Quem poderia imaginar que depois dos precauços que
surgiram na minha vida, poderia voltar a ter uma? Faz hoje um ano que o passado,
ficou lá atrás e nunca mais soube de Alessandro. Pouco tempo depois de retomar
o ponto em que a minha vida parara e restabelecer-me na sociedade, ganhando o
meu próprio dinheiro como pasteleira, recebi uma carta sem remetente dando-me
instruções para no dia x, a tantas horas, estar à porta do meu prédio para me
ser entregue o Puma. Foi um momento tão intenso, que nem me apercebera do
desaparecimento repentino do homem que o entregara. Enfim tudo continua o seu
rotineiro destino e tudo vai esquecendo-se com o tempo. É certo que certas cicatrizes
não difíceis de curar, mas podem ser contornadas.
Vai ser
uma longa noite, estamos na época da Páscoa e as encomendas são muitas. Apesar
da crise algumas tradições nunca mudam. Tenho pena que o governo não entenda isso,
nem saiba dar valor. Infelizmente bestas criadas sobre pressão e maus exemplos
fazem deles os nossos governantes de excelência. Castigam-nos pelo seu pesar.
Todavia
é-me muito reconfortante apesar da estamos numa época festiva, saber que desde
que entrei para aquela pastelaria, que as vendas tenham subido e os clientes
recomendem as minhas delícia a amigos. Afinal sempre tenho alguma utilidade
aqui em baixo Toca a marchar para casa, daqui a umas horas esperam-me para por
as mãos na massa.
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