terça-feira, 14 de agosto de 2012

Sometimes...


Quando nascemos a vida é uma incerteza. Enquanto pequenos achamos ser capazes do impossível. Os donos do mundo. Os escolhidos para muda-lo. Mas como todo o ser vivo, crescemos e a inocência dá lugar à corrupção. Não acreditamos mais no Pai Natal, nem nos contos de fadas com finais felizes. Muito menos na percepção de que os bebés vêm das cegonhas. Passamos então, a odiar a felicidade dos outros e a perguntar mil e uma vezes porquê? Porquê eu? Que erro, cometi de tão grave para merecer isto? Talvez tudo e talvez nada. Porquê uns têm tudo e outros nada? Na incerteza de melhores dias enveredamos por caminhos obscuros e pouco convencionais. Nalguns casos sem retorno possível e a ambição de mudar o mundo acabou nesse preciso instante. Outros envolvem-se em relacionamentos infrutuosos e provocam o caos emocional. A humanidade passa a conspurcar-se e o que outrora fora respeito, educação e consciência morre tal como uma flor quando não é tratada com amor e carinho. Se não se preocupam com o próximo por que razão. Serei eu a faze-lo? Se também eu me enquadro neste dito espelho que é o retrato actual da humanidade… Tudo não passa de um efeito de bola de neve, que à medida que vai crescendo só pára quando rebentar contra algo. Mendigos implorando esmola para sobreviver, desconhecidos furtando e degolando seja lá quem for, insurreições sanguentas culminando em desgraças, orfanatos apilhados, canis arrasados. Desconfiança social interminável. É neste mundo que queremos viver?     Não há tempo, não há misericórdia… Nas minhas memórias já só vejo uma finalização… Big Bang!

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