1- Introdução
Um café ou cafeteria é um estabelecimento que partilha
certas características com os bares e com os restaurantes.
Como o nome indica, os cafés dedicam-se a servir café, chá e outras bebidas, bem como refeições
ligeiras. Em termos de comida, as escolhas podem ir da pastelaria aos sanduíches e aos pratos combinados.
Um restaurante
é um estabelecimento onde se pratica a confecção e comércio de refeições.
Geralmente é constituído por uma sala com mesas ou balcão, onde os clientes se
sentam e usufruem de uma refeição completa, almoço ou jantar com bebidas à
disposição, uma cozinha e outras áreas de serviço.
2- A história dos cafés
O
aparecimento do café é relatado por uma lenda que conta que, por volta do
século IX, um pastor (Kaldi) de cabras das arábias se apercebeu certo dia que
os caprinos, ao comerem os grãos verdes de uma determinada planta, se punham a
saltar, a correr e a pascer com acrescida agilidade e excitação. Certo dia o
pastor decidiu triturar os bagos e cozê.los, resultando num caldo primitivo que
se converteu na popular bebida que é o café.
Trazido
por negociantes holandeses e marselheses, o café começou a difundir-se pela europa
nos finais da primeira metade do século XVII. Inicialmente era considerado como
medicamento ou afrodisíaco, sendo extremamente caro e tido por bizarro.
Em
1550, com a expansão do café, dá-se origem à formaçao de estabelecimentos
vendedores do mesmo. A começar pelo Oriente, Constantinopla e seguindo-se por
Veneza (1640) depois em Marselha (1654) e oito anos mais tarde, Londres.
Na Europa Central os
estabelecimentos foram surgindo moderadamente, isto porque, em 1683 os turcos
ao serem derrotados às portas de Veneza deixaram para trás grandes quantidades
de grãos de café, que os austriacos cuidavam como se se tratasse de milho.
Kolschitsky, um ex-presioneiro otomano, viu nisto uma optima oportunidade de
divulgar as qualidades e utilidades do café, criando mais tarde fortuna com os
vários estabelecimentos que abriu. Porém foi em Paris que um homem siciliano
chamado Francesco Procopio Dei Coltelli, compreendeu o que faltava aos cafés
para que tivessem enorme sucesso, constantando que o simples facto de consumir
café não era o ponto fulcral dessa magia. Mas se o local fosse agradável,
atraente e nitidamente mais luxuoso que os cabarets,
claramente a curiosidade faria o cliente voltar. Então em 1686 funda o “Café
Procope”, embelezado por lustres de cristal, mesas de mármore, espelhos nas
paredes e além de servir café, servia bebidas de requinte, guloseimas e
gelados. Produtos que até à data eram consumidos em casa de pessoas de estatuto
superior. Mas Procope não ficou por aqui, teve a ideia de afixar por cima da
lareira que aquecia o salão as novidades do dia. Para isso contratou os
serviços de “noticiaristas” ou “alvissareiros”, personagens com relações,
activos e buliçosos que mantinham o seu “noticiário” sempre actualizado como
uma televisão. O que fazia com que atraísse clientela projectando os cafés como
recintos livres e de propagação de ideias.
Em Portugal, podemos dizer que o passado
do Café era o Botequim, pois eram raríssimos antes do terramoto de 1755 e
frequentados por pessoas de reputação duvidosa. Com a ocorrência do Terramoto,
o próprio Marquês de Pombal viu neles um ponto essencial na vida social das
cidades, comparecendo à inauguração do café de Marcos Felipe, no Largo do
Pelourinho. Em 1782 é fundado o café “Casa da Neve” que passado dois anos
mudou-se para a rua Larga de S. Roque, fundado por Nicolau Massa, café que hoje
é conhecido por “Tavares”. Alguns anos depois surgem dois cafés literários em
Lisboa: “Nicola” e “Botequim das parras” que ganhou fama por ser frequentado
por Bocage e outros poetas da época. Mais tarde foi a vez da Era do napolitano
Marrare, nome importante na reformação dos cafés lisboetas, fundador de quatro
cafés, sendo o mais conhecedo o “Marrare das sete portas”. Enquanto que nos
outros estabelecimentos o café era impuro, ou seja, adulterado com fel de vaca,
tremoços, favas e casca de piorno e servido em chávenas de pó de pedra com
açucareiro de vidro azul sobre um tabuleiro de pau, nos de Marrare o café era
puro e servido numa bandeja de prata, com cafeteira, leiteira, açucareiro e
colheres.
Nasce outra nova viragem na rota
dos cafés, ou seja, passam a representar as caracteristicas de uma terra. Um
turista, ao entrar num estabelecimento, terá uma percepção do país em que se encontra,
do seu gorverno e leis, tradições e religião.
Como tudo, após a evoluçao e
estabilização, vem a decadência, sendo que esta começou com a própria bebida –
o café. Passam a existir balcões em que o cliente pede o que deseja e consome
em pé o mais rápido possivel, disvirtuando o espirito de café como
estabelecimento. Como José Quitério diz e bem: “Consuma e suma-se!”.
Actualmente só restam três cafés
com o espírito de outros tempos: “Casa de café Italiana”, “Martinho” e a “Brasileira
do Chiado”.
3- A origem e expansão dos restaurantes
As
origens do restaurante remontam-nos à antiguidade¸ uma vez que camponeses e
artesãos tinham já “uma casa” onde se encontravam e recompunham das suas
actividades e viagens. Este facto tendeu a crescer e diversificou-se ao ritmo
da urbanização. No entanto, o termo restaurante (do
francês restaurant) apenas surgiu no século XVI, com o significado de
"comida restauradora", e referia-se a um caldo. O uso moderno da palavra
surgiu por volta de 1765. A nobreza francesa raramente utilizava os
serviços dos profissionais da alimentação, preferindo manter despenseiros e
cozinheiros que imitassem a riqueza da culinária da corte. Assim sendo, a
cozinha francesa ficou conhecida como inacessível ao povo. Ñeste contexto,
acontece o caso Boulanger, um parisiense que
abriu o seu estabelecimento no qual servia os tais caldos restauradores e
alguns pratos mais requintados. Nos anos que antecedem a Revolução,
multiplicam-se os restaurantes que servem pratos refinados em doses individuais
que passam a ser servidos em pequenas mesas cobertas por toalhas em vez de numa
grande mesa redonda. Os pratos disponíveis eram registados numa folha
emoldurada, a ementa, e no final da refeição apresentava-se ao cliente a “carta
de pagamento”, ou seja, a conta.
Um dos mais afamados restaurantes do século XVIII foi o
"Grande Taverne de Londres", fundado em 1782 por Antoine
Beauvilliers, na rua de Richelieu, em Paris, que permaneceu durante 15 anos sem
rival.
4- Os restaurantes no séc. XX
Neste século, a palavra restaurante e o estabelecimento em
si, já tinham dado a volta ao mundo. No entanto, é a cozinha francesa que
continua a ser a mais revolucionária e que muda com mais frequência, havendo
sempre novos pratos inovadores a apresentar. Os restaurantes do início do
século eram locais de luxo, caros, onde esse termo era associado à decoração,
mobiliário, tipo de serviço e culinária de influência estrangeira. Nesta altura
os restaurantes mostraram-se muito permeáveis aos produtos e modos de cozinhar
dos estrangeiros, no entanto, também mostram muito da sua própria cultura
havendo restaurantes que apenas serviam comida típica do país ou de uma
determinada região. Os restaurantes também sofreram com as grandes agitações
políticas do século e alguns notabilizaram-se por serem locais de encontro dos
políticos e também dos intelectuais.
É também neste século que começamos a ser extremamente
influenciados pelo estilo de vida e alimentação Americana, surgindo cada vez
mais estabelecimentos de produtos prontos a servir e fast food.
5-
Os cafés
no século XX
Quanto aos cafés, começamos a ter uma grande variedade por
todo o mundo e voltamos um pouco à função que os cafés tinham aquando da sua
formação, a comunicação e discussão entre clientes. Agora, embora ainda haja jornais
e revistas em cima da mesa, temos também computadores e wi-fi ao dispor dos
clientes. Muitos cafés ficam conhecidos por serem locais de trabalho de
artistas e escritores.
É no final do século XIX que surge uma tecnologia que
revoluciona a indústria do café. Em Itália, Luigi Bezzera registou uma patente
para uma máquina que fazia vapor e água passar por café moído, dando assim
origem ao café rápido, que até então demorava cerca de 4 minutos a ser feito,
passando para 20 segundos e ganhando assim o nome de “expresso”. Essa patente
foi então comprada por Desiderio Pavoni, e em 1905 a empresa de Pavoni começou
a manufacturar esta máquina.
É também neste século que surgem as grandes cafeterias, tais
como o starbucks, que hoje se espalha por todo o mundo e traz um pouco do
ambiente de relaxamento e troca de ideias que antigamente era obrigatório num
café.
6- Conclusão
Com
este trabalho pudemos estudar a evolução dos cafés e restaurantes desde a sua
origem até à actualidade. Tentamos focar a história destes estabelecimentos no
século XX e estado novo, no entanto as informações sobre esta altura não são
abundantes, tendo, portanto, sido necessário compensar este facto com um pouco
mais de história, tendo no entanto ainda ficado muito por dizer pelo que outros
grupos focariam determinadas épocas. Sentimos especial dificuldade em encontrar
informações sobre estes estabelecimentos no estado novo, pelo que não consta
nenhuma informação no trabalho.
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