quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Retorno do espectro parco


Este é o meu burgo[1]!

Quando o sol se põe,
E as estrelas saem,
Como fantasmas do passado… Porque, algumas coisas nunca mudam!

As ruas por onde ando, dão-me uma razão,
As batalhas em que me empenho, dão-me a origem,
Quando o sol se pôr,
As estrelas sairão,
Como fantasmas do passado… Nada vai mudar! Nunca!
Perdure-se entoando essa melodia,
Despejando um pouco naqueles que se esquecem.
Não existe, mais reparo!
Tornei-me torcionária[2], para abalroar a imperfeição,
Está na hora de colocar a vida de volta à afinação.

Não estou tentando ser melhor ou pior,  
Mas tenho que dizer,
Que devemos mantê-lo oculto…
Cruzámo-nos tempo demais em torno do meu empório[3].

Assim, porquê não gritar bem alto!
Se não dormem, bem que se…,
Nem me vai importar!
Estamos tanto no cerúleo[4],
Como uma digressão combinada!
Poderão assistir à queda fresta[5],
Pois estamos quebrando as alamedas[6]

E se alguma vez quiser,
Encontrar-me, envie uma carta.

Sempre sequiosa[7] e arruaceira,
Somente quero justiça no meu vital[8]!

Quando o sol se pôr,
As estrelas sairão,
Como fantasmas do passado, porque, algumas coisas nunca mudam!

Quando o sol se pôr,
E as estrelas saírem,
Como fantasmas do passado,
Gritarei bem alto,
Este burgo é meu!
Nada vai mudar! Nunca!

Reteremos tudo em segredo,
Cruzámo-nos vezes demais em torno do meu empório,
Para ter que executar um assassínio!

Quando o sol se pôr,
E as estrelas saírem,
Como espectros do pretérito,
Gritarei bem alto,
Porque existem realidades que nunca vão mudar!


[1] Lugar, cidade
[2] Algoz, carrasco, morte
[3] Cidade, metrópole, sítio
[4] Céu, paraíso
[5] Aberta, greta
[6] Trilhas, vias, avenidas
[7] Sedenta, ansiosa
[8] Essência, existência, vida

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