segunda-feira, 8 de outubro de 2012

When the colors fade down... capítulo 10


Malditas férias de Natal. Fiquei pior do que se tivesse ficado aqui, trancada no meu quarto. Sem um único raio de luz para perturbar a minha escuridão total. Para piorar tudo e mais alguma coisa. Ele não me sai da cabeça. O que se passou entre nós atormenta-me de dia e de noite. Por estas alturas ele e a asquerosa já devem ser casados e estar em lua-de-mel. Enfim ele é um gajo concretizado. Como sempre me ameaçou ser. Antes de cortámos ligações. Mas uma coisa é certa não acabarei como uma freira até porque disso não tenho mais nada e ele nunca será realmente feliz por muito que aparente ser.
            O destino é mesmo muito fodido. Hoje ao voltar do meu emprego e atravessar a rua. Vi-o. Bem diante dos meus olhos. Por pouco não me atropelara. Carro dispendioso, roupas caras e sorriso cínico. Não deve ter sequer reparado que era eu naqueles trajes desgastos de trabalho nas limpezas.
            Pouco passava da hora de jantar quando tocaram à campainha do meu prédio e ouvi do outro lado do interlocutor a voz de um homem. Dizendo que tinha uma encomenda para mim. Estranhei muito aquela situação, mas desci para checar. Quando não é para meu espanto, um cartão com o meu nome em letras gordas debaixo da porta e um vulto fugindo por entre as sombras da rua.
Olá Mirelle. Eu não te esqueci. Nunca o farei. E não penses que não te vi esta manhã quando atravessaste a rua. Sei bem o que fiz. Mas tu ainda e desta vez serás minhas…”

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