sexta-feira, 13 de julho de 2012

A menina sem palavras… PART 1

Era uma vez uma menina chamada Rose. Que viu a sua mãe morrer de tristeza por causa do orgulho de seu pai. A dor fora tão intensa que perderá a voz.
  Todos os dias aquela menina de olhos infelizes e muda percorria espectralmente os corredores da casa. Seu pai mesmo assim continuava o mesmo frio e calculista de sempre. Para ele, dinheiro era tudo. Então se tivesse um estatuto nobre melhor ainda.
    Quando a dor costumava apertar, debruçava-se sobre a janela olhando a lua e contemplando o mar. Durante muito tempo viveu assim. E só ia piorando. Além da dura perda. O seu pai não mudava de atitude. Perdeu todo o alento. Continuar a viver esta vida, só a faria sofrer. Decidida a por fim ao tormento. Esperou que toda a casa caísse no sono profundo. Depois saiu de fininho para a rua, em direcção às ondas que terminavam no tremendo areal. As ondas esperavam-na de braços abertos. Um sabor salgado invadia-lhe a boca e inundava-lhe os pulmões. Elas estreitavam-na no seu seio e puxavam-na para as suas profundezas. Ficou cega, sufocada e enleada pelo frio salgado da água. Pensou estar a morrer. A consciência de toda a sua vida…isto era apenas uma caminhada solitária para o precipício, do fim de uma almejada felicidade.
As estrelas precipitavam-se no céu e explodiam adiante. Porém, a sensação de desamparo foi substituída pelo abrigo de um corpo forte. Não conseguiu ver a sua identidade, pois o cabelo cobria-lhe o rosto. Apertou os braços em redor do seu pescoço e recebeu com desagrado a segurança de terra firme. Não! Não tinha esse direito!
- A menina está doida!
Mas nenhum gemido ouvira. Não saberia quanto tempo permaneceu imóvel.
- O frio deve ter tomado a tua garganta. Não se aflija. Recuperará a voz …
Isso estava muito longe de ser verdade. Já lá iam os dias em que um dia falara. Não era fácil manter-se desperta. Sentia-se fraca e exausta. A sua tentativa de suicídio tinha sido reciprocada.
- Que farei consigo agora? Nem a conheço.

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