Agora para onde vou
agora? As pessoas olham todas para mim. Devem perguntar-se o que faz uma pessoa
como eu vagueando por aí vestida de noiva. Não tenho nada, nem documentos,
dinheiro. Nada. Ficou tudo na casa do Alessandro. O meu minha nossa, o que se
passa comigo? Que destino maldito é este. Não quero saber do que possa
acontecer, vou buscar o que é meu. Ele que me aguarde.
Algumas horas depois dirigi-me à
casa de Alessandro, a coragem parecia ter-se esgotado. Como agir depois do
sucedido? É melhor ir embora. Sim, é isso. Não. Chega de me acobardar. Chega de
rebaixar-me a ele. Não foi assim que me criaram. Não foi para isto. Toco à
campainha. Nada. Volto a tocar. Novamente nada acontece. Decido então voltar as
costas e partir sem rumo certo. Quando oiço o trinco da porta e uma voz dizer:
- Lana!
- Alessandro. –
Respondi virando-me para ele.
- Como tens coragem
de aparecer aqui? Sabes a tragédia que causaste na minha vida, sua...sua... o
que queres?
- O que é meu. As
minhas coisas.
- Não me faças rir
Lana. Sabes que mais, queres o que é teu não é? Eu também. – Disse-me puxando
para dentro de casa.
- O que estás a
fazer? Solta-me.
- Vou ter o que
nunca me quiseste dar, mas aos outros. As certinhas são as piores. – Respondeu-me
jogando-me na cama.
- Pára Alessandro.
Solta-me! – Gritei ao vê-lo rasgar-me o vestido.
Sem aviso agarrou-me pelos
cabelos e subjugou-me no chão. Fêz o que quis comigo até deixar de resistir.
Depois ainda me segurando os braços levou-me para a cama e beijou-me com tanta volúpia e intensidade que achei que
iria sufocar. Os seus lábios eram tão carnudos e sensuais, e movimentavam-se
com habilidade e calma.
- Vou considerar
este serviço como um belo pagamento, minha querida. — Disse-me com um sorriso
enlouquecido.
Então para prosseguir a sua exploração pelo meu corpo
amarrou-me as mãos à cama. Era o meu fim, podia espernear o que quisesse.
Jamais sairia dali .. Para Alessandro, a sua jornada de prazer tinha apenas
começado. Percorria o meu corpo com lábios famintos e mãos famintas, podia ver
isso no brilho dos seus olhos. E quanto mais eu implorava para ele parar, pior.
- Não, por favor. Não! – Gritei pela última vez deixando as lágrimas
escorrem finalmente pela face.
- Ah, meu Deus! O que foi que eu fiz! – Exclamou escutando o meu grito.
Alarmado e imóvel.
Começou a afastar-se, e contemplou o que acreditava ser impossível. Eu era virgem.
Tudo de que fora acusada, tudo o que podia ser verdade. Tinha acabado de ser
desmentido.
- Por quê Lana? Como pudeste? Isto não faz sentido. Tu
não podias...
Não disse uma única palavra. Não há mais
nada que eu possa dizer mesmo. O que está feito, feito está. Agora nada mais me importa mesmo...
- Lana! Responde-me. – Gritou-me
Alessandro depois de me soltar. – Fala comigo.
- O que queres que te diga Alessando? –
Perguntei por fim engolindo a dor que me sufocava e roubava a fala.
- Explica-me. Como podes ser tu... como
posso ter sido o teu primeiro homem? Fala.
- Simples. Tu nunca acreditaste em mim.
Abandonaste-me em França sem nada. Obrigaste- me a ter que me arranjar sozinha!
Tu não sabes o quanto apanhei! O quanto passei nas mãos daqueles homens. A
minha prisão além de ter deixado marcas, foi um bálsamo e a minha janela de
saída para continuar íntegra! E agora estás satisfeito? Os meus serviços foram
bons? – Perguntei erguendo-me da cama e correndo para o balneário.
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