quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Lembraste?


Sacarina[1] petiza, entra,
Somente o teu flanco enigmático.
Entra…aguarda…,

No leito de canela.
Irás contundir como inferno.
Oh, miserável…
Sou só uma criança sem contos de fada.
Sombria mas tão afável,
Uma Pequena vendeira[2] de argúcia alheia!
Ama mentindo, fascinante…
Deplorável…
Coroando no instante,
É isso que sou!
…descontente para o fim dos dias.
Ui, cheiro romântico,
Razão amistosa…,
Não há sotaina[3]!
Que possa-me levar ao paraíso!
Quando terminar comigo.
Esquece o pensar não me sentirei pejado,
Uma coisa indomesticável,
Nunca se arrepende de nada!
És capaz de te lembrares da primeira dança, Que compartilhamos?
- Não! Sabes porquê? Por que nunca houve primeira dança!
Relembraste do momento em que fervilhamos? Do primeiro beijo tão amável e mágico?
- Não! Por que escolheste o de outra! O calor doutro corpo, a minha meiguice encarnada noutra!
Só restou durante parcos[4] dias o odor de excelência,
Desprezada atrás!
Ah, querido amigo,
Como me lembro daquela noite!
A lua e o sonhos que partilhamos,
Sua pata tremendo na minha mão,
Sonhando com a terra nórdica!
Me intrujando com um beijo de fera!
Eu sei…sonhos feitos…!
Devias ter-me amado antes que,
A última pétala caísse!
Como mundo sem visão,
Do vasto oceano.
Assim será o teu mundo,
Sem nenhum amor brotar em ti!
Mas o meu coração agora está ocupado,
O teu amor quebrado e acabou!
Preciso de mais do que me podes oferecer!
Não leste bem a narração,
Não escutaste os avisos,
Não decifraste as entre linhas.
Esqueceste-te das reviravoltas!
Onde é que a felicidade eterna,
Beija um sapo?
Não conheces esse conto?
Pois quem poderia aprender a amar uma fera?
Tu não podes ser amado, nem fazer ninguém afortunado,
És uma maldição, maldita!
Por mais frios que sejam o vento e a chuva,
Eu não estarei lá para aliviar a tua dor!
Por mais cruel que sejam os espelhos do pecado,
Lembra-te que a beleza está no interior,
E tu julgaste-a por fora!
Dando ouvidos a outros, que te desejavam mal!
...Para sempre condenado serás a sofrer de amor!


[1] Doce
[2] Dono de venda; taberneiro
[3] Conjunto de pancadas dadas a alguém como castigo ou maus-tratos. = Sova, Pancadaria, Tareia. Crítica severa.
[4] Sombrios, nublados, tristes

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