Vagueando por este vale bucólico, sereno e imperturbável, cada
passo dado é como uma guilhotina dilacerando as memórias malignas que
me têm assolando.
A Primavera chegou com todo o seu esplendor. Posso
senti-la. Todo o meu corpo e alma sentem-se leve e desoprimidos.
As cearas dançam ao som do vento felizes e indiferentes à
maldade do mundo. Por entre os espaços da natureza o sopro da vida
assobia o meu nome.
Balanço ao som da sua doce melodia.
Recordo-me que quando era pequenininha. Risadas e sonhos inocentes. Tudo gira à
minha volta, tantos rostos e fantasias. Como era inexperiente e infantil. Mas
feliz.
Fecho os olhos para puder alcançar os que já perdi. A
aragem que me cinge aquece-me todo o coração. Lágrimas escorrem-me pela face e
não há como impedi-las. Encaro de frente os factos e a realidade esmurra-me o
estômago com tamanha brutalidade. É a verdade... simples e nua. Dobro-me sobre
mim mesma. Então agora de joelhos observo o horizonte, o sol já se está pondo e
sorri para mim.
Preciso de alguém que não vá desistir de mim. É mais difícil do que alguma vez imaginei o destino escolhido para mim.
Seja lá quem fores não me deixes só assim. Não me vires as
costas, porque és apenas tu. Um dia apaixonar-te-ás e logo saberás...
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