terça-feira, 26 de março de 2013

So Cold and so Dead - Whistling my name.... Capitulo 1


Acordei em um quarto branco e silencioso  Seria isto alguma provação antes de subir aos céus? Está tudo tão quieto por aqui e eu sinto tanto frio. Os meus sonhos todos morreram naquele acto. Então que sitio é este? Por que tenho máquinas ligadas ao meu corpo? Afinal onde estou eu? Voltei? Não! Eu não deixei cá ninguém. Não. Tenho de sair daqui.
            Ao erguer-me da cama, vi uma carta em cima da cómoda juntamente com um colar de coração. Aquele fio intrigou-me muito mais que a carta e o desconhecido em que me encontrava. Há muito que alguém me tinha o dado e dito que se tratava de um amuleto. Porém nunca fui capaz de o abrir e ver o que continha no seu interior  A curiosidade ganhou coragem e abri-o rapidamente. Quando vejo duas pequenas fotos inacreditáveis  Eu e o Puma e outra igual, sendo ele. Então foi ele. Foi ele que adoptou o meu cão. Mas porquê? Que brincadeira macabra é esta? Como podia ele saber? Como pode ele ter uma foto minha também? Agarro na carta e começo a lê-la:
Sei que o que fiz não tem perdão. Tão pouco me perdoarei pelo que aconteceu. Só acreditei em ti quando as provas surgiram. Depois de acreditar estar tudo perdido, pensar que tinhas morrido mesmo nos meus braços e o único culpado fora apenas eu. Por ter sido cego e orgulhoso. Não aguentei. Quando chegou o INEM e verificaram-te as pulsações... a imagem de pavor nos seus rostos ainda não me deixa descansar à noite. Tentaram-te reanimar rapidamente e estancar os teus cortes. Mas tu não estavas a responder. Já te tinhas decidido a morrer.  Acredita que chorei. Isto não se conta e provavelmente nem acreditas. Mas quando já iam declarar o inevitável  voltaste. Tu voltaste à vida. Perante tudo o que se passou, decidi então quando estivesses fora de perigo. Partir para longe e esquecer-te. Só te fiz sofrer. Mais uma vez peço-te perdão quando não acreditei em ti naquele jantar em França. Sempre estiveste inocente. Não precisas saber como, mas eu vi o video de vigilância dos corredores. Fui tão estúpido.
            Quando leres esta carta, eu já estarei bem longe de ti e fora da tua vida. Encontrarás um envelope dentro da cómoda com umas chaves de casa, um contracto de trabalho e algum dinheiro para refazeres a tua vida. Mais tarde quanto já te tiveres acomodada, pedirei que te entreguem o que  sempre foi teu e a vida roubou-te. Só desejo que a partir de agora, apenas te aconteçam coisas boas. Desculpa-me....

Adeus Lana,
Alessandro ”

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