quinta-feira, 26 de dezembro de 2024

Providência

 

Acordei entorpecida, como se o peso do mundo repousasse sobre os meus ombros, uma carga invisível que asfixia. O dia arrasta-se num interminável enredo de horas que se estendem por entre silhuetas estéreis. Sinto-me imóvel, aprisionada pelas correntes da indiferença. Vivo constantemente uma batalha silenciosa entre a vontade de viver e o desejo de escapar, de não escolher, de abdicar de uma vida que, em muitos momentos, se revela insuportável. Esta maldita praga que me acompanha sem tréguas. A tristeza infiltra-se em cada pensamento, em cada suspiro, como uma enfermidade. Entre lágrimas não choradas e silêncios ensurdecedores, ainda procuro por uma palavra Tua. Um gesto, um olhar, uma palavra que possa romper este ciclo de dor que se tornou uma parte indissociável de mim, algo que traga vida à insipidez deste existir. Mesmo que a jornada pareça interminável, mesmo que o caminho se desfaça em névoa e incertezas, eu agarro-me à ideia de que um dia, talvez, a luz que procuro encontre o caminho de volta para o meu fatigado coração.

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