domingo, 22 de julho de 2012

Era noite…


Era noite e estava só,
Joguei um olhar desconsolado pela janela…lamentei…
Dos meus olhos uma gota deitei,
Escorreu-me vagarosamente pelo rosto em despiedade[1]….
Remexo em realidades extintas,
Engolindo padecentes[2] horas.
De saudade e de mudez…
É como se o amor e a minha vida,

Volvesse duma fotografia…
De tudo o que vivi…
Entretanto os dias passam,
A angústia não falece
A tristeza permanece…
Já nada é tal-qualmente constante,
E eu simplesmente tenho medo!
Estas paredes acondicionam acossadas,
Todos os abstrusos segredos…
Sem teu amor, sem paixão,
O amor aqui acabou, voltar será em vão!
Cada dia…é só mais um em que espero,
Aqui estando sumida sem volta…
Amnistie e por obséquio considera,
Não suporto a saudade
Aqui somente e simplesmente destroçada,
Sofro a sua ausência,

Mas abdicou-se uma distância,
Essa tristeza e angústia
Nada é igual…é só solidão…
O que foi amor, afecto e paixão,
Agora não passa dum tardo de desilusão,
…por alguém
Tácito[3], bate meu coração,
Transportando de manhã o apagar da desolação.
Respiro fundo,
Não se retorcera atrás…
Dispo-me…visto-me embaída,
Nada já me satisfaz,
Passou a noite,
Passou bem devagar…
O dia já aclarou, é hora de aceitar…
Aqui ao amanhecer,
Ao pé de mim, próximo do mar,
Só o sonho ficou,
Quimeras[4] que tive de apagar!
Au revoir mer[5]
Au revoir à l'amour[6]
Adeus até ao meu cessar…!


[1] Sem piedade, insensível
[2] Padecer, sofrer, amargar
[3] Calado, oculto
[4] Sonhos
[5] Adeus mar
[6]Adeus ao amor

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