Abraçados um ao outro envolvidos pelos lençóis. Eramos
como um só. O mundo lá fora era inferior. Desaparecera por completo. Por entre carícias
e anseios de amor incandescente.
- Alguma vez serás capaz de perdoar-me, meu amor?
- Não sei. Existem actos e palavras que ferem muito mais
que uma arma, Andrios. – Respondi ressabiada.
- Eu sei, eu amor. Fui estúpido. Quis jogar o mesmo
jogo que tu. Mas ao contrário de ti, quem perdeu fui eu no fim. – Disse-me
afagando-me o cabelo.
Senti-me coagida a perguntar o destino da Patrizia. Afinal
estavam noivos, quando parti.
- Andrios… O que aconteceu… entre ti e a Patrizia para
não estarem casados por esta hora?
Ele estancou. Pude senti-lo arreliado. Soltou-me de
seus braços e levantou-se. Virado de costas para mim respondeu-me:
- Eu não podia cometer o erro de ser infeliz. Não a
amava. Ainda que nunca mais te tivesse. Fiz o que fiz apenas para aparentar ser
forte e que conseguia em frente. Talvez se nunca mais te tivesse reencontrado
possivelmente estaria casado, sim. Quando partiste naquele dia… fiquei aterrorizado
e repeso. A Patrizia simplesmente nem reagiu. Contínuo a sua fantasia de novela,
mas eu não podia fingir. Não dava. Eu via-te em todo o lado. Sonhava com os
teus lábios vermelhos me desafiando. Sentia os teus braços envolvendo-me em redor
de minha cintura e para minha decepção não eras tu. Hesitei. Quando te vi.
Joguei feio e perdi. – Bradou ele esmurrando a parede. Dirigiu-se a mim e apertando-me
fortemente contra o peito e continuo: – Nos dias de chuva em que conduzia para
o emprego, almejava encontrar-te, esses teus cabelos vermelhos que tanto queria
tocar e enxugar as minhas lágrimas no teu colo. Queria encontrar o teu olhar
para lavar a minha alma dos medos. Enquanto nos abraçamos um ao outro. Jurando
que nunca mais nos separaremos.
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