terça-feira, 26 de junho de 2012

O Principio e o Fim do Inferno: Autora: Sara Gonçalves - excerto 6


Ele está apaixonado por mim e eu nem se quer me apercebi e agora só de pensar que me vou sentar junto dele até me está a dar arrepios na espinha.
  Já me ia esquecendo que amanha o espectáculo de dança e de canto e ele vai vê-lo.
E durante os 2 minutos e 19 segundos terei que dar o meu melhor, farei os possíveis e os impossíveis. Começou o relógio a tocar e são horas de me levantar, espera lá que horas chão?
-     Deixa-me cá ver o relógio 8:30 da manha tenho que me despachar!
-     Ufa! Cheguei a tempo do espectáculo.
-     Pensava que tinhas desistido te atoares Rose .
-     Achas João?
Finalmente tinha chego a minha vez, mas encontrava-me um pouco nervosa. Depois desses 2 minutos e 19 segundos de actuação fiz coisas imagináveis que pensava que não era capaz de fazer. De seguida foi trocar de roupa para poder ir para o intervalo, só que não esperava que o meu namorado estivesse me esperando
-    Foste fantástica, sabias?
-    São coisas do destino.- disse eu.
-    Quando é que sabes se foste apurada ou não?
-    Amanha à tarde
-    Eras a melhor da actuação.
-    Não me dês graça
-    Olá Rose !



-    Olá, Márcia e Stephan.
-    Foste maravilhosa, só não sabia que tinhas assim tanta ginástica?
-    Há um ditado que diz...
-    Espera não digas é “as aparências iludem”.
-    Vocês os três...deixa lá não vale a pena.
  Quando cheguei a casa foi arruma-la já que não tinha de estudar nem fazer os trabalhos. Devem de estar perguntando se eu vivia sozinha?
-     Por a caso é isso mesmo, mas com carta de condução, é claro.
Estava pensando porque não dar uma festa pelo princípio do novo ano lectivo? Amanhã direi a todos que vai haver uma festa em minha casa.
  Na manhã seguinte mal contei essa notícia a uma colega minha, a notícia espalhou-se rapidamente pelos meus colegas todos.
  Ao entrar na sala vieram logo me perguntar a que horas era a festa.
-    A festa vai ser depois das aulas, só que tem de ir mascarados.
Quando acabara a festa eu e o João ficamos sozinhos e já da para perceber o que terá acontecido.
Depois daquela noite, descobri um mês depois que estava grávida do João. Tentei esconder isso dele durante dois meses, mas com quatro meses já dava para se notar e foi então que o pior aconteceu.
  Ouvi de uma das minhas colegas dizer que ele tinha descoberto que eu estava gravida e que não queria ter responsabilidades.
  Por outro lado ele tinha ouvido as mesmas miúdas que eu tinha ouvido dizendo que eu andava a sair com outro e que estava a fazê-lo de palhaço.
Ele ao ver-me começou a discutir e eu também e acabáramos com o namoro. Já que era assim eu fiz as malas e foi para Espanha.
Com um óptimo currículo como o meu para onde ia arranjaria emprego facilmente.
  Durante a gravidez tive vários problemas, mas conheci uma rapaz que me ajudou nisso tudo e o seu nome era Rodrigo.
Anos tinham-se passado, até que numa certa noite de tanto pesquisar nos ficheiros da PJ descobri uma pista. Quando foi atrás dessa pista foi parar numas docas abandonadas. O Cristiano ao ver o papel em cima da sua secretaria saiu disparado para o local ao chegar viu a sua colega caída no chão com dois tiros, um no ombro e outro abaixo do coração.
  Quando o médico saiu da sala de operações disse:
-    Com o sangue que perdeu duvido, que possa sobreviver.
-    Ela entrou em coma profundo...
De repente quando ela acorda e vê-se num sítio completamente diferente de onde ela estava. Quando começou a recordar-se que tinha voltado ao seu mundo imaginativo.
-    Até que enfim vossa Alteza acordou.
-    Esta tão preocupada contigo, minha filha.
-    Ai estavas mãe!!?
-    Quem te chamou!!?
-    Quando sobe fiquei tão assustada.
-    Porquê?!!
-    Tinhas medo que eu morresse e ficasses de consciência pesada, era!!!?
-    Ou já se esqueceu que estamos zangadas.
-    Volta mas é para a Sin City "a cidade do pecado" lá é o único lugar a face da terra onde há pessoas como tu.
-    Acho que aqui será a tua ultima paragem!
-    "Nunca é tarde"...
-    Tarde para quê!!?
-    Nunca é tarde para corrigir os erros!!
-    Rose , quem ama acredita.
-    Eu sei que errei em trocar-te.
-    Tu já erras-te sem limite...
-    Mas eu estou magoada contigo, filha.
-    Podes morrer ou até pode ser que eu te mate aqui mesmo, só que...
-    Da minha boca nunca iras ter o meu perdão mãe.
-    Deves estar esperando que te peça desculpas etc.
-    Essas são as palavras que nunca te direi...
-    És uma autentica cobra de duas cabeças...uma é boa enquanto outra faz mal!
-    O Início...- disse ela para si.
-    Rose  tu já não és a mesma filha que eu conheci, alguém deu-te a volta a cabeça!
-    Não, ninguém me deu volta a cabeça eu é que deixei de ser aquela burra, e santinha filhinha!!
-    Eu sei quando mentes e sei tudo o que devo saber sobre as pessoas!!
-    Vai-te embora o teu namo...e os teus filhos devem estar a tua espera!!
-    Também devemos aprender a não nos aproximarmos apenas das pessoas cujas as vibrações são iguais ás nossas.
-    Tu és apenas um soldado, não te metas nestes assuntos!!
-    Ele tem razão!!
-    Vénus achas que tenho de voltar atrás?!
-    Deves voltar atrás, sim.
-    Não, não posso, não devo nem vou!!
-    Tu é que deves pedir desculpas, não eu!
-    Pois fixes-te o mesmo que ela mãe.
-    Vénus eras apenas um bebé...
-    Tens de entender que eu tenho uma vida, uma vida real e por mais que eu goste desta vida...
-    Eu não posso viver internamento nela.
Numa gruta não muito distante do reino estava um homem preso quase a morrer. Aquela gruta era muito pequena e mal se respirava lá dentro. Com o passar dos anos a população aumentou e com isso os soldados também e as vigilâncias tornaram-se mais apertadas. Então os soldados ouviram alguém a chamar por ajuda...
  Não era frequente naquela zona haver pessoas pedindo por ajuda o mais habitual era todos os fugitivos esconderem-se nelas, mas acabavam sempre por também pedir ajuda. Os soldados foram lá retiraram-no cá para fora prenderam-no e levaram-no para as masmorras do reino.
-    Vossa Alteza, podemos?
-    O que querem?
-    Prendemos um prisioneiro.
-    Irei de imediato ver o prisioneiro...
Seguido para as masmorras ela olhou para o prisioneiro e parece que algo de esquisito aconteceu.
-    Mas ele esta ferido?!
-    Não fomos nós Vossa Alteza.
-    Eu sei que não.
-    Voltai ao vosso posto.
-    Mas vossa Majestade ficara aqui?
-    Não se preocupem já passei por bem pior.
-    Preciso que me ajude...
-    Alguém tem de me ajudar...
-    Eu sei que esta ferido, mas tem de me dizer quem é.
-    Ajude-me eu sou inocente.- disse ele ofegante.
-    Guardas!!!
-    Sim, Vossa Majestade?
-    Levem-no para o quarto de hospedes.
-    Majestade, tem a certeza disso?
-    Façam o que estou mandando.
-    Mas Majestade...
-    Eu responsabilizo-me pelos seus actos.
O coitado arquejava e gemia de tantas dores a cada minuto a agonia era maior. Fiz-lhe um curativo e em seguida tratei dos outros ferimentos menos graves...Mandei-o repousar para que pudesse acordar mais recuperado, no dia seguinte.
-    Agora como se sente?
-    ...muito fraco e tudo a andar a roda...
-    Diga-me como se chama se não for...
-    Estou muito cansado e...
-    É melhor descansar mais um pouco.- falou ela p'ra si.
No dia seguinte ela foi vê-lo mas ele ainda estava descansando, entretanto ela olha-se no espelho e...
-    Á força de me observar no espelho, acabei por acreditar que aquilo que via lá era eu. As minhas recordações desse tempo são bastante vagas, no entanto sei que descobri o meu eu. Mas mais tarde, chega uma altura em que nos pomos diante do espelho e dizemos: serei isto realmente? E a partir daí tudo começa a desmoronar...
-    O que é que se começa a desmoronar? perguntou ele.
-    O que é que tem?
Eu fitei-o e, de novo, virei a cabeça. Ele levantou-se com dificuldades pegou-me no braço, forçando-me a dizer o que tinha.     
  Foi quando eu ergui os olhos para ele e viu-os molhados de lágrimas e disse-lhe:
-    A minha mãe trocou-me vezes sem conta só para ir a festas, banquetes, bailes etc. A seguir perdi a pessoa que sempre gostou de mim e me criou a minha avó e ontem assassinaram os meus três filhos.
  Então apertou-me contra si. Eu compreendi que alguma coisa havia de estranho entre nós uma sensação que me enchia de remorsos. Eu vi que ele se calhar estava sentido algo por mim fazendo-me sentir triste. Nesse momento pior fiquei quando ele me beijou. Eu não quero mais sentimentos de culpa, não quero que a morte me volte a bater a porta e a levar-me de novo a pessoa de quem gosto ou alguma pessoa do meu afecto.
  Uma pessoa como eu tem sempre inimigos e por mais que tente proteger as pessoas de quem gostas nunca consegue.
Sai porta fora desesperada, não sei, como terá ele ficado só sei que em mim provocou uma profunda infelicidade.
  Mesmo que eu goste dele não posso me casar com ele nem noivar pois ainda sou casada porque o meu divórcio não foi aprovado...
Sempre que me sinto assim costumo passear até a falésia e então perguntei:
-    O que devo fazer!!?
Mas desta vez nenhuma voz respondeu como se este silêncio se disse que nada podia eu fazer contra essa apaixoneta nem a favor dela.
-    Mas porquê que não me respondes?!!!
Continuava a não ter respostas nenhumas até que quando se ia embora ouviu:
-    Já não te posso ajudar mais pois vais ter de virar-te contra ele!!!
-    Mas o que significa isto!!?
-    Espera p'ra ver!!
-    Ah,ha...
-    Porque estai se rindo?!!
A voz não respondeu mais e desapareceu eu fiquei a pensar sem se quer conseguir perceber o que quereria ela dizer. Voltei para dentro e fui vê-lo então ele disse:
-    Desculpe-me aquilo de a bocado.
-    Estou a ver que estai com uma cara seria.
-    Quem é o senhor?!!!
-    Desculpe-me Madame mas não lhe posso dizer por enquanto.
-    Então o que fez para dizer que era inocente quando para aqui vei-o??!
-    Diga!!!
-    Foi você que matou os meus três filhos!!!!!?
-    Foi você?!!!
-    Não, não fui.
-    Então porquê é que diz que é inocente!!?
-    Porquê não quer dizer quem é!!?
-    Então é porque tem algo a esconder.
-    Guardas, guardas!!!
-    Sim, Majestade?
-    Levem-no de volta para as masmorras.
-    Vossa Alteza não me vai mandar de volta para esse sitio, vai?
-    A menos que me digas quem és?
-    Isso não lhe posso ainda dizer.
-    Então nada feito...
-    Guardas levem-no.
-    Rose !!!
-    Deixa-me em paz João Ricardo!!!
-    Rose ...!
-    A tua mãe esta a tua espera...
-    Ela não devia ter vindo!
O meu olhar mudou completamente como se uma raiva súbita se apodera-se de mim e liberta-se o meu verdadeiro ser algo que não podia controlar...Foi ter com ela e:
-    O que estas aqui a fazer!!!?
-    Calma filha...
-    Nunca, nunca mais voltes a chamar-me filha eu para ti estou morta!!!!
-    A não ser que queiras que eu te assassine!!!- disse ela retirando a sua espada.
-    Não é preciso apontares-me a tua espada não vim cá para isso.
-    Se vieste aqui para pedires perdão ou para eu perdoar-te esquece!!!
-    Agora é que caíste em ti, mas é tarde de mais agora que cometes-te o erro não podes mais voltar atrás!!
-    Vai-te embora e nunca mais voltes maldita!!!
-    A minha primeira mãe foi assassinada por isso eu não a conheço como mãe, a segunda virou-se contra mim nunca entendi porquê e agora tu que foste a minha verdadeira mãe apunhalaste-me pelas costas!
-    Nenhuma merece o meu perdão, nenhuma!!!
Passaram-se três dias desde que ele tinha ido de volta para as masmorras e que a minha mãe tinha estado no meu reino. Aquele remorso de culpa ainda continuava a perseguir-me. Com o Natal próximo não aguentei, mais mandei os guardas irem no buscar.
  Quando o vi arrependi-me profundamente do que lhe tinha feito, ele estava a arder em febre e pálido, estava a beira da morte.
-    Mandei chamar um médico!
-    Eu cuidarei dele até o médico vir...
Depois da chegada do médico e de o ter examinado disse:
-    Ele precisa de bastante repouso e muitos outros cuidados...
O reino três horas depois começou a ser atacado pelas tropas inglesas...Fui para a guerra deixando as minhas amigas da corte a cuidar dos meus únicos filhos- a Vénus e o Marcus.
-    Se não voltar quero que saibam que eu gosto muito de vocês meus filhos.
-    Nós também, mãe.- disseram os seus dois filhos.
-    Mãe!- chamou a Vénus.
-    Sim Vénus?
-    Mãe quero que saibas que gosto muito de ti e perdoa-me pelo que te disse.
-    Quem tem de ser perdoada sou eu por ti, tens razão.
-    Nunca vós dei o amor que mereciam...
-    Não te massacres, massacra os teus inimigos por nós pelos nossos irmãos e por todos os outros que morreram a conta deste  Principio e Fim do Inferno...
  Fui para a batalha com o ódio e com a raiva que estava não tive piedade por nenhum dos soldados que pediam misericórdia. Matei-os, o João Ricardo tinha disparado em direcção do comandante das tropas acertando-lhe e com o ódio que tinha no seu coração por terem morto os seus filhos, ia esfaqueá-lo foi então que o comandante se virou atravessando-o com a espada. O comandante tinha conseguido escapar, ao ver aquilo eu cavalguei e cavalguei chicoteando o cavalo fazendo-o cavalgar o mais rápido que ele conseguisse. Quando cheguei só disse:
-    Corre salva os teus filhos!!!
-    O que queres dizer com isso?
-    Temo que o castelo seja atacado...
E morreu ali na minha frente, peguei então no chicote e subi para cima do meu cavalo, cavalguei pelos campos e por estradas...sempre a chicotear o cavalo até ele já deitar sangue. Quando cheguei viu um homem vestido de preto em cima de um cavalo negro defendendo o castelo. Mas vi que não estava em profundas condições físicas e juntei-me a ele.
Passaram-se horas de combate até os soldados ingleses pedirem clemência em honra dos meus filhos não a prestei, foram todos mortos, queimados e torturados. Pois mataram os meus únicos filhos, o rei, as amigas da corte e alguns soldados amigos. Entretanto eu fui p'ra falésia enquanto o mentiroso mascarado tinha ido para o festival que estava havendo em honra da morte dos filhos da Rainha e da morte do Rei.
  Quando chegou pôs-se no ponto mais alto retirou o seu chapéu e lançou a casa Real da Mãe da Rainha e dos seus Cúmplices esta explodiu como fogo de artifício e retirou-se e nunca mais foi visto.
De volta a Rainha, quando chegou a falésia uma voz ouviu-se:
-    Agora percebes porque tens de te virares contra ele?
-    Acho que tens razão.
-    Vês, desde que ele chegou viste o que aconteceu?!
-    Vi...
Quando de repente um nevoeiro, sei lá donde começou a ir contra o vento, o céu mudou de cor ficando todo negro ameaçando trovoada e começando a trovejar. Transformei-me em cavaleira Pantera Negra Mulher e chamei o meu cavalo. Mas esta noite algo regressou do passado, vendo coisas horríveis a acontecer no meio dos trovões.
  Montei o cavalo e sai dali a cavalgar quando o animal parou assim do nada...
-    Vá lá...por favor cavalo.
-    Mas que nevoeiro é este?!!!!
O animal começou a ter um comportamento esquisito, levantou-se a grunhir até que me mandou falésia abaixo. E uma alma se apoderou de mim essa alma chamava-se Hera...Pouco a pouco começou a trazer cadáveres a superfície da agua para perseguirem os assassinos...Fazendo um Exercito de mortos-vivos só que estes eram mulheres as Amazónias...


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