quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Look out the window... capitulo 15


Tudo aconteceu muito depressa. De um momento para o outro era uma mulher casada. Prestes a ser mãe. Esposa devota. Numa maravilhosa casa. Como se os seus sonhos tivessem sido arremessados para a realidade, tal como quando removemos a obstrução de uma canalização para a água fluir livremente cano abaixo. Os meus sonhos ganharam vida e transpuseram a barreira que separava o possível do impossível.
    Eu lutava para conseguir abrir os olhos e sair do entorpecimento em que me encontrava. E quando finalmente. Consegui, deparei-me com a visão embaciada de um homem se­gurando um bebé embrulhado num cobertor rosa. A imagem parecia-me real, assim como o som dos monitores e as paredes brancas, contendo desenhos. Não me lembrava de quase nada, mas Leandro estava ali, de calças de ganga e camiseta justa evidenciando os seus músculos concisos. E nos braços vigorosos, segurava um bebé. O nosso filho. Era uma pena que tudo na realidade não passasse de um sonho. Um sonho repetitivo nos últimos dias, mas que no fim de contas quando acordava não passava disso mesmo, um sonho. Então pude contemplar Leandro in­clinando-se para beijar o pequeno ser embrulhado na manta. E protestei ainda ensonada:

- Também quero um beijo. Se estou sonhando, quero ser a protagonista.
- Mas não estás sonhando, meu amor. – Protestou Leandro en­quanto se aproximava da cabeceira da minha cama com o bebé nos braços. – Então o que vais querer? Um beijo ou a nossa filha?
- Ambos. – Murmurei com um sorriso. Esten­di a mão e puxei-o pela fivela das calças. – Mas o beijo primeiro.
Leandro sorriu e tomando cuidado com o bebé. Inclinou-se para beijar-me. Porém o sabor dos seus lábios convenceu-me, enfim de que não se tra­tava de mais um sonho da minha cabeça. Era real.
- Oh, Meu Deus! Não estou mesmo a imaginar coisas. É tudo real. – Exclamei com admiração. – A minha filha…. A minha pequena Mary….
- Sim. Ela está mesmo aqui. – Disse-me ajeitando com cuidado a pequenina nos meus braços e acrescentou num murmúrio: - Ela é tão bo­nita quanto a mãe. Vou ter problemas com os rapazes.

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