sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

The Key


Estou farta!
Estou doente!
Tenho vozes na minha cabeça, que me ecoam pela mente!
Estou enlouquecendo!
Exijo! Que me deem ordem de soltura!
O céu mantém-se sereno, em tons de prodígio,
E eu quero acreditar,
Que o alcançarei mesmo quando a raiva se apoderar de mim!
Estou esgotada de sorrir perdidamente,
Até o silêncio se recolher imperturbavelmente.
Tenho fome! Estou faminta e sôfrega.
Mas não há mais nada dentro da minha alma para devorar!
Nenhum significado para viver!
E a nebulosidade vai engolindo assim a noite,
Cada estrela, cada sonho.
E depois de tudo,
O que mais poderia ele simplesmente fazer?
Afinal de contas, ele diz que nada fez!
Eu não vou chorar, apenas uma mentira.
Um carpido brota novamente da minha mente,
E eu sei, que os ruídos não são imaginação minha!
Chegam de todas as direcções e gritam aflitos: silêncio!
E agora a louca sou eu?
Não. Louca? Faminta!
Já não sou capaz de amparar a minha própria tristeza,
E não vou aguentar tudo sozinha!
Se virar demónio, garanto que mais ninguém ficará só!
Os sentimentos serão virados de cabeça para baixo,
E o que outrora defendera. Agora aniquilarei!
É hora de aprender a cair,
É a hora de fazer os outros sofrer!
Estou louca? Sim! Agora sim! Podem começar a fugir!
A minha tristeza e dor crónica precisam de se nutrir!
Naufragando… no silêncio… respirando…
Desconhecido algum será capaz, de imaginar quantos corpos eu vi partir,
Quantos olhos vidrados, eu vi esmaecer.
Quantas e quantas vezes! Eu gritei! até ficar sem ar! Até sangrar pela minha inutilidade!
Ninguém pode falar do que nunca vivenciou! Ser um completo vácuo de recetáculo.
O meu coração já se partiu faz anos. Estou congelada e morta. Neste preciso momento eu, já não sou mais eu.
Só verão o que os vossos olhos permitirem. Tão consumidos nas vossas vidas nauseabundas, que nem notam. Um ser partido e disperso.
Eu já devia saber que o sofrimento antes ou depois, de uma maneira ou de outra não tem cura.
Se perder, o meu coração continuará partido. Congelado sem volta.
Por quê razões fizeram isto comigo?
 Novamente assim avança a nebulosidade abrasando a incerteza,
Qualquer destino, qualquer fantasia.

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