domingo, 22 de julho de 2012

O Principio e o Fim do Inferno II: Autora: Sara Gonçalves - excerto 12


-    O que veria os seus olhos se ela se olhasse ao espelho?
-    Sua própria cara, Sameer.- respondeu ela.
-    Tenho de saber quem era.
-    O nome do doador é sempre confidencial.
-    Os directores do hospital...
-    Não me interessa, Sameer!
-    Faças o que fizeres, tens de descobrir quem era, por favor.
-    Agora a minha vida está unida á dessa rapariga, Sameer.
-    OK.- disse o Sameer.

Ele durante a noite entrou na sala, sem ninguém saber e sem ser visto, e foi a procura da ficha da Rose nos arquivos, a cerca do que ela lhe pedira.
  Então encontrou a sua ficha e lá dizia quem tinha sido o doador e de onde era e vinha. No dia seguinte de manhã:
-    Este é o hospital de onde veio as tuas córneas, Rose.
-    Vou até a Índia, Sameer.
-    Já reservei os bilhetes para nos os dois no voo de amanhã.- disse o Sameer.
-    Ir contigo?
-    Porque tens de ir comigo?
-    Já fizeste muito por mim, Sameer.
-    Não quero causa-te mais problemas.
-    Rose, um homem não da conta disso nem se importa quando está apaixonado.
-    Quando está enamorado.- dizendo isto abraçaram-se.
Na manhã seguinte no aeroporto:
-    Os medicamentos e as vitaminas estão aqui.- disse a avó.
-    As gotas...
-    Porque estás tão preocupada?
-    Eu cá me arranjo.
-    Nunca te deixei sozinha nos últimos tempo.- disse a sua avó.
-    Por isso estou um pouco...
-    Avó, deste-me tudo o que uma mãe podia dar a uma filha.
-    Mesmo que não me tenhas dado á luz foste quem me deu uma nova vida.
-    Mas já estou crescida.
-    Tenho de lutar por mim mesma.
-    Minha neta...
-    Agora, mas do que a tua companhia preciso da tua bênção, avó.
-    Sim.- disse a sua avó.
-    És filha de Deus.
-    De certeza que vais ganhar a batalha.
Abraçaram-se mas o afecto dela pela avó era tanto que se afastou e ficou de costas chorando. Entretanto chegou o Sameer com as passagens e foi ter com a avó da Rose e disse-lhe algo. Depois despediu-se e foi ter com a Rose.
-    Rose...
-    Sim.
  Caminharam para a porta de embarque, entrou no avião, depois apanharam um comboio e em seguida um táxi para o tal hospital. Chegando ao hospital, a Rose saiu e segundos depois o Sameer. Quando entrou só viu pessoas doentes "acumuladas" a espera de serem atendidas, crianças chorando...ia caminhando enquanto o Sameer falava com a pessoa que estava na secretaria junto da "porta" de entrada.Então viu a ventoinha a passar as folhas que estavam na secretaria, ao olhar para a frente viu a menina com metade do rosto queimado, a ventoinha no tecto e as tal portas que existiam nos bares no tempo dos cowboys, enquanto cá ao longe o Sameer conversava com o médico do tal hospital.
-    Não é possível saber quem era a rapariga cujo os olhos foram mandados para o banco de olhos de Londres.
-    Quem iria deixar dados sobre um corpo que não fora reclamado?- perguntou o médico do hospital.
-    Onde vou encontrar as pessoas que deixaram aqui a rapariga?- perguntou o Sameer.
  A Rose caminhou em direcção do Sameer, enquanto o médico do hospital da Índia se lembrava do que aconteceu nesse dia.
-   «Temos alguma informação sobre este corpo?- perguntou o médico do hospital da Índia nesse dia.
-    Não, Senhor doutor.
-    Os pescadores encontraram-no na margem do rio e trouxeram-no.
-    Toma é para a doação de órgãos.- disse o médico mandando o auxiliar guardar as córneas.
-    Vamos mantê-lo num local refrigerado.»
-    Só sei que morreu afogada.
-    É muito importante para nós saber quem era a rapariga.- insistiu o Sameer.
-    Por favor, ajude-nos.
-    Ajuda-los?.- interrogou-se o médico do hospital.
-    Olhe estas pessoas!
-    Ninguém se preocupa com os que estão vivos.
-    Quem se ia preocupar com uma rapariga morta?- dizia o médico indo dar consulta.
A Rose ouvindo isto abraçou-se ao Sameer, este ficou desiludido por não poder ajudar a sua amada. No comboio, ela sentou-se o Sameer foi dizer-lhe algo, ela estava olhando para a janela e a ver o reflexo da rapariga no seu reflexo na janela.   
  Entretanto o Sameer foi abrir a janela, e em seguida sentou-se junto dela. Nesse instante ela olhou pela janela e viu um cartaz com aldeia igual à do seu sonho.
-    Sameer, olha!- dizendo isto levantou-se e saiu do comboio em direcção do cartaz.
O Sameer foi atrás dela, quando viu o cartaz sorriu e olhou para ele.
Saíram da estação e apanharam um táxi para o lugar onde ficava essa tal aldeia do cartaz. Quando chegaram a Rose saiu logo e em seguida o Sameer, ele foi para um lado e ela para outro. Sendo mais precisa ela foi caminhando sempre em frente em direcção de uma casa.
-    Olá, procuramos uma pessoa.- disse o Sameer.
-    Quem?
-    Aqui havia uma rapariga que via o futuro.- disse o Sameer baixando a vos na ultima palavra.
-    O futuro?- dizendo isto fecharam-lhe a janela na cara.
A Rose ia caminhando até a casa, ao passar pelo portão raso um cão que estava preso começou a ladrar, e o dono veio cá fora. Era o mesmo homem que ela vira no seu sonho ou visões.
-    Ei.
-    O que se passa?
-    Procuro uma rapariga.- respondeu a Rose.
-    Quem?
-    Era desta aldeia e tinha visões de mortes iminentes.
-    Aqui não havia rapariga alguma!- exclamou ele aproximando-se demais da Rose.
-    Está a mentir!- respondeu a Rose.
-    Eu sei que sabe.
-    Cala-te! Cale-se!
-    Fora daqui! Senão...- disse ele de forma agressiva.
-    Fale-me dela.- pediu a Rose.
-    Vim de muito longe.
-    Se dizer um só palavra sobre essa bruxa, mato-te.- disse ele apontando o dedo indicador para ela com um tom ameaçador.
-    Vai-te embora!- disse ele levantando a mão insinuando que lhe ia bater.
-    Como pode matar alguém que morre todos os dias?- perguntei-lhe.
-    Não vou a lado nenhum enquanto não me falar dessa rapariga.- insistiu a Rose aproximando-se dele.
-    Não desiste.
-    Não vai desistir.
-    Espera, já vais ver.
-    Não ouves o que te digo.- disse ele caminhando em direcção do seu cão.
-    Vou partir-te aos pedaços.- dizia ele soltando o cão, mas entretanto apareceu o Sameer.
-    Deixa estar.- disse o Sameer agarrando-lhe o braço.
-    Ele sabe, Sameer.
-    Não te metas com ele.
-    Não vai dizer-te nada.
-    Mas ele sabe.- disse ela soltando-se do Sameer.
-    Não entendes! Ele sabe tudo!
-    Vi isso nas minhas visões.- disse ela ao Sameer já depois de estar longe da casa.
-    Ele sabe de tudo.
-    Pelo amor de Deus, controla-te, por favor.- pediu o Sameer preocupadíssimo com ela.
-    Como vou descobrir, Sameer?- perguntou ela levando as mãos a cabeça e caindo de joelhos no chão.
-    Como?
O Sameer baixou-se e colocou as mãos nos ombros da Rose, para a confortar, pois não gostava de a ver chorar e disse-lhe:
-    Por favor, não percas a esperança.- pediu o Sameer.
Passado algum tempo, estavam sentados nas escadas de um Templo lá da aldeia, o Sameer disse:
-    É muito estranho, as pessoas daqui são muito paranoicas.
-    Não podemos perguntar-lhes nada.
-    Tenho da saber algo, Sameer.
-    Não posso me ir embora sem saber a verdade.
-    Sei onde viveu.- disse um rapaz que apareceu por detrás da Rose.
A Rose levantou-se e foi falar com esse rapaz, enquanto o Sameer ficou sentado nas escadas, mas passado alguns segundos foi ter com ela.
-    Onde é a casa dela?- perguntei.
-    É essa aí.- disse o rapaz apontando para a frente.
-    Foi ela que matou a minha irmã.
Essa rapariga estava a dizer aquele homem que a Rose vira no seu sonho que a sua filha ia morrer. Esse homem, seu tio disse-lhe que se a volta-se a ver em frente á casa de alguém matava-a e mandou-a embora. Corriam com ela da aldeia sempre que a viam.
-    Morria sempre alguém em cada casa que ela amaldiçoava.
-    Diziam que era uma bruxa.
  A sua mãe estava falando com esse homem, dizendo que a sua filha não era perigo para ninguém. Que era filha de Deus, não sabia como podia ver a morte iminente de alguém. Que era filha de Deus, não sabia como podia ver a morte iminente de alguém. Ele fez a mesma coisa que fez com a Rose, disse a Giochi de forma agressiva apontando-lhe o dedo indicador, que a sua filha devia morrer agora mesmo. Agarrando-se ao seu pescoço para a sufocar, a mãe empurrou-o e disse-lhe que se fizesse mal a filha desfigurava-lhe a cara e queima vá a aldeia.
  Então ele disse-lhe que se voltasse a ver a sua filha pela aldeia jurava que pela memória de sua filha matava-a. Elas fizeram as malas e foram para a casa mais longe da aldeia. Um dia a filha pegou fogo a aldeia e sua mãe ficou maluca.
-    Como se chamava a rapariga?
-    Eríkyna!- disse o rapaz saindo a correr.
-    Eríkyna?
-    Eríkyna.- disse a Rose sorrindo virando-se para o Sameer.
Então ela pegou na sua mala, e o Sameer na dele e foram até essa casa. Quando ela viu que essa casa era a mesma que ela tinha visto no seu sonho. O Sameer foi a frente e a Rose estava atrás dele.
  Quando o Sameer ia bater a porta, a Rose parou nas escadas e chamou-o, ela disse não com a cabeça.
-    O que foi?- perguntou o Sameer indo ter com ela.
-    A partir de agora tenho de ir sozinha.
-    Rose, podes correr perigo ali dentro.
-    Não interessa.
-    Seja o que for, tenho de o enfrentar sozinha.
-    Escuta-me Rose, não vou deixar-te ir sozinha.
-    Sameer, por favor entende.- disse ela olhando para ele, este abanou a cabeça e suspirou.
-    O meu destino, o meu futuro está relacionado com a Eríkyna!
-    Não sei explicar-te os motivos, mas sei que tenho de ir sozinha, para descobrir a verdade da alma dela.
-    Por favor, Sameer. Por favor.- pediu ela virando o Sameer pra si e olhando-o nos olhos.
-    Está bem.- disse ele passado a mão por cima da cabeça dela.
-    Não quero deixar-te, mas respeito a tua decisão.
-    Vai.- disse ele levando a sua mala.
A Rose caminhou em direcção da porta, bateu e depois disse:
-    Giochi, abre a porta.
-    Chamo-me Rose.
-    Quero conhecê-la.
-    Giochi!
-    Giochi!- disse ela batendo novamente na porta, mas a porta abriu-se.
Ela entrou, ao entrar viu a casa com teias de aranha, pó...continuou a caminhar e a ver a casa quando ser querer pisou a mão da Giochi, pois esta estava desacordada no chão.
-    Giochi! 


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