Vinha a descer as escadas do hotel e ao mesmo tempo
procurando a minha carteira nalguma parte do equipamento. Até dar por mim já
estatelada no chão.
- Está bem? Magoou-se? – Perguntou-me uma voz grossa
e máscula.
Estava envergonhadíssima. A esta hora já estaria
vermelha da ponta dos cabelos às pontas dos pés. A voz insistia com as
perguntas até que ganhei coragem e ergui a cabeça para lhe responder. Quando
levei o maior embate da vida.
- Tu? – Dissemos em uníssono.
- Por aqui Mirella? – Perguntou-me ele.
Estava ainda em choque que nem lhe respondia. Há
anos que nunca mais o vira. Não muito atrás, uma mulher de estatura média,
morena, cabelos longos fintava-nos.
- O que se passa Mirella? Ficaste sem voz?
- Não. Não fiquei sem voz. O que fazes por aqui
afinal? – Perguntei na defensiva.
- Estou aqui em negócios. – Respondeu sorrindo-me.
- Negócios? E vieste só?
- Não. Vim com uma colega de trabalho. – Disse
virando-se para chamar a moça. – Esta é a Patrizia, minha colega de negócios.
Apresento-te uma grande antiga amiga minha, a Mirella.
- Prazer Mirella. – Respondeu ela.
- O prezar é todo meu. – Retorqui desconcertada.
- Andrios. Já estamos ficando atrasados. – Disse-lhe
ela agarrando-lhe no braço.
- Tens de desculpar-me Mirella. Se chegar atrasado o
cliente impacienta-se. – Disse-me sorrindo e afastou-se com a pegajosa
empoleirada nele.
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