- Vou mostrar-te algumas coisas.
- Olha bem pra elas, de acordo?
- Amanhã vemo-nos ás quatro.
- Doutor, já que parece ser um cavalheiro
queria saber a que horas sai do trabalho hoje.
- Bem, a Rose é a minha última paciente de
hoje.
- Talvez seja agora mesmo.
- Porque quer saber?
- Na verdade, tenho de ir a igreja.
- Podia levar a Rose até um táxi, por favor?
- Avó! Posso ir sozinha.
- Cala-te.- disse-lhe a avó piscando-lhe o
olho.
- Claro que sim, não há problema.- disse ele
embaraçado.
- Obrigado, doutor.- disse a avó.
- De nada.- respondeu o médico psiquiatra.
Acabaram
por ir passear no carro, mas não conseguia ver as coisas como deve ser porque
já não estava a costumada a ver a luz do sol. Ele então pediu-lhe desculpa,
quando ele não estava olhando ela ia colocar os óculos escuros, mas ele viu e
não deixou-a. Quando ela estava comendo o gelado ele não deixava de a olhar,
ela quando se apercebeu ficou muito envergonhada. Ela avistou uma fonte, algo
de estranho se passava, ela então entrou dentro da fonte. E o vento
assoprava-lhe com alegria a água que cai-a da fonte para o chão. Rodava no meio
daquela fonte com uma alegria, como uma criança, enquanto ele a observava, e
vendo tanta alegria ele sorriu. Então entrou também na fonte, aproximando-se
dela participando juntamente na sua alegria...
Nesses
encontros passava o tempo observando-a. Depois passeava com ela por lugares que
ela nunca fora, lugares alegres e num deles colocou a mão por cima do seu
ombro, e num passeio ela ia muito alegre, quando viu um homem cego ficou triste
e sentiu-se e "aconchegou-a", o tempo que passavam juntos, tempo esse
que eles a «anos atrás não tinham nem podiam ter, e com momentos que pensavam
que nunca aconteceriam.»
Os
passeios no parque, que quando arrefecia, ele aconchegava-a com o seu casaco...
- Avó...eu sou bonita?
- Porquê o médico não te elogiou o
suficiente?
- Avó!
Momentos mais tarde estava sentada nas
escadas pensando nele. Entretanto sentiu uma sensação esquisita e abriu porta,
ao abrir viu uma menina vestida com uma gabardine amarela com uma mala da
escola perguntando:
- Viste a minha mãe?
- Quem é a tua mãe?- perguntou ela.
- Com quem estás a falar Rose.- perguntou a
avó.
- Com uma menina.
- Anda a procura da mãe.
- Deve ser alguém a brincar.
Quando
voltou a olhar a menina já lá não estava, olhou para um lado e para o outro mas
nada. Saiu da porta e foi para o corredor para ver se a via
De repente quando estava de costas sentiu uma
sensação esquisita...
A noite
estava feia, estava trovoada e chovendo muito a chuva batia na sua janela,
enquanto ela dormia. Um trovão muito forte ouviu-se ela estava sonhando com uma
rapariga que era ela e depois já não que olhava para água. Acordou, levantou-se
e quando pôs os pés no chão, o chão estava cheio da água caminhou até a
casa-de-banho. Entrou na banheira, suspendeu a respiração, e ficou toda tapada
pela água, afundando até ao fundo de um rio. De repente parece que acordou e
ficou assustada, em pânico, aflita. Acordou gritando e ainda se assustou mais
quando olhou para a frente da sua cama.
- Rose... Sou eu, filha.
- Tiveste um pesadelo.
- Não aconteceu nada, querida.
- Não digas á tua avó, está bem?
- Não, não.- disse ela.
- Sabes que se preocupa muito contigo.
- Vem cá, minha filha.- disse a Parvati.
- Tem calma, dorme.
- Amanhã vou visitar os meus parentes
- Vou lá ficar um mês.
- Quando voltar quero ver uma Rose nova.
- Dorme. Dorme, minha querida.
No dia
seguinte de manhã ela levantou-se foi até a cozinha onde estava a sua avó
tomando o pequeno-almoço...
- Bom dia.
- Vou sair, avó.
- Vou a aula de pintura.- disse ela com a
torrada que a sua avó lhe colocou na boca.
- Onde?- perguntou a sua avó.
- A aula de pintura.
- Rose...
- Depois ligo-te.
- E o pequeno-almoço, Rose?
- Quem vai comer isto tudo?
- Adeus.
Na aula
de pintura, ela estava pintando uma paisagem...sorriu e virou-se para o
professor, mas este estava de costas, então virou para a frente outra vez. De
repente teve a mesma sensação esquisita e ouviu:
- Estás no meu lugar.
Ela
ficou em sobressalto e olhou para a frente e viu uma rapariga, Rose virou-se para
trás para p professor mas este continuava de costas. Quando voltou a olhar para
a frente não viu ninguém, olhou para um lado e para outo e nada.
E quando
olhou novamente para a frente via a rapariga, esta lançou-se para a Rose,
atravessando e desaparecendo. Ela ao defender-se jogou as pinturas juntamente
com o quando ao chão, derramando água por cima do quadro. Assustada pegou nas
suas coisas e saiu correndo. O professor não entendeu nada. Ficou espantado. Olhou
para a sua pintura e viu água, mas não entendeu porquê tanto pânico.
Na rua ia toda desorientada, lá depois pegou
no telemóvel e ligou para o consultório do médico psiquiatra.
- Estou? Estou?
- O doutor Smeer está?
- Ainda não chegou.- respondeu a secretaria.
- A que horas está?
- As doze,
deve estar quase a chegar.
- Preciso de uma consulta urgente.
- Chamo-me Rose...
- O quê? Não pode ser antes? Por favor.
- Sim, pode ser.
Enquanto
vinha a caminhar com o telemóvel na mão viu uma mulher vestida de branco não
muito nova do outro lá da rua pedindo esmola. Então fez que estava guardando o
telemóvel, mas estava sempre a observa-la. Ao atravessar a rua para o lado onde
essa mulher estava viu uma pessoa a atravessa-la. Vendo isso assustou-se, e os
carros apitavam. Saiu correndo desorientada em direcção do consultório do
Sameer.
- Senhora posso ajuda-la?- disse a
secretaria.
- Senhora, desculpe?
- Sameer, por favor ajuda-me!- disse ela
entrando no consultório.
- Desculpe, eu ligo depois.
- Sameer, por favor ouve-me.
- Rose...- disse ele levantando-se
acalmando-a.
- O que se passa?
- Sameer preciso da tua ajuda.
- Vem aqui, acalma-te.- disse ele...
- Rose, já te disse que essas coisas vão
passar.
- É normal, não te preocupes.
- Agora precisas é de descansar.
- Mas Sameer...
- Não tens nada a temer, Rose.
- O que achas que viste não é real.
- Eram alucinações.
- Era só uma ilusão.
- De acordo?
- Uma ilusão?
- Eu vi uma rapariga...
- Rose, Rose acalma-te.
- Vais ficar completamente boa.
- Vou receitar-te uns medicamentos.
- Achas que estou ficando louca?- disse.
- Não sejas boba.
- Quando é que eu disse isso?
- Estes comprimidos vão ajudar-te a
descontrair.
- Toma.
- Rose, confia em mim.
- Estou aqui para ajudar-te.
- Como vais ajudar-me Sameer se não acreditas
no que te digo.
- Rose, Rose...
- Ouve.
- Rose!
Ela
abriu a porta e foi-se embora ele ficou furioso e zangado com sigo próprio, e
bateu na mesa. Ela chegou a casa, chamou o elevador, quando as portas do
elevador abriram ela viu um homem ao canto do elevador. Ficou hesitante em
entrar e só olhava com um olhar esquisito, com medo. Duas pessoas chegaram e
apanharam esse elevador.
Mas outro logo surgiu, olhou mas como não viu
ninguém entrou, carregou no botão e começou a subir. De repente a mesma
sensação novamente, olhou para detrás das costas pelo canto do olho e viu um
homem virado de costas. Que começou a aproximar-se dela, em pânico começou a
carregar no botão pra abrir as portas para chegar ao seu andar. Finalmente o
elevador abriu mas não no seu andar, assustada nem se quer reparou, e saiu o
mais rápido possível.
- Avó!- gritava ela.
- Avó!
- Abre a porta!- dizia ela aflita batendo na
porta.
Como não
abria, espalhou tudo o havia dentro da sua mala, na procura da sua chave,
gritando pela avó, e olhando...
- Abre a porta!!
A porta
abriu-se, e ela foi parar num lugar totalmente desconhecido, levou as mãos a
cabeça, começando a escorregar pela porta. Viu então a mesma menina que lhe
fora bater á porta. Viu-a subindo as escadas para o terraço do prédio ou
telhado, começando a rodar na brincadeira sem dar conta do perigo.
Levantou-se e foi atrás dela, quis salva-la
mas não podia, de repente começou a ver tudo a roda e viu a menina caindo numa
espécie de buraco que havia no terraço e morrer afogada...e ela desmaiou.
No
hospital, ela ao ver o Sameer, virou-se para o outro lado, pondo-se de costas
para ele.
- Sei que estás zangada comigo.
- Desculpa pelo sucedido do outro dia.
- Rose, acho que tens razão.
- Não posso imaginar aquilo porque estais
passando, nem aquilo que vês.
- Mas eu tento, Rose.
- Sou médico e tenho certeza que isto tem uma
explicação médica.
- Tem de haver.
- Seja o que for eu tenho certeza que vou
descobrir.
- Não deixarei que sofras.- disse ele
colocando a sua mão no ombro dela, e ela "agarrou-a" virando-se para
ele.
Depois
de ter saído do hospital, foi a Igreja e perguntou:
- Porque me mostras tudo isto?
- Porquê?
- Porque sou tua filha?
- Porque sou filha de Deus?
- Porque tenho estas visões tão horríveis?
- Que mal eu fiz?
- Que mal fiz eu para ver todos os dias almas
atormentadas por todo o lado?
- Tenho medo de não aguentar mais.- disse ela
saindo da Igreja em direcção do Smeer.
- Não quero ser alguém especial.- disse ela
para si mesma.
- Não quero ser tua filha.
- Rose.
- Estás bem?
- Espera eu levo-te de carro.
- Não Sameer. Eu vou sozinha.
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