. O jornalista estava dizendo que a mãe da menina tinha chegado cinco minutos mais tarde, e por causa disso quando chegou a filha já lá não estava. A menina deve ter encontrado a porta desta "casa" fechada talvez tenha subido até ao terraço para brincar e devera ter escorregado e caiu numa cisterna. A mãe dessa chorava, enquanto a Rose estava se encontrava ao longe sozinha, pouco depois apareceu o Sameer que colocou a mão no seu ombro.
  No seu consultório estava falando com um médico e disse:
-    A Rose não é mais que uma paciente.
-    Ela viu aquela rapariga há dias.
-    Não entendo.
-    Tenho a certeza que disse a verdade.
-    Não sabe que ela tem problemas mentais?- perguntou o médico que estava do outro lá da linha.
-    Sim, senhor.- disse o Sameer vendo que não valia apena falar.
-    Claro que sim.- disse ele em espanhol olhando para o telefone e em seguida desligou-o.
Então resolveu "investigar" sozinho, lendo livros sobre esse assunto pesquisando, nos livros também de parapsicologia etc.
  Em casa da Rose, está estava dormindo e começou a delirar com a rapariga que via no espelho, a aldeia, consigo própria numa explosão, uma menina com metade do rosto queimado do lado esquerdo por estar ao colo de sua mãe. Com uma ventoinha de tecto, um homem, a aldeia a arder, feridos por causa da explosão, uma casa com água a sua frente e a chover. Uma ventoinha que fazia passar as folhas que estavam numa secretaria e com uma porta a bater, como aquelas que existiam nos bares no tempo dos cowboys ou algo do género. Quando finalmente acordou... e agarrando-se aos joelhos, entretanto apareceu na parede do seu quarto uma imagem desfocada. Levantou-se e continuou a andar até a imagem mas assustada e em cima da secretaria apareceu um candeeiro a petróleo, quando ia tocar-lhe este desapareceu. Assustada, em pânico tropeçou e caiu ao chão, em seguida começou a ter aquela sensação esquisita, levantou-se e caminhou até ao espelho e perguntou:
-    Quem és tu?
-    O que queres de mim?
Nesse preciso instante apareceu uma sombra de alguém seu conhecido no espelho, ela virou-se, mas nada viu. Saiu do quarto a gritar pela avó, foi as escadas chama-la e começou a dizer:
-    Avó!
-    Vai morrer!
-    Avó!
-    Vai morrer, avó!
A avó desceu, a Rose sentou-se na cadeira de baloiço assustada, em pânico, mas continuava a dizer que a Parvati ia morrer.
-    A Parvati vai deixar-nos, avó.
-    O que se passa, Rose?- perguntou a sua avó passando-lhe a mão pela cabeça.
-    Ela vai deixar-nos.
-    Que disparate é esse?
-    A Parvati foi só ver os familiares.
-    Não, avó ela vai morrer.
-    Espera.- disse a avó indo em direcção do telefone.
-    Vou ligar-lhes para que tires essas dúvidas.
-    Estou?
-    Estou?
-    Posso falar com a Parvati?
-    O quê?- disse a avó deixando cair o telefone.
Então viu a Rose com os joelhos em cima da cadeira, agarrada a eles baloiçando a cadeira com um olhar de assustada, de medo...
  No dia seguinte ela foi a um sítio com a avó, tipo aqueles lugares em que, bem falam de coisas de espíritos etc...enquanto vinha a entrar começou a ouvir alguém dizendo:
-    O que viram os teus olhos que te assustaram tanto?
-    E porquê vês essas coisas?
-    Já te perguntaste porque estás a passar por isso?
Quando ouviu isto, viu que era o mesmo que se passava com ela, então foi caminhando até encontrar de quem era aquela voz e quem estava falando isso.
-    Porque é que mais ninguém vê aquilo que tu vês?
-    As respostas a essas perguntas estão nos nossos livros antigos.
Entretanto encontrou quem estava dizendo isso, e à sua volta tinha pessoas, era uma espécie de aula.
-    Quando estamos privados de sentimentos como o amor, a avareza, ou a raiva só vemos o que os nossos desejos latentes querem que vejamos.
-    Assim, esses desejos podem ter consequências terríveis.
-    No momento da morte, se alguém ter um forte desejo insatisfeito a alma desse ser não encontra redenção.
-    Nesses casos a morte revive-se todos os dias á mesma hora, no mesmo local durante séculos e séculos.
Ouvindo isto começou a lembrar-se de todas as almas que vira até agora.
-    Portanto, deves perguntar a verdade a pessoa que vês.
-    Quando descobrires, também ficará claro porque tens essas visões.
Saiu desse lugar, ligou pra o Sameer marcando um encontro, e enquanto vinha andando ia-se lembrando do que aquela pessoa disse, e vendo no seu reflexo o reflexo da rapariga nas montras das lojas.
-    Não, Naina.
-    Não entendo a relação.
-    Vejo tudo o que a rapariga teria de ter visto.- disse a Naina.
-    Os espíritos atormentados que morrem sempre a mesma hora a morte.
-    A rapariga que me doou os olhos devia ver a morte dessas pessoas antes disso acontecer.
-    Sei que quer me dizer algo.
-    Como podes ter a certeza que é a rapariga que vês no espelho.- perguntou o Sameer.




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