Quantas e quantas vezes prometemos algo que nunca chega até ao fim? Quantas
palavras dizemos durante a vida guardando segredos e mentiras
intemporais?
Tu aí que estás a ler este texto neste preciso momento, em quantas ocasiões
diferentes repetiste as mesmas palavras e construções frásicas a
pessoas completamente diferentes?
Fazes ideia do que as tuas palavras
integralizadas provocaram nas diferentes épocas?
És capaz de avaliar o teu próprio ser
relembrando o que acabaste de escrever? Ou o que escreveste há desconhecidos
anos? Será que tu e essas existências literárias são dois em um, só?
Ainda te lembras de quem és? Quem foste
ontem? Quem eras hoje? E quem serás amanhã?
Estás a escrever? Posso ver? Algum
segredo verborrágico? O teu conto de fadas?
Apenas palavras. Bonita caligrafia. Alívio da alma.
Conheces-me? Poderias dizer-me quem sou?
Oh não. As letras estão ganhando outra cor. Estão
revoltadas, dizem-me atrocidades sem qualquer dor. Faz muito tempo que as
enclausurei em algum recanto do meu agror.
Eh! Não me deixes aqui assim ajuda-me.
Elas também te querem falar. Perguntam-me se ainda recordas a última vez que
expressaste o teu amor a alguém? Se hoje dizes-te a quem amas o quanto a adoras.
Na rua falaste a quem passa independentemente se te responderão ou não? És capaz
de imaginar o quanto a tua atitude pode mudar o dia de uma pessoa que nem
sequer conheces?
Queres um conselho? Não, acho que não.
Lanço-te um desafio passa a deixar uma mensagem em lugares aleatórios. Envia
mensagens significatórias. Lembra-te as palavras não gostam de ficar expostas só
por assim ser numa ardósia.
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