É natural na humanidade, ser-se mau com o próximo.
Desconfiar, mentir, trair e até matar. Aprendi isso com os meus pais. E com uma
história que me contaram. História, essa que marcou-me muito. A história de
como eu. Nasci. Uma parte do Livro Negro da vida, sem
razão, sem rimas, segredos ou disfarces. Uma história ímpar de amor verdadeiro
e leal. Hoje quando olho por uma janela, um espelho ou caminho simplesmente na
rua, contemplando o profundo do céu, sentindo o calor do sol e decifrando os
segredos das estrelas, as histórias para mim não pertencem a tempos antigos.
Crescem e renascem na minha memória. Eu respiro-as. E isso é tudo do que eu
preciso. Não é preciso entender ou lutar contra as lágrimas, porque elas
sentem-se bem ao embalarem a minha face. Sei que eles foram felizes, e passaram
isso para mim. Actualmente. Posso dizer que experiencio algumas dessas mesmas
sensações que os acometeram anos atrás e sem esta lição de vida eu não seria
eu. Eu, não seria a Mary. A Mary deles, do meu marido, dos meus filhos nem do
meu querido gato Necas. Eu seria apenas mais uma Mary. A Mary de alguém…
-
Mãe! Mãe! Vem cá depressa. Olha o que o pai nos trouxe. – Gritaram os meus filhos
da porta do Jardim.
Miau.
Respondeu o meu gato, olhando-me com olhar inquisidor. Peguei-lhe ao colo e lá
fui casa adentro mais curiosa que se calhar os meus próprios filhos.
Remember. Look
out the Window... that it’s life
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