Introdução
Todos os objectos, todos os lugares, toda a natureza tem
microorganismos vivos que são diferentes em morfologia e em quantidade mas
também em função e patogenia. Desde os fungos e as bactérias até aos vírus,
todos os microorganismos podem ser transportados ou depositados em outro local
que não o da sua génese. A contaminação pode ser feita a vários níveis, e um
deles é o homem, que por não ter uma capacidade de visão que lhe deixe ver
menos do que uma centésima parte da cabeça de um alfinete, acaba por não se
aperceber dos microorganismo que traz consigo e que larga em tudo o que toca.
Para reduzir o facto de ser tão fácil a contaminação de ambientes
estéreis (um exemplo muito simples é o do corte de um legume) é necessário
fazer a manutenção dos materiais e assegurar que estes não contêm
contaminantes. Mais atenção terá de ser dada quando se fala em culturas estéreis,
cujo manuseamento tem de ser feito utilizando técnicas assépticas e material
esterilizado.
Dos materiais sujos, parte é de
utilização única, outra parte vai ser novamente utilizada. E o primeiro é destruído no autoclave pelo calor, e o último se for vidro é desinfectado com
uma solução (lixívia) e se for metal vai também ao autoclave fazer
descontaminação por calor húmido.
De facto, existem várias formas de controlar a existência e
reprodução microbiana tanto química como fisicamente.
A esterilização pode ser feita de duas formas, inibindo o
crescimento e desenvolvimento de microorganismos ou fazendo com que haja morte
dos mesmo. Este último método tem alguns «contras» dado certas culturas não
tolerarem sequer a presença microbiana ainda que esta esteja morta. Este
processo faz então a destruição de todas as formas de vida, sendo ela
irreversível, ou seja, sem hipótese de ficarem novamente activas ou de se
reproduzirem. Esta pode ser feita por
exemplo através do autoclave e das estufas, contudo existem outras alternativas
dependendo dos materiais que estiverem ao alcance.
A desinfecção está longe da eficácia da esterilização. Ela engloba
todas as formas de vida vegetativas, mas não aniquila os esporos o que acaba
por não ser tão fiável como método de descontaminação.
Falta aclarar o termo de assepsia, que não é mais do que o que
designa um ambiente sem microorganismos e que contém anti-sépticos que impedem
o aparecimento dos mesmos.
Material e métodos
Os testes foram bastantes
simples, foram usados meios de cultura com capacidade para nutrir os
microorganismos de modo a que eles se multipliquem tanto para que se possam ver a olho nu. Estes meio tiveram
de ser colocados a temperatura óptima (na estufa) de modo a optimizar o tempo para a reprodução dos
microorganismos. Foram utilizados meios
de cultura específicos para os fungos (bolores e leveduras) denominados por
meios de cultura rosa bengala, e aos quais se acrescentou antibiótico, por
forma a impedir as bactérias de se multiplicarem rápido deixando alimento para
os bolores.
Foram utilizados também os desinfectantes, nomeadamente
iodo, detergente da loiça, água oxigenada, H2, H5, toalhetes e álcoóis a 70% e
a 96%.
As caixas de petri já continham os meios de
cultura e eram descartáveis, de modo que vinham completamente estéreis.
Previamente com duas caixas
de petri identificadas a marcador com o nome do grupo, o nome do desinfectante
testado e a altura do teste, os alunos sem lavar as mãos colocaram os dedos nas
caixas “antes”. De seguida, lavaram as mãos com o desinfectante seleccionado e
voltaram a colocar no meio de cultura. Depois de fechadas as caixas de petri,
foram colocadas na estufa durante mais de 24 horas e guardadas no frio patra se
manterem estáveis até se observarem os resultados.
Resultados
Após a incubação, nos meio de cultura
aparecem as colónias, que são aglomerados de milhões de bactérias que por serem
tantas se tornam visíveis a olho nu. Os
resultados são apresentados na seguinte tabela.
Discussão e conclusões
Existiram
resultados bastante discrepantes que revelam eeficácias bastante diferentes. De
facto, o H2 e o H5 são os que tem pior resultado, havendo no caso do H2 uma
acentuação no numero de colónias após a lavagem com o mesmo. Isto indica que
muito provavelmente este desinfectante estará contaminado e qu e,por isso, não
tem eficácia nenhuma naquilo a que se
destina.
Relativamente
ao “Bons” resultados destaca-se o SuperPop, um detergente de loiça de
supermercado que garante bastante desinfecção, e que, tem de se reparar, é o
unico utilizado em cozinha, o que acaba por não ser mau dado que reduz bastante
a proliferaçao microbiana.
Dos dois
alcoóis destaca-se o alcool a 96% que é mais potente na eliminação de
microorganismos, o que era de esperar em relação ao outro alcool, dado o
primeiro ser mais concentrado. A verdade é que se utiliza na cozinha, antes da
colocação das louças na mesa e antes de serem realizados os empratamentos, mas
isto infelizmente nao acontece em todos os estabelecimentos.
O iodo é
realmente muito bom desinfectante tal como os toalhetes e a água oxigenada.
Ao
efectuar estes testes tiraram-se duas grandes conclusões que interessam a quem
trabalha em cozinhas:
A primeira
é que nem sempre se pode confiar em que os desinfectantes estejam a fazer o seu
trabalho, pois tal como o H2 eles podem ficar contaminados e haver um
desenvolvimento microbiano ainda mais acentuado. Portanto, ter-se-à de promover
o uso correcto e o manuseamento de desinfectantes com bastante cuidado.
A segunda
é que tal como mostram os resultados, a proliferação microbiana não se vê
porque não está em condições óptimas mas está lá! E que não é a passar um copo
ou um prato por água que as peças de loiça ficam realmente limpas, já não
falando de bancadas, tábuas de corte, facas e etc.
Tudo isto
acaba por dar uma visão dos riscos que são corridos e sensibiliza para a
mudança de atitude, uma atitude que vai para além do que parece (estar limpo)
para o que realmente é (estar com microorganismos), incitando à preservação de
uma boa saúde.
A título
de curiosidade e complementando com as restantes amostras realizadas (plantas, solo,
sapatos) ficamos a saber que existe flora em todo o sítio, nem que seja apenas
na superfície, como é o caso das plantas (são estéreis por dentro).
Referências
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