sexta-feira, 22 de março de 2013

Whistling my name... Capitulo 16

Agora para onde vou agora? As pessoas olham todas para mim. Devem perguntar-se o que faz uma pessoa como eu vagueando por aí vestida de noiva. Não tenho nada, nem documentos, dinheiro. Nada. Ficou tudo na casa do Alessandro. O meu minha nossa, o que se passa comigo? Que destino maldito é este. Não quero saber do que possa acontecer, vou buscar o que é meu. Ele que me aguarde.
            Algumas horas depois dirigi-me à casa de Alessandro, a coragem parecia ter-se esgotado. Como agir depois do sucedido? É melhor ir embora. Sim, é isso. Não. Chega de me acobardar.  Chega de rebaixar-me a ele. Não foi assim que me criaram. Não foi para isto. Toco à campainha. Nada. Volto a tocar. Novamente nada acontece. Decido então voltar as costas e partir sem rumo certo. Quando oiço o trinco da porta e uma voz dizer:
- Lana!
- Alessandro. – Respondi virando-me para ele.
- Como tens coragem de aparecer aqui? Sabes a tragédia que causaste na minha vida, sua...sua... o que queres?
- O que é meu. As minhas coisas.

- Não me faças rir Lana. Sabes que mais, queres o que é teu não é? Eu também. – Disse-me puxando para dentro de casa.
- O que estás a fazer? Solta-me.
- Vou ter o que nunca me quiseste dar, mas aos outros. As certinhas são as piores. – Respondeu-me jogando-me na cama.
- Pára Alessandro. Solta-me! – Gritei ao vê-lo rasgar-me o vestido.
Sem aviso agarrou-me pelos cabelos e subjugou-me no chão. Fêz o que quis comigo até deixar de resistir. Depois ainda me segurando os braços levou-me para a cama e beijou-me com tanta volúpia e intensidade que achei que iria sufocar. Os seus lábios eram tão carnudos e sensuais, e movimentavam-se com habilidade e calma.
-  Vou considerar este serviço como um belo pagamento, minha querida. — Disse-me com um sorriso enlouquecido.
Então para prosseguir a sua exploração pelo meu corpo amarrou-me as mãos à cama. Era o meu fim, podia espernear o que quisesse. Jamais sairia dali .. Para Alessandro, a sua jornada de prazer tinha apenas começado. Percorria o meu corpo com lábios famintos e mãos famintas, podia ver isso no brilho dos seus olhos. E quanto mais eu implorava para ele parar, pior.
- Não, por favor. Não! – Gritei pela última vez deixando as lágrimas escorrem finalmente pela face.
- Ah, meu Deus! O que foi que eu fiz! – Exclamou escutando o meu grito.
Alarmado e  imóvel. Começou a afastar-se, e contemplou o que acreditava ser impossível. Eu era virgem. Tudo de que fora acusada, tudo o que podia ser verdade. Tinha acabado de ser desmentido.
- Por quê Lana? Como pudeste? Isto não faz sentido. Tu não podias...
Não disse uma única palavra. Não há mais nada que eu possa dizer mesmo. O que está feito, feito está. Agora nada mais me importa mesmo...
- Lana! Responde-me. – Gritou-me Alessandro depois de me soltar. – Fala comigo.
- O que queres que te diga Alessando? – Perguntei por fim engolindo a dor que me sufocava e roubava a fala.
- Explica-me. Como podes ser tu... como posso ter sido o teu primeiro homem? Fala.
- Simples. Tu nunca acreditaste em mim. Abandonaste-me em França sem nada. Obrigaste- me a ter que me arranjar sozinha! Tu não sabes o quanto apanhei! O quanto passei nas mãos daqueles homens. A minha prisão além de ter deixado marcas, foi um bálsamo e a minha janela de saída para continuar íntegra! E agora estás satisfeito? Os meus serviços foram bons? – Perguntei erguendo-me da cama e correndo para o balneário.

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