- Mas eu...
- Preciso de estar sozinha.
- Está bien.
- Adeus.
Quando
chegou a casa, no quarto quando olhou no espelho não era o seu reflexo que
aparecia mas o de outra pessoa. Desde que tinha feito a operação algo estranho
passava-se então mandou algo contra o espelho. A avó ouvindo o barulho foi ver.
- Rose, o que se passa?
Ela
tapou todas as janelas para que não pudesse entrar luz e partiu todos os
candeeiros.
- Meu Deus!- disse a sua avó.
- Rose, o que se passou?
- Abre a porta.
- Desculpe, senhor é urgente.- disse a secretaria
do psiquiatra dando-lhe um papel com o recado.
- Desculpem, senhores tenho uma urgência.
- Tenho de ir.
- Não faz mal.- disseram.
- Obrigada.- disse o médico.
- Obrigada por ter vindo.- disse a avó dela
abrindo a porta.
- A Rose está...
- Rose sou eu abre a porta.- disse ela
batendo na porta.
- Diz-me o que se passou.
- Por amor de Deus abre a porta.
- Está bem!
- Estamos muito preocupados.
- Quanto tempo estás penando em ficar ai
fechada?
- Não entendo.
- O que queres demonstrar?
- Faz o que quiseres.
- Deixa a tua avó chorar.
- Eu não posso fazer mais nada.
Ela
levantou-se e foi abrir a porta, ele abriu-a e disse:
- Avó por favor, espere aqui.
- Eu trato de tudo.
- Está bem.
Abriu as
cortinas das janelas entrando luz, e viu que ela tinha o pé espetado de vidros.
Ele olhava para ela e tratou-a, mas estava muito preocupado com ela depois
cortou o que restou da ligadura e disse:
- Rose, por favor.
- Por amor de Deus, não te magoes mais.
- Diz alguma coisa.
- Rose, se não te portares bem tenho de te
mandar para um hospital.- disse o médico com uma dor.
- Não queres entender.- respondeu ela.
- Vai-te embora daqui!- disse ela.
- O que não quero entender?- disse ela e em
seguida apontou para o espelho.
- O que é?
- Rose, é o teu reflexo no espelho.
- Exacto.- respondeu ela.
- Vês-me no espelho?
- Não te entendo.
- Que brincadeira é está?
- Eu
vejo o reflexo de outra rapariga no espelho!- exclamou ela.
A sua
avó ouvindo isto ficou assustada, e entrou no quarto. O Sameer ficou a olhar
para ela meio assutado meio não sei explicar, e ela a olhar para ele com um
olhar de assustada, a "chorar"...
- A minha menina...- disse a avó.
- Se te acontecesse alguma coisa eu morreria.
- Avó, eu estou bem.- respondeu a neta para
ver se acalmava a sua avó, olhando para o Sameer.
- Estás a ver?
- Estou bem, avó.
- Por favor não chores.
- Vamos, arranja-te. Muda de roupa.- disse a
sua avó limpado as lágrimas.
- Sai um pouco. Sim, vai sair.
Depois
de se vestir, arranjar foi a sala onde o Sameer a esperava, ele ao vê-la
levantou-se, a sua avó ao vê-la chegar disse:
- Vamos anime-a.- disse a avó de Rose ao
Sameer.
- Vamos.
- Lá para fora, vamos.- disse a avó
"empurrando" os dois para saíram.
Ele
agarrou o braço da Rose delicadamente e começou a andar para a porta, no carro,
durante o passeio ambos iam em silêncio, até que o Sameer disse:
- Rose, marquei uma consulta com dois médicos
especialistas.
- Temos de ir falar com eles.
- Eu não quero saber dos teus médicos,
Sameer.- respondeu ela virando-se para ele.
- Está bem.
Entretanto
ela viu algo conhecido na parede enquanto passava de carro, deu um suspiro de
admiração e disse ao Sameer:
- Sameer, pára o carro.
Abriu a
porta do carro, saiu correndo apara ver o que estava fixado na parede.
- Sameer...
- Rose, o que se passa?
- O que diz no papel sobre esta rapariga?
- O quê? O que é que isso tem haver contigo?
- Lê o maldito do papel!
- O que diz sobre a rapariga?
- Está bem.
- Diz que desde o dia 15, que está
desaparecida do colégio.
- Os seus pais estão muito preocupados.
- Eu vi-a.
- Eu vi-a!
- Rose, anda.
- Vamos.
- Sameer!
- Eu vi-a a alguns dias.
- Rose, vamos.
- Sameer.
- Eu sei onde...
- Sameer, meu Deus.
Ela
voltou para o carro, e foi ao local onde ela a tinha visto. De facto a polícia
encontrou-a com a ajuda dela, que por acaso não era muito longe da casa dela. O
jornalista estava dizendo que a mãe da menina tinha chegado cinco minutos mais
tarde, e por causa disso quando chegou a filha já lá não estava. A menina deve
ter encontrado a porta desta "casa" fechada talvez tenha subido até
ao terraço para brincar e devera ter escorregado e caiu numa cisterna. A mãe
dessa chorava, enquanto a Rose estava se encontrava ao longe sozinha, pouco
depois apareceu o Sameer que colocou a mão no seu ombro.
No seu consultório estava falando com um
médico e disse:
- A Rose não é mais que uma paciente.
- Ela viu aquela rapariga há dias.
- Não entendo.
- Tenho a certeza que disse a verdade.
- Não sabe que ela tem problemas mentais?-
perguntou o médico que estava do outro lá da linha.
- Sim, senhor.- disse o Sameer vendo que não
valia apena falar.
- Claro que sim.- disse ele em espanhol
olhando para o telefone e em seguida desligou-o.
Então
resolveu "investigar" sozinho, lendo livros sobre esse assunto
pesquisando, nos livros também de parapsicologia etc.
Em casa da Rose, está estava dormindo e
começou a delirar com a rapariga que via no espelho, a aldeia, consigo própria
numa explosão, uma menina com metade do rosto queimado do lado esquerdo por
estar ao colo de sua mãe. Com uma ventoinha de tecto, um homem, a aldeia a
arder, feridos por causa da explosão, uma casa com água a sua frente e a
chover. Uma ventoinha que fazia passar as folhas que estavam numa secretaria e
com uma porta a bater, como aquelas que existiam nos bares no tempo dos cowboys
ou algo do género. Quando finalmente acordou... e agarrando-se aos joelhos,
entretanto apareceu na parede do seu quarto uma imagem desfocada. Levantou-se e
continuou a andar até a imagem mas assustada e em cima da secretaria apareceu
um candeeiro a petróleo, quando ia tocar-lhe este desapareceu. Assustada, em
pânico tropeçou e caiu ao chão, em seguida começou a ter aquela sensação
esquisita, levantou-se e caminhou até ao espelho e perguntou:
- Quem és tu?
- O que queres de mim?
Nesse
preciso instante apareceu uma sombra de alguém seu conhecido no espelho, ela
virou-se, mas nada viu. Saiu do
quarto a gritar pela avó, foi as escadas chama-la e começou a dizer:
- Avó!
- Vai morrer!
- Avó!
- Vai morrer, avó!
A avó
desceu, a Rose sentou-se na cadeira de baloiço assustada, em pânico, mas
continuava a dizer que a Parvati ia morrer.
- A Parvati vai deixar-nos, avó.
- O que se passa, Rose?- perguntou a sua avó
passando-lhe a mão pela cabeça.
- Ela vai deixar-nos.
- Que disparate é esse?
- A Parvati foi só ver os familiares.
- Não, avó ela vai morrer.
- Espera.- disse a avó indo em direcção do
telefone.
- Vou ligar-lhes para que tires essas
dúvidas.
- Estou?
- Estou?
- Posso falar com a Parvati?
- O quê?- disse a avó deixando cair o
telefone.
Então
viu a Rose com os joelhos em cima da cadeira, agarrada a eles baloiçando a
cadeira com um olhar de assustada, de medo...
No dia seguinte ela foi a um sítio com a avó,
tipo aqueles lugares em que, bem falam de coisas de espíritos etc...enquanto
vinha a entrar começou a ouvir alguém dizendo:
- O que viram os teus olhos que te assustaram
tanto?
- E porquê vês essas coisas?
- Já te perguntaste porque estás a passar por
isso?
Quando
ouviu isto, viu que era o mesmo que se passava com ela, então foi caminhando
até encontrar de quem era aquela voz e quem estava falando isso.
- Porque é que mais ninguém vê aquilo que tu
vês?
- As respostas a essas perguntas estão nos
nossos livros antigos.
Entretanto
encontrou quem estava dizendo isso, e à sua volta tinha pessoas, era uma
espécie de aula.
- Quando estamos privados de sentimentos como
o amor, a avareza, ou a raiva só vemos o que os nossos desejos latentes querem
que vejamos.
- Assim, esses desejos podem ter
consequências terríveis.
- No momento da morte, se alguém ter um forte
desejo insatisfeito a alma desse ser não encontra redenção.
- Nesses casos a morte revive-se todos os
dias á mesma hora, no mesmo local durante séculos e séculos.
Ouvindo
isto começou a lembrar-se de todas as almas que vira até agora.
- Portanto, deves perguntar a verdade a
pessoa que vês.
- Quando descobrires, também ficará claro
porque tens essas visões.
Saiu
desse lugar, ligou pra o Sameer marcando um encontro, e enquanto vinha andando
ia-se lembrando do que aquela pessoa disse, e vendo no seu reflexo o reflexo da
rapariga nas montras das lojas.
- Não, Naina.
- Não entendo a relação.
- Vejo tudo o que a rapariga teria de ter
visto.- disse a Naina.
- Os espíritos atormentados que morrem sempre
a mesma hora a morte.
- A rapariga que me doou os olhos devia ver a
morte dessas pessoas antes disso acontecer.
- Sei que quer me dizer algo.
- Como podes ter a certeza que é a rapariga
que vês no espelho.- perguntou o Sameer.
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