domingo, 6 de abril de 2014

Relatório Congelação

INTRODUÇÃO


Desde os primórdios da humanidade que o Homem se tem preocupado em racionalizar as fontes de alimentos. Para tal, desenvolveu métodos artesanais de conservação e transformação de produtos. A produção de alimentos, conservação e a sua distribuição são aspectos a considerar, pois como se sabe, o crescimento populacional é mais acelerado que a disponibilidade de alimentos.
Os alimentos sofrem acção combinada de factores do meio ambiente, dos microrganismos e das suas próprias enzimas, quando são retirados do seu estado natural. Os processos de conservação visam evitar a alteração dos alimentos a nível orgânico, enzimático, físico e químico.
São muitos os microrganismos, e de diversas origens, que podem ter influência na conservação dos alimentos, como por exemplo, bolores e leveduras.
 A sobrevivência destes microrganismos depende de vários factores, como a temperatura, a humidade e o pH a que o alimento está sujeito. Então, considerando os produtos, as suas diferentes características e a sua finalidade, compreende-se que há uma necessidade de aplicar diferentes tipos de conservação, individualmente ou associados.
Tendo em conta o modo de conservação, os processos podem caracterizar-se em conservação natural, conservação por calor, pelo frio, por controlo de humidade, adição de solutos, aditivos químicos, por irradiação e conservação por fermentação.


1. Objectivo da congelação


            A congelação é um método de conservação que permite retardar a deterioração dos alimentos interrompendo o desenvolvimento microbiano, mas não o eliminando por completo. Muitas reacções enzimáticas são apenas retardadas com o frio; assim, é comum a eliminação destas reacções antes da congelação.
Os alimentos podem ser conservados pela acção do frio durante alguns meses. Para aumentar esta conservação, é importante que a temperatura onde eles se guardam seja constante nos 18ºC negativos – ou, até numa temperatura mais baixa.

2.Congelação


A congelação (e a conservação pelo frio) estão entre os métodos de conservação mais antigos, mas apenas em 1875 é que foi desenvolvido um sistema de refrigeração mecânica de amónia capaz de suportar a congelação e arrefecimento a nível comercial. Deste modo, até cerca dos anos 20, os alimentos entregues no mercado sob a forma congelada, geralmente descongelavam antes de serem trazidos para casa ou então acabavam por descongelar em caixas de gelo caseiras e geralmente eram de baixa qualidade.
Começando nos anos 20, Clarence Birdseye tornou-se pioneiro na investigação de processos de congelação rápida, equipamento, produtos congelados e embalamento de produtos congelados. À medida que frigoríficos e congeladores se tornaram mais comuns nas casas, a indústria de congelação de alimentos moderna cresceu rapidamente. A congelação, e mesmo a refrigeração, hoje em dia, influenciam marcadamente as práticas de agricultura e marketing que criam o clima económico da indústria alimentar. Sem refrigeração mecânica, muitas das trocas comerciais não seriam possíveis. Grandes cidades que se encontram distantes das áreas de produção não poderiam apreciar uma quantidade abundante de frutas e de vegetais. Refrigeração e conservação pelo frio mantêm o nível de preços dos alimentos durante o ano inteiro e permitem que os mesmos se encontrem disponíveis durante todo o ano.         Sem estes processos, os preços durante a época de colheita seriam muito baixos e extremamente altos mais tarde fora da mesma.
A água pura congela a 0˚C, mas a maioria dos alimentos não começa a congelar até chegar aos -2˚C, ou ainda menos.
Conservação por congelação refere-se a armazenamento a temperaturas que mantêm o alimento congelado. Uma boa conservação por congelação requer geralmente temperaturas de -18˚C, ou menos, e é capaz de preservar os alimentos durante meses ou mesmo anos, se os mesmos forem embalados correctamente.
Ao nível do tipo de congelação – lenta e rápida -, é importante relaciona-las com a actividade de microrganismos. A maioria dos microrganismos cresce rapidamente a temperaturas superiores a 10˚C, mas alguns crescem em temperaturas inferiores a 0˚C, desde que exista água não congelada disponível. Tais microrganismos (conhecidos como microrganismos psicrotróficos) crescem, ainda que lentamente, em temperaturas tão baixas quanto -3,3˚C. Isto é alarmante porque significa que mesmo boa refrigeração pode não assegurar a segurança dos alimentos. Abaixo de -9,5˚C não existe crescimento significativo de patógenicos nos alimentos. Existe mesmo, por outro lado, uma diminuição gradual de número de organismos vivos.
Mas, a destruição de microrganismos pela congelação não é completa, logo, quando os alimentos são descongeladas, pode haver rápida multiplicação.
Ainda quanto ao tipo de congelação, a lenta recorre a uma atmosfera com ar circulante entre -15ºC e -30ºC, durante três a setenta e cinco horas. A congelação rápida processa-se durante trinta minutos e decorre durante uma imersão num refrigerante, em contacto directo com condutas de circulação do refrigerante (com temperaturas oscilando entre -18ºC e -46ºC), ou da passagem de uma corrente de ar frio (oscilando entre -18ºC e -35ºC) através dos alimentos. Neste tipo de congelação, a formação de cristais diminutos tende a minimizar a destruição mecânica das células. O diminuto tempo de solidificação também atenua a difusão de solutos, tornando mais difícil a desagregação do gelo. Paralelamente, o decréscimo das actividades enzimáticas e a inibição da componente microbiológica tende a acentuar-se.
Hoje em dia, a congelação é um método muito utilizado na indústria, com o objectivo de prolongar o tempo de venda de produtos de época, permitindo também que se colmate algum tipo de variações na procura de produtos como carne, peixe, vegetais entre outros. Além destes aspectos, a congelação permite o transporte de elevadas quantidades de produtos, ao longo de grandes distâncias, sem alteração da qualidade dos mesmos.
Como método de preservação, a congelação inicia-se onde a refrigeração terminou, e hoje em dia, nenhuma forma de preservação de alimentos está tão bem equipada para providenciar a máxima conveniência, como a congelação. Apesar de alimentos desidratados oferecerem alguma conveniência, requerem reconstituição individual dos componentes para satisfazer necessidades de água diferentes, requerendo também aquecimento. O mesmo não acontece com os alimentos congelados, uma vez que muitos itens podem ser preparados para uma única operação de descongelação-aquecimento. A qualidade, como é óbvio, depende de princípios científicos bem desenvolvidos.

3.Ponto de congelação


Quando congelamos um alimento, o que congelamos é a sua água livre, por isso a descongelação deve ser feita lentamente a temperaturas entre os 4 e os 6ºC, de modo a evitar a lise das membranas celulares. Quando a congelação é rápida, os cristais de gelo ficam com forma redonda e não destroem a parede celular, mantendo por isso as características iniciais do produto. Quando a congelação é lenta, os cristais ficam pontiagudos e destroem a parede celular do alimento, perdendo assim mais água que contém nutrientes essenciais.
A congelação é um processo de transformação que transforma a quase totalidade da água de constituição dos alimentos em gelo. A congelação interrompe, por completo, o crescimento e a actividade dos microrganismos. Estabiliza microbiologicamente os alimentos, conferindo-lhes um aumento de duração de conservação. Contudo, as reacções enzimáticas e as oxidações químicas, embora lentamente, persistem mesmo às temperaturas adequadas à congelação (Lidon e Silvestre, 2008). Um congelamento de alimentos eficiente requer temperaturas de -18ºC, ou inferiores, uma vez que alguns microrganismos podem desenvolver-se a temperaturas tão baixas como -10C (Lindon e Silvestre, 2008).
Considera-se como ponto de congelação a temperatura mais elevada à qual os cristais de gelo têm uma existência estável no produto (McGee, 2004). O ponto de congelação de um determinado produto varia consoante a concentração de sólidos desse produto, sendo que o aumento das concentrações de sólidos dissolvidos irá baixar o seu ponto de congelação, aumentando, consequentemente o tempo de congelação (Potter, 1999).

4.Curva de Congelação


Um dado alimento não irá congelar uniformemente, ou seja, não irá mudar de líquido para sólido instantaneamente.
Assim, e de acordo com a sensibilidade dos alimentos à velocidade de congelação pode dividir-se em quatro grupos:
1- A velocidade de congelação não afecta a qualidade final, integra os produtos com uma elevada percentagem de extracto seco como carnes muito gordas e ervilhas;
2- A velocidade de congelação deve processar-se entre 0,5ºC e -1ºC por minuto, como o pescado, a carne magra e os alimentos de consumo rápido com elevados teores de gordura;
3- A velocidade de congelação deve ocorrer entre 3ºC e -6ºC por minuto, agrupando produtos gelatinosos, ovoprodutos, molhos com bases farináceas, morangos, cenouras e feijão-verde;
4- Elevadas velocidades de congelação, aglutinam-se os produtos com baixos teores em extracto seco.
Quando a temperatura desce abaixo dos 0ºC (ponto de congelação da água), a água do alimento começa a congelar primeiro, deixando os sólidos dissolvidos numa menor quantidade de água líquida (aumentando a concentração dos solutos). Este concentrado, torna-se cada vez mais concentrado, à medida que ocorre a congelação. Isto vai ocorrendo até se obter um núcleo central de líquido altamente concentrado. Se a temperatura for suficientemente baixa, este núcleo acabará por congelar (Potter, 1999).
O ponto de congelação da água pura é 0ºC, mas na realidade a água não começa a congelar a esta temperatura. Vai-se sim tornando sobre-arrefecida, a uma temperatura abaixo de 0ºC até que algum estímulo, como a nucleação de um cristal ou a agitação iniciem o processo de congelação. Nesta altura,
Há um aumento abrupto da temperatura de sobre-arrefecimento, perto de 0ºC, devido à evolução do calor latente. Esta subida de temperatura cessa e volta a haver uma descida da temperatura, à medida que continua a cristalização de água e de solutos. Depois desta fase a temperatura da mistura de água e gelo desce até alcançar a temperatura do congelador. Aqui a descida já ocorre de uma forma mais rápida (McGee, 2004; Potter, 1999) (Figura 1).




A água quando congelada pode rebentar canos de ferro, então não deve ser surpresa, a não ser que seja controlada adequadamente, que a congelação pode destruir a textura dos alimentos, quebrar emulsões, desnaturar proteínas e causar outras mudanças tanto de natureza física como química. Muitas destas mudanças estão relacionadas com a composição de alimentos, que por sua vez, é influenciada pelas práticas de agricultura muito antes do processo de congelação.

5.1.Efeitos de Concentração

Para a qualidade ser mantida no processo de congelamento, a maioria dos alimentos deve estar num estado de congelamento completamente sólido ou muito perto do mesmo. Um núcleo não congelado ou uma zona parcialmente congelada irá deteriorar em textura, cor, flavour e outras propriedades. Em adição, o possível crescimento de microrganismos psicotróficos e a actividade enzimática podem ser uma das razões principais da deterioração de alimentos parcialmente congelados quando permanece uma alta concentração de solutos.

5.2.Danos por cristais de gelo

Alimentos sólidos de tecidos vivos, tais como carnes, peixes, frutas e vegetais possuem uma estrutura celular de delicadas paredes celulares (no caso das frutas e vegetais) e membranas celulares. Dentro e entre as células está a água. Quando a água congela rapidamente, forma pequenos cristais, mas quando congela lentamente forma grandes cristais e aglomerados dos mesmos. Grandes cristais de gelo que se formam dentro ou entre as células causam uma muito maior rotura física e separação de células dos pequenos cristais. As mudanças na textura dos morangos resultantes da congelação é um exemplo. Danos por grandes cristais de gelo são importantes não apenas para alimentos celulares, mas também pode destruir emulsões como a manteiga, espumas congeladas como o gelado, e géis como pudins e recheios de quiches.

6.Velocidade de congelação


Um dos factores mais importantes aquando da escolha do processo de congelação a utilizar, é o ritmo a que é congelado o alimento, ou seja, quanto tempo leva a congelar e a que temperatura.
Assim, a congelação rápida é equivalente a melhor qualidade porque produz pequenos cristais de gelo. Também minimiza os efeitos de concentração por diminuir o tempo em que os solutos concentrados estão em contacto com os tecidos dos alimentos durante a transição do estado descongelado para congelado. De um modo geral, quanto mais rápida a velocidade de congelamento, melhor a qualidade do produto final.
               De um ponto de vista prático, um congelamento progressivo equivalente a cerca de 1,3 cm por hora é satisfatório para a maioria dos produtos.
               Infelizmente, os congeladores de casa costumam possuir uma das velocidades de congelamento mais baixas.
            Na ultra-congelação, a temperatura deve compreender-se entre -20 até -40ºC, sendo mais rápida que a congelação normal e por isso melhor e mais segura. Alguns produtos, como o caso dos peixes muito gordos, que oxidam facilmente, tem de se proceder à vidragem (cobertura protectora de gelo que protege os alimentos da oxidação). As empresas de alimentos congelados actualmente utilizam a ultra-congelação para oferecem produtos de elevada qualidade, mantendo toda a textura e sabor de um produto fresco. Os seus benefícios face aos produtos frescos são notórios, oferecendo alternativas práticas, de validade alargada e higiene controlada, bem como assegurando a manutenção dos seus valores nutricionais.

7.Influências na congelação


Tal como os metais e outros materiais, os constituintes alimentares possuem diferentes propriedades de condutividade térmica. Quanto maior a condutividade, maior a velocidade de congelamento. Por exemplo altos níveis de gordura ou ar aprisionado tendem a reduzir a velocidade de congelamento. Por outro lado, velocidades de congelamento não são constantes durante estes processos uma vez que a condutividade térmica muda à medida que a água se transforma em gelo.
Considerando influências de outros factores que não a composição do alimento (espessura do produto, velocidade do ar, agitação, grau de contacto entre o alimento e o meio de congelação e o embalamento), existem um conjunto de regras simples que determinam o aumento da velocidade de congelamento:
1) Maior diferença de temperatura entre o alimento e o meio de refrigeração;
2) Alimentos mais finos;
3) Maior velocidade do ar de refrigeração ou do refrigerador circulante;
4) Maior contacto entre o alimento e o meio de arrefecimento;
5) Maior efeito ou capacidade do meio refrigerante;

8. Fases da congelação


O processo de congelação decorre em três fases. Numa primeira fase a temperatura diminui rapidamente até-1ºC; numa segunda etapa (fase de cristalização) ocorre a congelação da maior parte da água de constituição, entre -1ºC e -5ºC; numa terceira fase a temperatura deverá descer até aos valores a que se pretende fazer a armazenagem dos alimentos (Lidon e Silvestre, 2008).

9. Textura dos alimentos congelados


A congelação apresenta um impacto mínimo sobre o valor nutricional dos alimentos. Algumas frutas e legumes são escaldados (imersos em água a ferver, durante um curto período de tempo) antes do processo de congelamento, pela forma a inactivar as enzimas e leveduras que poderiam eventualmente continuar a causar danos aos alimentos no congelador (Processo de Branqueamento). Este método pode provocar a perda alguma vitamina C (15-20%). Nas carnes, aves de capoeira e peixes congelados não se verificam perdas a nível de vitaminas e minerais, uma vez que o congelamento não afecta o seu conteúdo em proteínas, vitaminas A e D, assim como em minerais. Durante o processo de descongelamento, verifica-se uma perda de fluidos que contém vitaminas e minerais hidrossolúveis, que acabam por se perder durante o processo de confecção se o liquido não for aproveitado.
Quando se inicia a congelação, a água expande-se. É importante que a congelação seja rápida e com muito baixas temperaturas. Desta forma, a água intrínseca dos alimentos forma pequenos cristais de gelo. Se a congelação for lenta, formam-se grandes e pontiagudos cristais de gelo, danificando as paredes celulares. Após a descongelação, os alimentos perdem a sua água intrínseca, tornando-se mais secos e fibrosos. A partir do momento em que se formaram os cristais de gelo, a velocidade a que decorre o arrefecimento do alimento não tem qualquer importância na sua textura.
Os alimentos cujo teor de água é muito elevado, caso de alguns vegetais e fruta, podem sofrer alterações na sua textura se a congelação não tiver sido bem efectuada. Os equipamentos industriais são os mais adequados para garantir o seu processo de congelação com alta qualidade. (Fonte: Iglo).

10. Factores que conduzem a deterioração dos alimentos


- Contaminação por microrganismos e insectos.
- Autólise - processo celular no qual as enzimas provocam a lise das próprias células.
- Reacções químicas espontâneas, que não são catalisadas por enzimas (ex. fermentação).
- Alterações físicas causadas pela humidade, temperatura, pressão, entre outras.

Podemos dividir os alimentos que se deterioram em 3 grupos:
- Alimentos não perecíveis ou estáveis - não sofrem, deterioração, por longos períodos de tempo, se forem manuseados e armazenados correctamente. (ex. Açúcar, farinha e feijão seco).
- Alimentos pouco perecíveis - conservam-se em boas condições, durante um periodo longo de tempo, se correctamente manuseados e armazenados. (ex. batatas e algumas variedades de maçãs).
- Alimentos perecíveis - degradam-se rapidamente se não forem sujeitos a métodos de conservação. (ex. Carne, peixe, aves, ovos, leite e a maior parte dos frutos e vegetais).

O que é que o processo de congelação de alimentos permite
- Aumentar o período de tempo em que os alimentos podem ser consumidos com segurança.
- Ultrapassar a sazonalidade do consumo de certos alimentos, tornando a dieta mais variada e equilibrada;
- Aumentar a higiene alimentar;
- Facilitar a preparação dos alimentos.

Principais alterações provocadas pelos microrganismos nos alimentos:
- As proteínas são hidrolisadas em péptidos ou aminoácidos, que posteriormente são desaminados e descarboxilados, dando origem a produtos como o ácido acético e o metano. A decomposição anaeróbia das proteínas, péptidos ou aminoácidos origina a produção de outras substâncias, que têm mau odor, o que se designa por putrefação.
- Os polissacarídeos e oligossacarídeos são hidrolisados em monossacarídeos. Estes são convertidos em CO2 e água em condições aeróbias e em condições anaeróbias podem sofrer fermentação alcoólica ou láctica.
- Os lípidos podem ser hidrolisados por lipases microbianas formando ácidos gordos e glicerol ou podem ser oxidados. A oxidação dos lípidos origina o ranço.

Embalagens para congelação


Para um congelamento perfeito a embalagem é um ponto muito importante, pois se for inadequada pode comprometer o processo de congelamento e por consequência o estado do alimento.
Se os alimentos não estiverem completamente protegidos do ar frio e seco do congelador, estão dispostos a sofrer alterações na textura e sabor do mesmo.
É importante que as embalagens sejam impermeáveis a agentes que provocam desidratação e alterações na cor e textura.
Outro factor fundamental é que o tipo de embalagem ou material utilizado para congelar um alimento, possibilite a retirada de ar para evitar a formação de cristais de gelo
É aconselhável utilizar embalagens proporcionais à quantidade e tamanho do alimento, resistente a baixas temperaturas do congelador como também às altas no processo de descongelação.

 


Tipos de embalagem


- Papel de alumínio: é material mais bem empregue ao congelamento, resiste à baixa temperatura. Utiliza-se para separar os alimentos por camadas, embrulhar porções e vedar formas, não é aconselhável a sua reutilização.
- Filme de polietileno: usado para vedar e adere facilmente ao alimento.
- Sacos de plástico: apropriados para todo o tipo de alimentos
Observações importantes:
Deve-se evitar materiais porosos que absorvam humidade, como por exemplo o papel, retirar o ar e atar as embalagens o melhor possível para que não crie bolsas de ar e por último, identificar a embalagem com etiquetas.

MATERIAL

- Maçãs
- Limões
- Açúcar
- Água
- Sacos de congelação
- Facas
- Tábua de corte
- Colher
- Placa de Aquecimento
- Tacho
- Carne de porco
- Carne de peru
- Robalo
- Parafilme
- Película aderente
- Saco de vácuo

PROCEDIMENTO


Para a maça:
1) Descascou-se 7 maçãs e cortou-se em fatias.
2) Embalou-se imediatamente uma das maçãs em dois sacos para congelação.
3) Polvilhou-se outra maçã com açúcar e dividiu-se por dois sacos de congelação.
4) Regou-se uma maçã com sumo de limão e dividiu-se por dois sacos de congelação.
5) Fez-se uma calda de açúcar a 30%. De seguida dividiu-se a maçã por dois sacos de congelação e verteu-se a calda para dentro.
6) Fez-se uma calda de açúcar a 30% com 1% de sumo de limão. De seguida dividiu-se a maçã por dois sacos de congelação e verteu-se a calda para dentro.
7) Identificou-se todos os sacos quanto ao tratamento fornecido. A cada grupo de sacos diferenciou-se quanto à congelação rápida ou lenta.
8) Congelou-se conforme o método
9) Após, sensivelmente, 30 dias descongelou-se lentamente a maçã, verificou-se a cor/aspecto e avaliou-se sensorialmente.

Para o peixe:

1 - Lavou-se e esviscerou-se o peixe
2 - Filetou-se o peixe
3 - Dividiram-se os filetes em 4 pedaços
4 - Colocou-se dois pedaços em 2 sacos de vácuo e os outros 2 pedaços em sacos normais e identificaram-se os sacos.
5 – Pesou-se os pedaços de peixe com e sem saco e registaram-se os valores
6 - Um saco normal e um saco de vácuo foram para congelação lenta e os outros dois sacos sofreram uma congelação rápida.

Para as carnes:

1 – Cortar as carnes em 6 pedaços.
2 – Pesar as porções sem e com respectivas embalagens e registar valores:
3 – Colocar um bife num saco de congelação e colocar na congelação lenta, colocar outro bife noutro saco de congelação e coloca-lo na congelação rápida, envolver um bife em parafilme, envolver outro em folha de alumínio e por fim, colocar outro bife num saco vulgar.
3 – Identificar embalagens
4 – Colocar as embalagens nas respectivas câmaras de arrefecimento
5 – Avaliar durante 2 meses, quinzenalmente cada um dos bifes.

6 – Registar pesagens

DISCUSSÃO 1

           
Este relatório consistiu em analisar as propriedades da maçã, carnes e peixe, após se ter usado um método de conservação bastante peculiar, a congelação, sendo que dentro desse mesmo optámos por uma congelação rápida e uma congelação lenta.
É de salientar primeiramente que o processo de congelação em si não altera o valor nutritivo do alimento.
“Os congelados vêm se tornando cada vez mais frequentes (…) e a refrigeração doméstica é a principal arma da população contra a deterioração dos alimentos e consequente desperdício (SILVA JUNIOR, 2002 citado por CARVALHO; Daniela de Fátima)”.
Posto isto, e analisando as maçãs, sabemos que o sumo de limão, ou o seu componente principal, o ácido cítrico, minimizam a oxidação das frutas primariamente por actuarem como um antioxidante e ele próprio oxidar em preferência relativamente aos compostos catecol-tanino. Por outro lado, a diminuição do pH ajuda a inactivar as enzimas responsáveis pelo escurecimento enzimático, as polifenoloxidases, cujo pH de funcionamento se encontra a um nível superior do pH causado pelo ácido.
Assim, aquelas às quais foi adicionado sumo de limão, apresentaram uma cor mais clara devido ácido cítrico que actuou como um antioxidante. Retratando esta situação para números, as maças 3a e 3b, apresentam os valores mais baixos nas cores.
Além do sumo de limão, o tipo de tratamento térmico também ajudou a preservar a cor, sendo que a congelação rápida mantêm-na mais viva e apelativa.
A adição de caldas, também é um bom tratamento para evitar o escurecimento enzimático, uma vez que servirá como método de prevenção à reacção de escurecimento enzimático, por cobrir a fruta e prevenir o contacto com o oxigénio da atmosfera minimizando a oxidação das mesmas (facto visível nos resultados das provas em que 4 e 5 apresentam valores de 3 relativamente à cor).
Quanto à textura, ela pouco ou nada sofre com os diferentes tipos de congelação ou tratamento a que foi sujeita uma vez que pelos números, mantêm se praticamente todos no 3.
Já o sabor é algo que pode ser alterado com o tipo de tratamento, isto é, se foi adicionado sumo de limão ela terá um sabor mais ácido, caso se adicione a calda de açúcar os resultados serão mais doces.
Em suma, e avaliados todos os tratamentos tanto a nível da temperatura como da conservação, podemos constatar que a maçã que mais agradou a toda a gente foi a 4a (tratamento com calda de açúcar em congelação rápida).
Quanto à avaliação dos restantes alimentos (carne de porco, perú e filetes de peixe), pode-se constatar que ao longo do período de experiência e durante as pesagens, os valores foram oscilando. É certo, todos eles aumentaram de peso na primeira pesagem, e mantiveram esse aumento até à terceira, tendo tido um ligeiro decréscimo na quarta pesagem.
Depois de descongelados e cozidos, houve uma grande alteração no peso dos alimentos, justificando-se tal situação pela saída da água que se encontrava nos tecidos da carne, e também pela presença de bolsas de ar no embalamento do alimento, criando cristais de gelo e, consequentemente, aumentando o peso.
Se os alimentos não estiverem completamente protegidos do ar frio e seco do congelador, estão dispostos a sofrer alterações na textura e sabor do mesmo. Assim, os resultados destes parâmetros, deve-se sobretudo ao tipo de embalamento a que estavam sujeitos, sendo que os que estavam a vácuo não sofreram alterações (uma vez que o alimento está isolado), já o parafilme e o alumínio trouxeram mais valias ao nível da cor e gordura e cheiro.
Contrariamente ao saco de vácuo, o saco de congelação torna a carne mais rija.
Quanto ao peixe, as alterações fizeram-se sentir negativamente ao nível da cor e textura.
Conservar é, portanto, manter as características do alimento estáveis, por isso, é importante ressaltar que o alimento a ser conservado, precisa chegar à etapa de conservação com boa qualidade, uma vez que o processo de conservação não reverte o quadro de deterioração já iniciado, podendo apenas retardá-lo (SILVA JUNIOR, 2002, citado por CARVALHO; Daniela de Fátima)”.

CONCLUSÃO 1

 

Penso que esta experiência foi uma mais valia uma vez Com a mudança nos hábitos alimentares ocorridos nos últimos anos, e maior exigência de qualidade por parte dos consumidores, começou a haver também maior necessidade de utilização da refrigeração, não somente para a melhoria da qualidade como também para a redução das perdas” (CARVALHO; Daniela de Fátima).
Assim, esta experiência permitiu-nos avaliar as diferentes reacções a diferentes tratamentos quer térmicos, quer químicos nos alimentos, optando assim por aquele que melhor de adequa ás nossas necessidades e resultado final que desejamos.
Quanto menor a temperatura for, melhor será a retenção das substâncias nutritivas (...) Porém, sempre é dado ao alimento um certo tratamento a fim de prepará-lo para a operação de congelação (...) assim a lavagem, corte, branqueamento, etc., são operações necessárias para o produto posteriormente congelar e (...) nesse processamento poderão ocorrer perdas de certos nutrientes, principalmente das vitaminas.” (GAVA, 1984).
A principal função da refrigeração como método de conservação dos alimentos é o de reduzir ou inactivar o crescimento e desenvolvimento microbiano, impedindo que de certa forma eles se desenvolvam de forma a não provocar danos nos alimentos, tentando por isso manter a qualidade original do alimento e prolongar um pouco mais a sua vida útil (FRANCO; LANDGRAF, 2002)
Então, o processo de congelação, se feito com as condições ideias e respeitando quer tempos, quer temperaturas e embalamento, não altera em si o valor nutritivo do alimento, mantêm-no.
Assim, posso concluir então que “o congelamento é um dos melhores métodos para manter a cor, o aroma e aparência de muitos alimentos” (HOOBS; ROBERTS, 1999, citado por CARVALHO; Daniela de Fátima).

Discussão 2


Após a experiencia laboratorial para observar o efeito da congelação da maçã verificamos algumas mudanças no seu aspecto, textura, cor e sabor quando se fez a sua prova, principalmente depois de serem descongeladas.
A maça foi sujeita a uma congelação rápida e lenta, tendo sido adicionados alguns produtos para mais tarde perceber a sua influência.
Verificou-se em relação á cor que a congelação rápida, obteve o melhor resultado face á lenta, devido á formação de cristais em menor tamanho o que permitiu com que os pigmentos mantenham a sua posição, ficando menos sujeitos á acção de oxidação.
Notou-se que a textura da maçã é semelhante quando comparamos os 2 metodos de congelação, podendo dever-se a uma baixa velocidade do abatedor que diminui a velocidade de arrefecimento. O único aspecto que talvez as diferenciou foi o sabor, umas tornaram-se mais ácidas com a adição do limão e outras mais doces, devido á adição de calda e de açúcar.
Relativamente á textura, as diferenças foram poucas para todas as amostras, sendo de esperar, uma vez que estes tratamentos efectuados tinham o objectivo de manter a cor, que foi onde saltaram logo á vista as diferenças.

 Digamos que “ o armazenamento a frio (…) é uma das mais importantes armas utilizadas na tecnologia dos alimentos, (…) melhorando a qualidade dos alimentos…” (BARUFFALDI; Oliveira, 1998)

Falando agora da segunda parte da experiencia, que teve como objectivo o congelamento de vários pedaços de carne de origem diferente (porco e peru) cortados com vários tamanhos, assim como o peixe. Estes alimentos foram acondicionados em embalagens compostas de diferentes materiais passando por processos de congelação rápida e lenta, com o intuito de descobrir as suas influencias nestes mesmos alimentos.
“ O congelamento não só baixa a temperatura do produto como separa inicialmente a água que fica guardada nos tecidos em forma de cristais de gelo” ( Franco; 2002)
 Olhando assim para os resultados obtidos, quer a carne de porco quer a de peru, aumentaram de peso significativamente até a 3ª pesagem, na 4ª pesagem baixaram de peso e na última pesagem voltaram a aumentar de peso.
Depois de descongelados e cozidos, estes alimentos em geral diminuíram de peso drasticamente, percebendo assim que a água contida nos tecidos, saiu em grande parte aquando da cozedura após a descongelação dos mesmos.
O tipo de material que esteve envolto do alimento durante a sua congelação, tem influências no aumento e diminuição de peso, devido ás bolsas de ar das embalagens que faz com que crie mais cristais de gelo e assim consequentemente aumenta o peso.
O congelamento em saco de vácuo, não provoca grandes alterações, pois o alimento fica isolado de qualquer acção exterior, favorecendo ainda a tenrura.
No que diz respeito ao parafilme, este contraiu benefícios a nível da cor e da gordura da carne, assim como o alumínio tornou a carne mais clara e cheiro menos intenso.
Ao contrário do saco de vácuo, o saco vulgar torna a carne menos suculenta.
Tal como na carne, o peixe também teve algumas mudanças a nível da cor e sobretudo da textura, notando-se uns pedaços com textura mais “borrachosa” e outros com um aspecto esfarelado.

“ A temperatura é um parâmetro de extrema imprtancia no controle de qualidade e manipulação de alimentos, tanto em industrias como em serviços de alimentação (…)” (CARVALHO; Daniela de Fátima)


Conclusão 2


Em suma, o uso de calda com sumo de limão foi o processo, que de modo geral, mais contribui para a melhor conservação da maçã, aliando as vantagens do ácido cítrico e ácido ascórbico presentes no sumo de limão com as vantagens da calda de açúcar, tendo sido o processo que, em média, obteve os melhores resultados finais, confirmando a manutenção da qualidade do produto durante a congelação, contribuindo para um melhor produto final.
Em relação á carne e peixe, concluo que as melhores condições de para armazenamento é utilizar o parafilme ou até mesmo o alumínio, para que estes fiquem bem arrumados, e sem criar bolhas de ar devido á aderência destes materiais, que se reflecte depois de cozinhados nas características organolépticas.




BIBLIOGRAFIA


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BENTO DA SILVA, C. A., & FRIAS, J. R. (2009). Tecnologia de Alimentos - Princípios e Aplicações. São Paulo: Nobel.
GAVA, A. J. (1984). Princípios de Tecnologia de Alimentos. São Paulo: AMPUB Comercial, Lda.
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SITOGRAFIA


- Http://www.deco.proteste.pt/alimentacao/seguranca-alimentar/dicas/conservar-alimentos-no-frigorifico (consultado em 5 Maio)
- Http://naturalsaudeebeleza.blogspot.pt/2013/01/saiba-como-usar-o-papel-aluminio.html (consultado em 5 Maio)
- Http://www.incaper.es.gov.br/?a=utilidades/culinaria/congelamento (consultado em 5 Maio)

REFERÊNCIAS

CARVALHO, Daniela de Fátima, et al,(2002) Conservação de alimentos pelo frio, centro universitário de Filadélfia.


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