quinta-feira, 26 de dezembro de 2024

O Lamento


No silêncio desmaiado da noite,
onde as sombras dançam com a tristeza,
reside um lar que já não é abrigo,
mas uma prisão de ecos e de incertezas.

Os dias arrastam-se como névoa,
é um sabor amargo que se entranha,
em cada canto, em cada lágrima,
neste espaço que a indiferença acompanha.

A frieza do meu ser, imóvel à presa,
enquanto o mundo lá fora avança,
e eu, perdida no labirinto dos pensamentos,
pergunto-me se a vida, é só isto?

A desumana verdade, nua e crua,
despe-se da esperança que um dia houve,
traindo o sonho que um dia fui,
deixando apenas o peso do que não se move.

Transtornos que se agitam na mente,
como ondas que batem em rochas corroídas,
e a perda, essa sombra constante,
abraça-me nas noites gélidas.

Mas, ainda assim, no fundo da dor,
uma centelha resiste, quase a implorar:
que o amanhã traga um novo sabor,
um fôlego, um caminho para recomeçar.

Na fragilidade do ser, a vida persiste,
mesmo quando o céu se pinta de cinza.

Entre lamentos e esperanças,
caminho, pois a vida, com as suas danças e andanças,
permanece um mistério por silenciar...

Sem comentários:

Enviar um comentário