terça-feira, 22 de setembro de 2015

Paz e Morte

Está tudo a acontecer à velocidade da luz, está tudo a mudar. Eu já não sei quem sou, o que se vai passar a seguir. O meu coração bate cada vez mais rápido, os meus lábios estão tão trêmulos. Como é que a minha vida ficou assim? Estou fugindo, estou caindo em um abismo, fundo, cada vez mais fundo. A minha mente está sofrendo um ataque, está doendo. Vai explodir! As alterações estão-me puxando para baixo, cada vez mais para baixo…. Já não consigo mais respirar, e sei que estive aqui toda a minha vida. Salvem-me, pois estou tombando… estou expirando. Continuo fugindo, tolerando, dispersando, definhando, por mais voltas e voltas que dê, acabado sempre da mesma forma, no mesmo sitio, na mesma posição. Estou obrigada a sucumbir. É o preço a pagar por estar viciada na dormência, aflição, no ódio, alimentando-me do frio em que me metamorfoseou a vida. Mas eu estou tão cansada de estar cansada e doente, estou enlouquecendo. O meu coração está batendo tão rápido, como se fosse parar a qualquer instante, para um outro tipo de reparo…

É a extensão dos danos sentenciados, porque está chegando o momento. O momento em que tudo voltará…irei despertar e irei viver! Voltando à vida! Uma vida que sempre foi um sonho. Eu sempre estive aqui toda a minha vida, sendo o saco de pancada do mundo. Mas agora eu vou acordar e viver! Eu vou viver! Toda a vida estive fugindo, das pessoas, da vida, do mundo, de tudo, inclusive de mim própria. Toda a vida, uma amaldiçoada, e agora já chega. Não quero mais fingir que está tudo bem! Como se se tratasse de um hábito enraizado! Por que nada está bem! Nunca esteve. Chega de me tratarem como se fosse um objecto com defeito, só porque não tenho mais arranjo. Eu sou uma pessoa! E os defeitos que tenho são os traumas que Vocês me causaram. São as cicatrizes que carregarei para a sepultura comigo! Só quero ser livre. Quero que me libertem destas correntes que me prendem a um mundo que não é meu. Eu não pertenço aqui! Deixem-me ser livre. Não dá para suportar mais a minha mente autodestrutiva. E se depender de mim, este sofrimento vai acabar. Mais rápido que o previsto. Não fugirei mais…

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