Introdução
"As pescarias faziam-se em Setembro,
em manhãs em geral brumosas e frescas.
Peixes de escama verde e ventre claro, ou o safio como um tronco de afogado; o tamboril e o lavagante...”
Peixes de escama verde e ventre claro, ou o safio como um tronco de afogado; o tamboril e o lavagante...”
Agustina Bessa Luís
O presente
trabalho tem como tema a região da Estremadura. Iremos focar, não só a
gastronomia, mas também os produtos típicos da região e a própria história da
mesma.
A Estremadura
é uma região bastante rica em termos culturais, sociais e gastronómicos.
É nesta região que se localiza a capital de
Portugal – Lisboa – e é esse um dos factores, bem como o clima ameno e
convidativo da região, as suas paisagens de grande beleza natural (dos rios
Tejo e Sado às principais vilas e cidades) e a quantidade e variedade de
actividades de lazer que se podem encontrar por todo o território, que fazem
com que o apelo turístico da região seja bastante relevante, sendo este um dos
destinos turísticos mais apreciados, quer pelos turistas internacionais, como
pelos turistas nacionais. Por sua vez, a gastronomia da região recebe
influências da litoralização, uma vez que a proximidade com o mar permite uma
pesca regular e também uma troca comercial bastante activa. São vários os
pratos típicos de peixe, mas também não se podem ignorar as iguarias à base de
carne, elaboradas essencialmente com novilho (de produção local), enchidos e
caça (pêlo e penas). A acompanhar estes alimentos, encontram-se a fava, o
feijão, a couve lombarda, o feijão verde, a batata e o esparregado. Geralmente,
os pratos são aromatizados com salsa e coentros, o que, para além do sabor
característico, confere ao prato um aspecto fresco e saboroso.
Estremadura
Portugal
é um país localizado no sudoeste do continente Europeu. É o país mais ocidental
da Europa e, para além do território continental, possui também duas regiões
autónomas, o arquipélago da Madeira e dos Açores.
Portugal
está dividido em 18 distritos e 14 regiões, incluindo as duas regiões
autónomas.
A zona sobre a qual o nosso trabalho vai incidir é a Estremadura, que integra cidades de três distritos
diferentes; Distrito de Lisboa (Alenquer, Arruda dos Vinhos, Cadaval, Cascais,
Lisboa, Loures, Lourinhã, Mafra, Oeiras, Sintra, Sobral de Monte Agraço e
Torres Vedras), Distrito de Leiria (Alcobaça, Bombarral, Caldas da Rainha,
Marinha Grande, Nazaré, Óbidos, Peniche e Porto de Mós) e o Distrito de Setúbal
(Alcochete, Almada, Barreiro, Moita, Montijo, Palmela, Seixal, Sesimbra e
Setúbal).
A Estremadura
surgiu como província em 1936, na sequência da reforma administrativa desse
mesmo ano.
A região ocupa
uma faixa litoral no centro do território e, como foi acima referido,
compreende concelhos dos distritos de Leiria, Lisboa e Setúbal. Abrange uma
área de 5345 km2 e é banhada pelo oceano Atlântico, sendo que a sua
litoralidade influencia o tipo de iguarias que se encontram na região.
Nesta região,
situa-se Lisboa, a capital do País. Este facto influencia a actividade humana
em torno do distrito, sendo este o centro cultural, político e comercial do
país. Dado o elevado fluxo de comunicações, a Estremadura alimenta uma grande
parte da economia, onde concorrem as produções locais, nacionais e até mesmo
internacionais.
Também a
actividade turística tem bastante relevância nesta região, uma vez que, ao incluir
a capital do país, a afluência turística é tanto interna (turismo nacional)
como externa (turismo internacional).
Para além das diferentes paisagens e dos variados
costumes, a gastronomia é outro factor atractivo desta região. Na Estremadura é
possível apreciar uma grande variedade de pratos típicos, nomeadamente:
Caldeirada de Sardinhas, Favada, Pataniscas de Bacalhau, Amêijoas à Bulhão
Pato, Bifes à Café, Coelho à Caçador, entre outros.
Como
já foi referido a gastronomia desta região está marcadamente ligada ao mar, uma
vez que é deste que vem a maior parte da subsistência dos povos da região.
Podemos apreciar por estas terras massadas, arroz e caldeiradas de peixes e
mariscos, bem como podemos aprecia-los simplesmente grelhados ou cozidos. A característica
que lhes confere uma maior qualidade é que, como todo o litoral é dotado de
peixes e mariscos, estes são sempre confeccionados frescos.
Alguns Produtos e Pratos Típicos da Região da
Estremadura
Percebes: São moluscos encontrados
nas costas rochosas entre a Bretanha e o Senegal. São cozidos em água com sal (ou
com própria água do mar) e servidos como aperitivo, acompanhados de cerveja ou
vinho, sendo bastante apreciados na Península Ibérica. A apanha do percebe em
Portugal é uma actividade de tradição familiar.
Sardinhas: Este peixe é geralmente
pescado na zona costeira de Peniche, sendo bastante apreciado por todo o país,
em especial na região da Estremadura. Normalmente é assada e servida
tradicionalmente em cima de pão ou broa, tendo como acompanhamento batata
cozida e salada. É muito apreciada nas festas populares lisboetas, visto que o
seu consumo é maioritariamente feito no Verão.
Queijo de
Azeitão (DO): Este
derivado do leite, é produzido na região agrícola de Azeitão. É produzido com
leite de ovelha cru e em tempos fora um produto escasso. Descende do Queijo
Serra da Estrela, tem um peso de cerca de 250 g e é curado por, pelo menos, 21
dias. De textura mole e cremosa, tem sabor bastante característico.
Vinhos: A Estremadura engloba três das quatro regiões vinícolas
históricas de Portugal: Carcavelos, que produz um vinho leve e de cor âmbar, quase
em extinção; Bucelas, onde se produz um vinho branco seco e fbastante aromático,
feito com a casta Arinto e complementado até 25% com as uvas Esgana-Cão e
Rabo-de-Ovelha; Colares, onde se produz um tinto escuro e adstringente com a
uva Ramisco, que cresce em terrenos arenosos. A produção de outros vinhos é
feita, por exemplo, na zona de Alenquer, Óbidos e Torres Vedras.
Açorda de
Marisco: A açorda
é um prato feito à base de pão (normalmente pão velho, do dia anterior) e é
acompanhada por peixes e frutos do mar. Na receita típica da região da
Estremadura, juntam-se camarões, berbigões e amêijoas, utilizando-se a água de
cozedura para regar o pão que, em seguida, é frito em azeite temperado com alho
e coentros.
Bacalhau
à Brás: A
invenção desta receita é atribuída a um taberneiro do Bairro Alto, em Lisboa. O
bacalhau é desfiado, cozinhado num refogado de cebola e alho, coberto por
batata palha e finalizado com ovos ligeiramente batidos. O aparelho é mexido
até os ovos cozerem e serve-se polvilhado com salsa picada e azeitonas pretas.
Bife à
café: Esta
receita é tradicionalmente servida nos cafés e nas cervejarias de Lisboa.
Segundo Maria de Lourdes Modesto, a receita é uma variação do Bife à Marrare. O
prato original foi imortalizado no Marrare das Sete Portas, um dos mais
célebres cafés de Lisboa no início do século XX.
Coelho à
Caçadora: Este
prato é típico dos dias de festivos, consistindo num refogado de coelho com
cebola, tomates e presunto, feito com banha e com o sangue do animal cozido com
vinho, sendo servido com batatas cozidas.
Pataniscas
de Bacalhau: As pataniscas
de bacalhau são muito usuais em todo o litoral da Estremadura. O bacalhau é
cortado em lascas e misturado com um polme, sendo depois frito em óleo
abundante às colheradas.
Peixinhos
da Horta: Os
peixinhos da horta costumam ser servidos como entrada e são preparados com
feijão verde e polme, sendo fritos em óleo abundante. Diz-se que este prato deu
origem à “tempura”, introduzida no Japão no século XVI por missionários portugueses.
Gastronomia
da região de Leiria
A
gastronomia local é marcada pela criatividade das pessoas que em tempos
difíceis, na falta de alguns alimentos, enriqueceram outros criando pratos
populares e apreciados.
Na sua zona
costeira, os frutos do mar são a base da gastronomia local, com magníficas
sopas de marisco, grelhados de peixe fresco e caldeiradas suculentas e o
bacalhau, uma presença constante na culinária portuguesa.
Para além dos alimentos acima referidos, também a
carne e as verduras desempenham um papel importante. Por exemplo: a sopa saloia
de hortaliça e feijão, a carne de porco, utilizada nos enchidos, o cozido à
portuguesa, os queijos de ovelha e cabra e a broa de milho.
ALCOBAÇAOs pratos mais famosos são o Frango na Púcura, o Porco à Abade de Cister e o Cherne à Frei João.
ALQUEIDÃO DA SERRA E MIRA DE AIRE
Aqui são típicas as
morcelas de arroz e os "tortulhos" (bucho de cabra com pedaços de
tripas de carneiro recheado com arroz e outros ingredientes e condimentos).
ARRIMALEsta região é conhecida pela sua Caldeirada de Borrego ou de Cabrito.
LEIRIA
Destaque para as Lentriscas assadas na brasa, servidas antes da Bacalhoada com migas de nabiça e broa. É também importante mencionar a Chanfana (guisado com carne de cabra), o Leitão à moda da Boavista e a Fritada dos Peixinhos do Lis
OURÉM
Ourém é conhecida pelas Sopas de Verde, Sopas de Lavrador do Casal de Mata, Carneiro com batatas à Vale Travesso, Friginada com migas, Catrepe da Freixianda e o Coelho à Bruxa de Vilar dos Prazeres.
PRAIA DE VIEIRA
Esta localidade é
conhecida pela Feijoada de Chocos e pelo Arroz de Marisco.
NAZARÉDestaque para a Sardinha assada, a Caldeirada, os Carapaus secos ao sol e o Robalo assado no forno.
SÃO MARTINHO DO PORTO
SÃO MARTINHO DO PORTO
Nesta localidade,
costuma-se servir a sopa de Navalheiras antes do Ensopado de Enguias ou do
Arroz de Lapas.
Gastronomia da região de Lisboa
Tal como em
toda a região da Estremadura, a gastronomia de Lisboa está
influenciada pela sua proximidade do mar. Como especialidades tipicamente lisboetas temos: pataniscas de bacalhau, peixinhos da horta, sardinhas
(principalmente nas épocas festivas, como no Santo António), Bife à Café, etc.
Em Lisboa, também se pode encontrar o melhor da
cozinha mediterrânea: pão, azeite, queijo, enchidos e vinho. No Outono,
praticamente ao virar de cada esquina, é-se surpreendido pelo cheiro encantador
das castanhas assadas. Já no Verão, é o aroma das sardinhas que invade as ruas.
Em termos de restauração, a oferta é variada: desde os mais tradicionais e
típicos – como por exemplo pequenas e acolhedoras tascas – até aos mais
sofisticados e internacionais – liderados por chefes jovens e inovadores, que
reinventam a cozinha portuguesa.
Gastronomia da região de Setúbal
Devido à sua
localização e ao seu envolvimento histórico com o estuário do rio Sado e à
proximidade dos portos de Setúbal e de Sesimbra ao oceano
Atlântico, a gastronomia da região de Setúbal faz um grande aproveitamento de pratos
à base de peixe e de produtos que se desenvolvem com facilidade no clima da
região. Aliás, foi o facto de estar próximo de uma fonte de peixe que
constituiu uma vantagem económica para a região, por exemplo na indústria
conserveira na cidade de Setúbal.
Apesar de a
maior parte da gastronomia local assentar em pratos de peixe assado,
cozido ou grelhado, a migração de população das regiões do Alentejo e Algarve
trouxe alterações à gastronomia com a introdução de novos pratos de carnes
e aves, e de açordas que se adaptaram a mariscos e peixes.
Também é
possível encontrar pratos de peixe grelhado ou cozido, como por exemplo salmonete grelhado
temperado com molho feito do fígado do peixe. Grande parte dos restaurantes
desta zona têm como especialidade da casa choco frito, envolto em pão ralado e
ovo que é depois frito e servido acompanhado com batatas fritas e salada sendo
um dos pratos mais procurados pelos visitantes da cidade sadina.
Outros pratos à
base de produtos do mar incluem: feijoadas e saladas à base de choco e polvo;
pratos à base de marisco do rio Sado (santola, sapateira, navalheira); pratos à
base de moluscos (amêijoas "À Bulhão Pato",
ostras, lamejinhas, berbigão, navalhas, vieiras, caracóis do mar); caldeiradas de peixe ou de
marisco, feitas agora com maior frequência em cataplanas (uma herança da
cultura árabe); e também massas de cherne ou outros peixes.
Conclusão
Este trabalho, no qual foi retratada a região
da Estremadura, serviu para uma maior aprendizagem acerca dos hábitos
gastronómicos das populações locais, permitindo a todos os elementos do grupo
uma percepção mais alargada da interacção entre a localização da região, os
seus pratos típicos e as actividades económicas mais características.
Optou-se por uma abordagem abrangente da
região, com informação generalizada de todos os distritos, sendo as receitas
características das várias zonas a que se fez referência ao longo do trabalho e
não apenas de uma em particular. Neste sentido, as fichas técnicas foram
escolhidas conforme as práticas culinárias mais usuais em toda a região, não
tendo sido focado um concelho em específico.
Doçaria/pastelaria da
região da Estremadura
A Estremadura é de todas as nossas regiões talvez a mais
complexa de caracterizar no que diz respeito á doçaria/pastelaria.
Pois desde praticamente os primórdios na nossa formação como
país, que esta região assumiu o seu papel central na caracterização da maneira
que nos projectamos perante o Mundo.
Hoje região que engloba a capital Lisboa, foi outrora a capital de um vasto
império, tempos em que o Mundo cabia no nosso pequeno Portugal, quando de tudo
por cá passava e ficava, deixando a sua marca, principalmente nos grupos sócias
que melhor proveito conseguia tirar da riqueza do nosso país, o Clero e a
Nobreza.
A complexidade da região da Estremadura, deve-se exactamente
a isto, á enorme amalgama de povos e culturas que por nós passaram Cristãos,
Árabes e Judeus, todos nos transformaram, pois a identidade de um povo é, em
grande parte aquilo de que este alimenta, e o modo como o faz. E no que toca a
doçaria desta região, muito advém desta poli-cultura gastronómica. Que de tal
forma se foi enraizando que hoje é indissociável do que é tipicamente nosso
património gastronómico.
Existem essencialmente dois grandes tipos de doçaria na
região da Estremadura, e em Portugal; a doçaria Regional (de festas e casas
particulares) e a doçaria conhecida como Conventual ( dos conventos e mosteiros
portugueses).
A influência Árabe:
Podemos dizer que a nossa tradição “doceira” advém da
prolongada ocupação árabe. É lhes atribuída a primeira grande vaga de
divulgação do açúcar refinado, e de mais duas qualidades diferentes (com fins
medicinais) tendo refinarias perto de Sevilha, Valença.
Para além do açúcar
foram também responsáveis pela confecção de doces utilizando o mel, amêndoas,
nozes, especiarias etc…bem como a confecção de compotas e geleias de variados
frutos.
Os tratados árabes de alimentação dão uma enorme ênfase a
doçaria sendo que mais de cinquenta por cento das receitas são de doces, e é
bom referir que grande parte destas ainda hoje existem e são feitas
diariamente. Foi através deste legado gastronómico que permitiu o
desenvolvimento da conhecida doçaria conventual.
Doçaria Conventual:
A região de Estremadura agrega no seu total dez Conventos e
um Mosteiro ( o de Alcobaça).
O conceito de “doçaria conventual”, está associado ao
aparecimento e divulgação do açúcar nas cozinhas dos mosteiros no ultimo
quartel do séc. XV. Antes deste versátil e “exótico” produto, as freiras
utilizavam mel como adoçante e principal ingrediente das suas receitas.
O açúcar que já tinha tido um uso intensivo durante a
ocupação dos Árabes, tinha deixado de ser um produto vulgar e de fácil
obtenção, tendo voltado aos mercados e aos costumes apenas após a descoberta da
Madeira, e o seu posterior “povoamento” com a cana-de-açúcar.
Esta segunda vaga açucareira em Portugal originou uma
mudança nos processos e estruturas de confecção da doçaria, principalmente na
dos mosteiros e claustros.
Através dos vários pontos a que o açúcar poderia ser levado,
o açúcar permitiu um novo receituário no qual assumia particular relevância, ou
até mesmo como ingrediente principal. Aliado á imaginação, ócio da vida
monástica, ao passado muitas das vezes nobre dos seus habitantes, que levavam
para a vida eclesiástica muitas receitas das suas grandes casas, e a riqueza que
vigorava em muitos mosteiros, nasce a tão característica e rica doçaria
conventual.
Receituário
característico da região:
O receituário da região em estudo, engloba naturalmente
todos estes factores de influência acima explorados. E nas receitas por nós
escolhidas tentamos abranger, todas estas áreas, do conventual, ao mais popular
,passando também por influencias de outras culturas.
-Pastel de Nata
-Pão
de ló de Alfeizerão
-
Broas de Espécie
- Pudim de ovos dos frades do
convento de Alcobaça
Outras receitas típicas das região:
-Torta de Laranja
-Farófias
-Fatias Reais
-Pastéis de Feijão
Enquadramento:
Geográfia:
Lisboa, é a capital
de Portugal, situa-se na margem direita do rio Tejo, no centro do país, sendo a
sua maior cidade. Que por sua vez, se encontra no sudoeste da Europa, fazendo
fronteira com Espanha.
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Cursos de Água:
O
rio Tejo, é parte integrante da cidade e das suas gentes. Sendo um rio
navegável, a população estabeleceu uma forte ligação ao rio, que em outras
épocas era abundante em variedades de peixe, marisco, e bivalves.
Clima:
O
clima é Temperado Marítimo, ameno, sem grandes amplitudes térmicas anuais, e
com baixa pluviosidade.
Histórico
Recentemente
foram feitas descobertas arqueológicas perto do Castelo de S. Jorge e da Sé de
Lisboa que comprovam que a cidade terá sido fundada pelos Fenícios cerce de 1200 a .C.
A
presença dos Romanos, também é de sublinhar, nesta região, deixando-nos
infra-estruturas tais como
Sociológia: “ É à volta da mesa, encostados ao balcão de uma tasca, ou numa tertúlia
de café, que o Lisboeta demonstra a solidariedade e o companheirismo no acto comum
de comer e beber.” Todas as horas são boas para uma petiscada com os amigos,
umas cervejas e pelo menos os tremoços (marisco dos pobres). A importância às
comemorações dos Santos Populares, não esquecendo o Santo António o padroeiro
da Cidade de Lisboa.
Economia
Em tempos remotos a cidade de
Lisboa era o maior e mais importante Porto da Europa.
A rica fauna e flora, da margem
do Rio Tejo associadas a um clima de excelência, promoveram a colonização da
área, e actividade económica.
O facto das Cortes e Aparelho de
Estado terem permanecido sempre nesta cidade, fez com que se desenvolvesse,
política e economicamente.
Hoje a sua economia é baseada na
prestação de serviços e na indústria. É abastecida essencialmente por regiões
agrícolas circundantes.
Agricultura:
Já foi tempo em que Lisboa se
restringia ao Castelo de S. Jorge, e as suas sete colinas a onde a sua
população estava distribuída, e tudo em redor eram quintas. Razão pelo qual os
lisboetas são conhecidos pelos “Alfacinhas de Gema”. Hoje a realidade é bem
diferente como já foi retratado anteriormente, por essa razão não existe nos
dias de hoje uma actividade agricula, na sua zona Oeste ainda prevalecem alguns
pomares de grande qualidade e vinha. É uma cidade que está circunscrita por
regiões férteis onde se produzem bastantes produtos hortícolas.
Produtos
Leguminosas:
Grão-de-bico.
Horto
frutícola:
Favas, ervilhas
A
caça:
Perdiz.
Pesca:
“ As pescarias faziam-se em Setembro,
em manhãs brumosas e frescas. Peixes de escama verde e ventre claro, ou o como
um tronco de afogado; o tamboril e o lavagante…”
Agustina Bessa Luís
Sem ser significativa, têm alguma expressão, Safio,
Cação, Cantaril, Raia, Tamboril, Ruivo, Cherne, Corvina, Sardinha, Pargo,
Pescada, Marisco principalmente Amêijoa, Cadelinhas, Berbigão, Santola,
Sapateira, Lingueirão. De rio
principalmente o Camarão, Ostras e Mexilhão.
Pão:
Pão de Centeio, utilizado para acompanhar as iscas,
pão de Mistura para comer com as sardinhas assadas.
Gastronomia
Sopas:
Creme de camarão, sopa de entulho, sopa de fava
rica, Sopa de Ostras, Caldo Verde, Sopa de Rabo de Boi,.
Carnes: Bife
à café, Bife à Marrare, Bife com ovo a cavalo, Bifes de cebolada, Cozido à
portuguesa, Favada à portuguesa, Feijoada à portuguesa, coelho à Caçadora.
Peixes
e Mariscos:
Amêijoa à Bulhão pato, Bacalhau à Lisbonense,
bacalhau à Brás, Pargo no forno, Peixe frito com molho de escabeche, Salada de
Bacalhau assado com pimentos, Punheta de Bacalhau, Meia Desfeita, Caldeirada à
Fragateiro, Pescada Arrepiada, Pargo na Canoa, Sardinhas Assadas, Caras de
Bacalhau, Línguas de Bacalhau, Bacalhau guisado com batatas, Arroz de Bacalhau
com Grelos.
Petiscos:
Caracóis à portuguesa, Pataniscas de Bacalhau, Ovos
Verdes, Peixinhos da Horta, Rissóis, Iscas com elas ou sem elas (batatas
cozidas), Moelas, Pipis, Salada de Orelha, Torresmos, Sandes de Courato,
Passarinhos Fritos, Caracoletas Grelhadas.
Guarnições:
Arroz de todas as espécies, batatas, salada de alface, salada de tomate
e pimentos assados.
Doçaria:
Bolo-rei, Tarte
de Amêndoa, Areias, Pastéis de Feijão, Pasteis de Nata (acompanhado com chá ou
licor), Farófias, Fatias Reais, Torta de Laranja, Trouxas-de-ovos, Pão-de-Ló de
Alfeizerão, Leite-creme queimado, Bolas de Berlim, Farturas.
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