O
nascimento da Agricultura Biológica
Alguns
estudos comprovam que a agricultura biológica começou a ser praticada
essencialmente no Norte da Europa desde o início do século, tendo como base
três correntes de pensamento importantes na sua origem:
·
A agricultura
biodinâmica que surgiu na Alemanha, impulsionada por Rodolf Steiner;
·
A agricultura orgânica que
surgiu em Inglaterra, a partir das teses desenvolvidas por Sir Howard no seu
testamento Agrícola;
·
A agricultura biológica
que foi desenvolvida na Suíça por Hans Peter e H. Muller.
Estes
diferentes movimentos deram origem a um vínculo entre a agricultura e a
natureza, afastando-se de uma agricultura mais dirigista.
A
agricultura biológica manteve-se durante muito tempo embrionária na Europa.
Pelo menos até inícios dos anos 50, devido às grandes necessidades de aumentar
a produção e o grau de auto-suficiência para poder suportar a comunidade
europeia.
No
final dos anos 60 e inícios dos anos 70 começou a haver mais preocupações com o
meio ambiente, sendo assim criadas associações com regras de produção ligadas
ao interesse pelo meio ambiente.
No
entanto é nos anos 80 que este tipo de agricultura ganha impulso. Houve maior
interesse dos consumidores por produtos obtidos a partir desta prática, o que
levou a ser desenvolvida noutros países fora da Europa, como os Estados Unidos,
o Canadá, a Austrália e o Japão. Assiste-se assim a um aumento do número de produtores
e à comercialização de produtos biológicos.
2-
Caracterização
das explorações
A
exploração agrícola[1] é o
local onde são produzidos os produtos biológicos, frescos e de elevada
qualidade que se podem encontrar nos supermercados, restaurantes ou mercados
locais.
Esta
prática não depende só da natureza. Os agricultores têm de aplicar o conceito
de uma agricultura em ciclo fechado. Por exemplo, o aumento da fertilidade dos
solos usando estrume e reutilizando os resíduos das culturas, diminuindo assim
a erosão dos solos, bem como a perda de nutrientes e água. Desta forma
promove-se a harmonia entre a Natureza e o Homem.
Em
Portugal a área média de explorações é 113 Ha. As explorações dominantes[2]
são a animal, mista e frutícola. No norte as mais importantes são também a
mista, frutícola, e vitivinícola. No centro deparamo-nos com o mesmo cenário,
porém com maior concentração na produção de ervas aromáticas e hortícolas. E no
sul com a produção animal e de seguida com a exploração mista.
No que diz
respeito aos alimentos consumidos pelos animais criados biologicamente, actualmente,
o regulamento de agricultura biológica determina que pelo menos 85% dos
alimentos fornecidos aos animais têm de ser obtidos em modo de produção
biológica. Porém a partir de 1 de Janeiro de 2008, os agricultores tiveram de
passar a fornecer 100% de alimentos biológicos aos animais usados para produção
de carne e leite.
O novo
Regulamento, desenvolvido a partir das normas
actuais, recorre à produção de alimentos biológicos compostos para animais, através
de matérias-primas obtidas em agricultura biológica, excepto quando estas não
estão disponíveis. Usando o mínimo de aditivos e auxiliares tecnológicos e
apenas nos casos de extrema necessidade ou para um fim nutricional específico.
ð Criação
ao ar-livre:
Os
princípios e regulamentos da agricultura biológica também explicam que os
animais criados biologicamente devem ter acesso permanente a pastagens abertas,
substâncias grosseiras não digeríveis na sua alimentação e que os seus alimentos
devem ir ao encontro das suas necessidades nutricionais em cada fase do seu
desenvolvimento.
De
acordo com o princípio de aproveitamento dos recursos locais, os alimentos para
animais devem ser também preferencialmente adquiridos a partir da exploração
agrícola em que os animais são mantidos.
ð Restrições:
No
que toca a restrições, existem alguns ingredientes proibidos nos compostos
biológicos para animais, como, por exemplo, os promotores de crescimento,
aminoácidos sintéticos e organismos geneticamente modificados (OGM). Existem
ainda outros que podem ser utilizados em determinadas circunstâncias, tais como
materiais de origem vegetal convencionais, materiais de origen animal ou
mineral, aditivos, enzimas e microrganismos e ainda auxiliares tecnológicos.
ð Leite:
Os agricultores biológicos acreditam que
durante as primeiras fases de desenvolvimento, os animais como os bezerros ou
cordeiros devem ser alimentados unicamente com leite natural – idealmente das
suas progenitoras.
3-
Técnicas
e produtos que caracterizam a diferença na Agricultura Biológica
4.1. Plantas:
Prevenção com plantas
|
Pragas
|
Refúgio para sirfídeos,
himenópteros e crisopas (insectos predadores).
|
|
Alho
|
Efeito antibiótico e fungicida;
contém aminoácido de efeito pesticida; destrói pragas quando aplicado em
preparação; pode destruir também os auxiliares.
|
Repele gatos e formigas
|
|
|
Melhora a produção e a
qualidade, por melhorar a disponibilidade de cálcio e potássio; proporciona
sombra. Proporciona bons resultados na cultura do morangueiro.
|
Cebolinho
|
Inibe a mancha negra e a sarna
Proporciona bons resultados na cultura de tomateiro; roseiras; macieiras; alface; cenoura; aipo. |
Planta-isco para afídeos
|
|
|
Rica em cálcio, potássio e fósforo;
O chorume fermentado acelera a compostagem; excelente adubo verde; relação
C/N semelhante ao estrume.
|
Funcho
|
Refúgio para sirfídeos
predadores e caracóis.
|
Heras
|
Refúgio para sirfídeos,
himenópteros e crisopas.
|
Hortelã-vulgar e pimenta
|
Repele a lagarta da couve
|
O preparado tem acção
fungicida.
|
|
Loureiro
|
Refúgio para antocorídeos;
repelente de toupeiras.
|
Manjericão
|
Afasta insectos.
|
O chorume fermentado acelera a
compostagem.
|
|
Poêjo
|
Afasta ratos e formigas
|
Salva
|
Repele uma série de pragas; afasta a borboleta-branca da couve
|
Salsa
|
Repele a mosca da cenoura e certos escaravelhos. Proporciona bons
resultados na cultura de tomateiro; roseiras; cenouras; espargos.
|
Refúgio para himenópteros.
|
|
|
Repele uma série de pragas, como piolhos, lagartas, formigas e ácaros
|
Refúgio para afídeos úteis;
repelente de toupeira.
|
|
Tomilhos
|
Repele a lagarta da couve.
|
Urtica sp.
|
Acelera a compostagem e são usadas como insecticida contra piolhos e
ácaros.
|
4.2. Animais:
Prevenção
com animais / insectos
|
Pragas
|
Joaninha
|
Repelam ou
consomem afídeos, moscas da fruta, pulgões, piolhos
da folha e outros tipos de
insectos.
|
Vespas
|
Repelam ou
consomem afídeos, cochonilha, lagarta da couve e
roscas. Além de ajudarem na polinização das plantas.
|
Pássaros
|
Consomem lagartas
mineiras, lesma ou Caracol, rosca branca, roscas, gorgulho das hortícolas e
afídios.
|
Repelam ou consomem afideos,
ácaros, ovos e larvas de lepidópteros.
|
|
Repelam ou consomem
afídios e tripes. Além de ajudarem na polinização das plantas.
|
|
Repelam ou consomem a traça-da-oliveira, piolhos, traças, ácaros, psilídeos, moscas-brancas, lagartas,
cigarrinhas e cochonilhas e pulgões.
Além de ajudarem na polinização das plantas.
|
4.3. Culturas
intercalares para prevenção de algumas pragas:
Prevenção com culturas intercalares
|
Praga
|
Hortelã, alho, coentros,
cebolinho, poejo, crisântemos e nastúrcio (como cultura armadilha)
|
|
Cebola e girassóis como
armadilhas.
|
|
Cebola, alho, crisântemo,
para encorajar tripés predadores. Plantas de pólen e néctar para atraírem
joaninhas e outros insectos predadores.
|
Aranhiço vermelho
|
Culturas de pólen e néctar
para atraírem joaninhas e outros insectos predadores.
|
|
Ásteres para encorajar as
aranhas. Ervas da família da artemísia
|
|
Hortelã, pimentão, salva,
rosmaninho, tomilho, aipo, como armadilha), funcho (para atrair as vespas),
plantas de pólen para atrair os neurópteros.
|
Lagarta da couve
|
Ervas da família da
artemísia como dissuasor.
|
Lagartas mineiras
|
4-
Produtos
– Alimentos de agricultura biológica
5.1. Requisitos
e condições:
¨
Tal como acontece para os
agricultores, o sector de transformação deve seguir certos requisitos para que
os seus produtos possam ter o logotipo e rótulo de agricultura biológica da UE ou dos
diferentes Estados-Membros da UE. No novo
regulamento de agricultura biológica estes requisitos incluem a produção de
produtos usando maioritariamente ingredientes de origem agrícola biológica, a aplicação de apenas um número muito limitado de
aditivos, utilização de auxiliares tecnológicos apenas se forem autorizados, em
certas condições, pela Comissão, a inibição do uso de aromatizantes e corantes
e a garantia de que os produtos de agricultura biológica e convencionais são
armazenados, manipulados e processados separadamente em todos os momentos.
5.2. Transformadores:
¨
Os
transformadores de produtos de agricultura biológica e, por dimensão, os
vendedores e distribuidores, estão igualmente sensibilizados para os objectivos
dos agricultores biológicos, nomeadamente a aquisição de alimentos frescos e
autênticos, produzidos e preparados tendo em conta o respeito pela natureza e
os seus sistemas.
Entre os princípios
mais importantes para a transformação de produtos de agricultura biológica
incluem-se uma limitação rigorosa dos aditivos e auxiliares tecnológicos que podem
ser utilizados; uma limitação rigorosa de elementos
químicos sintetizados que podem ser utilizados e por fim a proibição do uso de
organismos geneticamente modificados (OGM).
5.3. Gama de produtos:
¨
Enquanto o
modo de produção biológico procura manter a agricultura em contacto com as suas
raízes tradicionais e minimizar as perturbações à ordem natural, a alteração de
produtos de agricultura biológica reflecte a miríade de sabores e preferências
culinárias do consumidor moderno.
Por isso, além da alta qualidade de deliciosos frutos,
vegetais e carnes, os produtos de agricultura biológica modernos compreendem
também:
·
Comida
para bebé
·
Vinhos
produzidos com uvas biológicas
·
Cerveja
·
Iogurtes
·
Bolos
·
Pão
·
Cereais
de pequeno-almoço
·
Biscoitos
·
Carnes
frias
·
Sumos
de fruta
·
Fruta
e vegetais enlatados
·
Refeições
preparadas
·
Café
·
Chá
Como
os agricultores biológicos tendem a seleccionar espécies animais e vegetais
menos conhecidas, com maior resistência a pragas e doenças e melhor adaptação
às condições sazonais e locais, o sector de transformação de produtos de
agricultura biológica tem, indiscutivelmente, uma gama mais alargada de
produtos à sua disposição.
5.4. Importações de Alimentos
de agricultura biológica:
¨
Para
dificultar ainda mais a situação, a procura de produtos de agricultura
biológica na UE é actualmente superior à oferta, o que significa que os
cidadãos da UE também necessitam de ter oportunidade de comprar alimentos e
bebidas importados quando desejam comprar biológico.
Exemplos
típicos de produtos de agricultura biológica importados para a UE incluem:
·
Café
do Brasil
·
Kiwis
da Nova Zelândia
·
Arroz
da Tailândia
·
Bananas
da Costa Rica
·
Chá
da Índia
5.5. Mercado de distribuição
dos produtos:
5.5.1. Canais:
Os canais normais de
distribuição através dos quais os consumidores podem encontrar produtos
biológicos incluem:
·
Mercados
locais e especializados;
·
Lojas
especializadas em produtos de agricultura biológica em áreas urbanas e rurais;
·
Tendas à
beira da estrada em zonas rurais;
·
Directamente
nas explorações agrícolas onde os produtos têm origem;
·
Entrega de
cabazes ao domicílio ou recolha num local pré-definido através da internet.
5.5.2. Supermercado:
Por toda a
Europa, os supermercados estão a tornar-se uma fonte cada vez mais popular de
alimentos e bebidas biológicas. O tamanho e sofisticação das suas actividades
envolvendo produtos biológicos também estão a aumentar. Nos supermercados, podemos
encontrar geralmente secções dedicadas e bem visíveis de frutos, vegetais e
carne de agricultura biológica. E se observarmos com atenção, encontramos
também alimentos biológicos transformados, incluindo nas secções de produtos
congelados.
5.5.3. Restaurantes e serviços de catering:
Na
UE, o sector dos restaurantes e catering está também a aumentar no que toca ao
uso de produtos biológicos na elaboração dos seus menus.
De
facto, nos últimos anos, têm vindo a abrir um número cada vez maior de
estabelecimentos que servem exclusivamente alimentos de agricultura biológica,
ao mesmo tempo que várias grandes empresas também decidiram introduzir comida
biológica nas suas cantinas.
Entretanto,
a próxima geração de consumidores está a experimentar em primeira-mão alimentos
e bebidas de agricultura biológica, à medida que estes são cada vez mais usados
nas cantinas escolares de toda a UE. Esta tendência também é seguida por outras
cantinas, em empresas públicas e privadas.
5- A agricultura Biológica
enquadrada na Pac
PAC trata-se de uma Política Agrícola Comum
Europeia criada em 1962 tendo em visa os seguintes factores: défice de
produção, aumento da dependência agro-alimentar e diminuição do nível de vida
dos agricultores.
Desta forma os seus principais objectivos eram:
·
Aumentar a produtividade agrícola;
·
Garantir a auto-subsistência alimentar da população dos
estados-membros;
·
Estabilizar o preço dos produtos agrícolas;
·
Garantir aos agricultores rendimentos mais justos.
Os objectivos da PAC foram concretizados, no
entanto, desta política, resultaram também consequências negativas. Com o
aumento da produção agrícola resultaram desequilíbrios ambientais devido à
sobrexploração da terra e à prática intensiva de cultivo. Começaram a haver
excedentes (cereais, carne de bovino e leite), houve um excesso de
proteccionismo aos produtos comunitários e as despesas agrícolas detinham um
peso muito elevado no orçamento da UE.
Com isto, foi necessário fazer uma revisão da
PAC, em 1992, e pensar numa forma de equilibrar o desenvolvimento da
agricultura com a protecção do ambiente. Ou seja, promover um desenvolvimento
sustentável.
Actualmente a PAC da UE ajuda a desenvolver o
tecido económico e social das comunidades rurais e desempenha um papel
essencial na procura de soluções para fazer face às alterações climáticas, à
gestão dos recursos hídricos, à bioenergia e à biodiversidade. O objectivo é agora
que todos os produtores sejam capazes de sobreviver pelos seus próprios meios,
no mercado da UE e no mercado mundial e que o consumidor tenha à sua disposição
uma escolha ampla a preços justos. Quando necessário, a PAC complementa o
rendimento dos agricultores a fim de lhes garantir um nível de vida aceitável,
no entanto, essas ajudas estão ligadas ao cumprimento de objectivos no domínio
da higiene das explorações agrícolas, da segurança alimentar, da saúde e
bem-estar dos animais, da preservação das paisagens rurais tradicionais e da
conservação do meio natural e da vida selvagem.
Além de fixarem as condições relativas ao meio de produção
aquícola e à separação das unidades biológicas e não biológicas, especificando
as condições de bem-estar dos animais (incluindo as densidades de animais
máximas, que constituem um indicador mensurável do bem-estar), as novas directivas
da UE proíbem a indução da reprodução por hormonas artificiais.
Ainda assim, o sector da agricultura biológica tem ainda muito para percorrer, sendo que atualmente há 7,6 milhões de hectares
destinados a esse tipo de produção, o que corresponde somente a 4,3% das terras
cultivadas na UE. Valores, estes, que serão considerados na reforma da PAC,
pós-2013.
Temos então uma controvérsia que gira em volta da PAC, sendo
que uns estados membros a defendem, e consequentemente as ajudas aos
agricultrores, que representam quase metade do orçamento anual da União
Europeia. Enquanto outros gostariam de canalizar esse dinheiro para outros
sectores, como a energia e inovação.
Conclusões
A
agricultura já existe desde a pré-história, visto que todo e qualquer ser vivo,
tem a, necessidade constante e imutável de se alimentar e assegurar o seu
sustento. Verdade irrefutável que conduziu o homem à exploração da natureza,
encontrando nela uma forma de aproveitar as plantas e ervas bem como os outros
seres vivos não racionais, como alimento. Mas com o passar do tempo, esta
actividade de subsistência feita à custa de trabalho manual e uso de técnicas
artesanais e ancestrais pouco desenvolvidas, evoluiu para uma actividade
industrial, que deu origem a uma utilização mais intensiva dos solos, que por
sua vez recorre cada vez mais à mecanização e a técnicas mais sofisticadas em
termos de fertilização, irrigação, selecção e manipulação de espécies. Contudo
para tentar remediar o dano causado, por um bem melhor. Criou-se a agricultura
biológica. Uma alternativa visada pela PAC na revisão
da sua pragmática em 1992, também ela causadora desta deturpação na
natureza agrícola.
A
agricultura biológica consiste numa produção de alimentos saudáveis e ao mesmo
tempo de elevada qualidade, baseando-se no contrabalançar entre o sustentável e
a qualidade, ou seja os prós e contra como numa balança. Ao recorrer a práticas como: rotações de culturas, adubos naturais,
consociações e luta biológica contra pragas e doenças. Tendo como consequências
directas, o melhoramento
da fertilidade do solo a longo prazo, preservando os recursos naturais e
minimizando todas as formas de poluição resultantes das práticas agrícolas,
preservando a biodiversidade e os ecossistemas naturais, bem como a
possibilidade dos consumidores poderem escolher e consumirem alimentos de
produção biológica, sem resíduos de pesticidas.
Porém a falta de capacidade
organizativa, de ligação entre os conhecimentos e a produção, de ajudas e
informações para o seu desenvolvimento parecem ser causadoras da limitação
deste modo de agricultura benigna. Isto, porque ainda que a PAC ajude a desenvolver o tecido económico e social das
comunidades rurais e desempenhe um papel essencial na procura de soluções para
fazer face às alterações climáticas, à gestão dos recursos hídricos, à
bioenergia e à biodiversidade e complemente o rendimento dos agricultores a fim
de lhes garantir um nível de vida aceitável, existem normas e leis a cumprir
que vão deste a higiene das explorações agrícolas, segurança alimentar, saúde e
bem-estar dos animais, preservação das paisagens rurais tradicionais, até à
conservação do meio natural e da vida selvagem. E muitos agricultores não
aderem a esta iniciativa, porque no geral, esta actividade
requer um maior volume de mão-de-obra, logo os rendimentos do trabalho serão
sempre superiores comparativamente com a agricultura tradicional. Além de que
os próprios não conseguem aguentar a concorrência imposta pela agricultura
intensiva e detentora do monopólio neste sector. Daí os produtores que restam
preferirem a quantidade à qualidade e evitar gastos supérfluos com pessoal,
quando existem máquinas, que promovem a rapidez e o baixo-custo e ainda os
pesticidas e adubos químicos. E também porque os alimentos biológicos são mais
caros que os “normais” e as pessoas optam pelos mais acessíveis, pois existe um
variadíssimo leque de escolha convidativa vindo da importação. Logo quem sairá
prejudicado será o produtor, porque estará sempre num risco, visto que a sua
actividade não é rentável. Embora actualmente observemos que a procura é superior
à oferta.
Todavia existem países que defendem as iniciativas da PAC, nas ajudas aos agricultores, que
representam quase metade do orçamento anual da União Europeia. Mas existem
outros países, que gostariam de canalizar esse dinheiro para outros sectores,
como a energia e a inovação.
Os produtos biológicos são
de altíssima qualidade, e observam-se cada vez mais à venda nos supermercados e
restaurantes. Além de que não se tratam só de frutas, legumes e carnes, temos
também disponíveis neste leque vinhos, sumos de fruta, carnes frias e etc.
Quando observa-se muito a falta de tempo para refeições equilibradas,
sedentarismo entre outros factos mórbidos, estes
alimentos inseridos na nossa dieta podem fazer toda a diferença.
Sendo
assim, na minha pespectiva os governos deviam investir mais neste sector de
actividade, tornando-o em um sector rentável que permitiria a fixação de
população jovem nos povoados isolados e esquecidos, conferindo desta forma a
identidade à ruralidade há muito perdida. Ou seja, promover o ramo de maneira a
que a oferta e a procura se equilibrassem. Para que além do que foi referido
anteriormente, na hora de comprar, os consumidores com menos posses pudessem
também usufruir destas “ pedras preciosas” de igual modo, bem como o preservar do
ambiente, nomeadamente os solos para as gerações vindouras e evitando o
aparecimento de doenças procedentes de produtos usados no controlo de pragas
prejudiciais para a saúde humana e dos animais.
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