O sol já saltita por entre as janelas anunciando um novo
dia. O inevitável está prestes a realizar-se. Enfim irei preparar-me e
mentalizar-me que este é um dia feliz. Tomei um demoroso banho, pensei só em
coisas boas e encaminhei-me para o meu quarto para então transformar-me na dita
noiva do contracto. Vesti a lingerie que escolhera na mesma loja que o seu
vestido. Era toda em branco e rendada. Depois o vestido tinha um decote recortado com uma cauda de corte organza, pregueado
e bordado. O véu até ao final das costas em tule de duas camadas frisado e bordado. E por fim sapatos de cetim salto
agulha fechados de plataforma escarpã. Quanto ao cabelo preferi ao natural. A
magia estava feita. Desci contemplei imediatamente a limusina à minha espera.
Quando cheguei à Igreja nunca vira
tantas pessoas para um casamento e de entre elas a ex-namorada de Alessandro.
Então pedi ao motorista para parar nas traseira da Igreja por uns momentos.
Agora tudo fazia sentido. A sua raiva, o seu desespero e fúria. Era tudo por
causa do seu desgosto de amor. Era só para punir o seu amor. Que andarilho foste
e és Lana. Acorda! Ganha 20 segundos de coragem e desaparece daqui. Como que por
destino. Observo Alessandro surgir nas traseiras da Igreja e a sua ex-namorada
correr para si. Vendo isto continuei observando. Ela parecia desesperada e
aflita. Estaria-lhe pedindo que não casa-se? Que fora parva deixando-o? Quando
de repente se beijaram... E foi aí que tudo mudou drasticamente. Saí da Limusina e dirigi-me a eles. E ali fiquei para que me visse. Ele empurrou a
mulher, o seu grande desgosto e encarou-me assustado.
- Lana.
Lana não é o que estás a pensar. – Tentou dizer dirigindo-se a mim.
- Não
te aproximes Alessandro. Esta palhaçada acaba aqui e agora. – Respondi
afastando-me.
- Não
podes fazer isso. Lembra-te que assinaste um contracto. Lembra-te do que te
espera se romperes com o trato.
- Sabes
que mais? Pouco me importa. Se tenho uma punição para pagar. Paga-la-ei de bom
grado. Do que me prender a um homem como tu para o resto da vida. Eu não sou
uma boneca como essa aí por quem caís de amor. E tratas com todos os cuidados.
O que me fizeste tem retorno. Passar bem. Adeus!
Levantei
o vestido e comecei a correr. Eu tinha de fugir rapidamente dali antes que
perdesse a coragem. Antes que ele me voltasse a prender. Antes que me torna-se
novamente parva e fraca. Mas ainda ouvi ao longe Alessandro gritar: “ Lana.
Lana! Volta aqui! Vais arrepender-te! Lana.”
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