Eu cansei de mim mesma. Cansei de viver
uma vida entediante. Cansei de perder família pelo caminho. Cansei
de ser enxovalhada. Cansei-me do cansar que sempre me cansou.
Por muito que fizesse as coisas, elas
acabam vencendo-me. Por muito que lutasse por algo, esse algo fugia-me por
entre os meus dedos. Por muito que chorasse e implorasse, as minhas preces
nunca foram ouvidas.
Os anos passaram. Fui crescendo. Mas aquela
pessoa já não era mais eu. Caí num tumulto sem fim. Abdiquei do pouco que me
restava. Parti.
Abracei a dor e o sofrimento com todo o
meu amor. Fui desprezada por tal acto. Sentimentos comuns, já não me incomodam.
Ao longo do tempo fui deixando vários avisos incompletos e diversas tentativas
falhadas.
Um dia. Como tantos outros. Olhei-me ao
espelho. Quem sou eu afinal? O que me
prende ainda aqui? A este lugar? Nada.
Despedida. Esperam por mim. Noutro universo.
O meu sangue proclama suplícios. Se ainda viver em mim, algum resto daquela menina
encantadora que outrora fora. Peço-vos. Quem ainda gosta de mim, não chore.
Partir foi o melhor para mim. A minha
alma estilhaçada não suportava mais vaguear por aqui. E assim ela desaparece
para sempre…
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