sexta-feira, 25 de julho de 2014

SQHA: Esterilização de materiais de laboratório, teste de desinfectantes e visualização de colónias

Introdução
Todos os objectos, todos os lugares, toda a natureza tem microorganismos vivos que são diferentes em morfologia e em quantidade mas também em função e patogenia. Desde os fungos e as bactérias até aos vírus, todos os microorganismos podem ser transportados ou depositados em outro local que não o da sua génese. A contaminação pode ser feita a vários níveis, e um deles é o homem, que por não ter uma capacidade de visão que lhe deixe ver menos do que uma centésima parte da cabeça de um alfinete, acaba por não se aperceber dos microorganismo que traz consigo e que larga em tudo o que toca.
Para reduzir o facto de ser tão fácil a contaminação de ambientes estéreis (um exemplo muito simples é o do corte de um legume) é necessário fazer a manutenção dos materiais e assegurar que estes não contêm contaminantes. Mais atenção terá de ser dada quando se fala em culturas estéreis, cujo manuseamento tem de ser feito utilizando técnicas assépticas e material esterilizado.
Dos materiais sujos, parte é de utilização única, outra parte vai ser novamente utilizada. Eo primeiro é destruído no autoclave pelo calor, e o último se for vidro é desinfectado com uma solução  (lixívia)  e se for metal vai também ao autoclave fazer descontaminação por calor húmido.
De facto, existem várias formas de controlar a existência e reprodução microbiana tanto química como fisicamente.
A esterilização pode ser feita de duas formas, inibindo o crescimento e desenvolvimento de microorganismos ou fazendo com que haja morte dos mesmo. Este último método tem alguns «contras» dado certas culturas não tolerarem sequer a presença microbiana ainda que esta esteja morta. Este processo faz então a destruição de todas as formas de vida, sendo ela irreversível, ou seja, sem hipótese de ficarem novamente activas ou de se reproduzirem.  Esta pode ser feita por exemplo através do autoclave e das estufas, contudo existem outras alternativas dependendo dos materiais que estiverem ao alcance.
A desinfecção está longe da eficácia da esterilização. Ela engloba todas as formas de vida vegetativas, mas não aniquila os esporos o que acaba por não ser tão fiável como método de descontaminação.
Falta aclarar o termo de assepsia, que não é mais do que o que designa um ambiente sem microorganismos e que contém anti-sépticos que impedem o aparecimento dos mesmos.
A aula foi uma aula de sensibilização, uma sensibilização para o modo de limpeza e desinfecção dos materiais laboratoriais, na qual se revelou o perigo da existência de contaminações, as suas fontes mais comuns (em preparações e culturas de microorganismos) e a importância do uso de material estéril. Tentou aplicar-se isso ao quotidiano e, principalmente, ao curso de Produção Alimentar em Restauração sendo o objectivo testar o crescimento de microorganismos antes e depois da lavagem com alguns desinfectantes, para ver a sua eficácia e retirar conclusões.


Material e métodos 
Os testes foram bastantes simples, foram usados meios de cultura com capacidade para nutrir os microorganismos de modo a que eles se multipliquem tanto para que  se possam ver a olho nu. Estes meio tiveram de ser colocados a temperatura óptima (na estufa) de modo a optimizar  o tempo para a reprodução dos microorganismos.  Foram utilizados meios de cultura específicos para os fungos (bolores e leveduras) denominados por meios de cultura rosa bengala, e aos quais se acrescentou antibiótico, por forma a impedir as bactérias de se multiplicarem rápido deixando alimento para os bolores. 
Foram utilizados também os desinfectantes, nomeadamente iodo, detergente da loiça, água oxigenada, H2, H5, toalhetes e álcoóis a 70% e a 96%.
As  caixas de petri já continham os meios de cultura e eram descartáveis, de modo que vinham completamente estéreis. 
Previamente com duas caixas de petri identificadas a marcador com o nome do grupo, o nome do desinfectante testado e a altura do teste, os alunos sem lavar as mãos colocaram os dedos nas caixas “antes”. De seguida, lavaram as mãos com o desinfectante seleccionado e voltaram a colocar no meio de cultura. Depois de fechadas as caixas de petri, foram colocadas na estufa durante mais de 24 horas e guardadas no frio patra se manterem estáveis até se observarem os resultados. 

Resultados

Após a incubação, nos meio de cultura aparecem as colónias, que são aglomerados de milhões de bactérias que por serem tantas se tornam visíveis a olho nu.  Os resultados são apresentados na seguinte tabela (Tabela 1).


Discussão e conclusões

Existiram resultados bastante discrepantes que revelam eficácias bastante diferentes. De facto, o H2 e o H5 são os que tem pior resultado, havendo no caso do H2 uma acentuação no numero de colónias após a lavagem com o mesmo. Isto indica que muito provavelmente este desinfectante estará contaminado e qu e,por isso, não tem eficácia nenhuma naquilo a que  se destina.
Relativamente ao “Bons” resultados destaca-se o SuperPop, um detergente de loiça de supermercado que garante bastante desinfecção, e que, tem de se reparar, é o único utilizado em cozinha, o que acaba por não ser mau dado que reduz bastante a proliferação microbiana.
Dos dois alcoóis destaca-se o alcool a 96% que é mais potente na eliminação de microorganismos, o que era de esperar em relação ao outro alcool, dado o primeiro ser mais concentrado. A verdade é que se utiliza na cozinha, antes da colocação das louças na mesa e antes de serem realizados os empratamentos, mas isto infelizmente nao acontece em todos os estabelecimentos.
O iodo é realmente muito bom desinfectante tal como os toalhetes e a água oxigenada.

Ao efectuar estes testes tiraram-se duas grandes conclusões que interessam a quem trabalha em cozinhas:
A primeira é que nem sempre se pode confiar em que os desinfectantes estejam a fazer o seu trabalho, pois tal como o H2 eles podem ficar contaminados e haver um desenvolvimento microbiano ainda mais acentuado. Portanto, ter-se-à de promover o uso correcto e o manuseamento de desinfectantes com bastante cuidado.
A segunda é que tal como mostram os resultados, a proliferação microbiana não se vê porque não está em condições óptimas mas está lá! E que não é a passar um copo ou um prato por água que as peças de loiça ficam realmente limpas, já não falando de bancadas, tábuas de corte, facas e etc.
Tudo isto acaba por dar uma visão dos riscos que são corridos e sensibiliza para a mudança de atitude, uma atitude que vai para além do que parece (estar limpo) para o que realmente é (estar  com microorganismos), incitando à preservação de uma boa saúde.

A título de curiosidade e complementando com as restantes amostras realizadas (plantas, solo, sapatos) ficamos a saber que existe flora em todo o sítio, nem que seja apenas na superfície, como é o caso das plantas (são estéreis por dentro).


Bibliografia

·         AndreasReh/iStockphoto [Online] Disponível em: http://saude.hsw.uol.com.br/bacteria.htm [Acedido em 22 Outubro 2012].




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