O tempo passa velozmente. Nem sempre tal facto nos parece
benéfico. E assim o é. Por exemplo quando estamos em aulas é desejoso, pois é.
Mas também pode ser maléfico quando se fala de amor. Muitos casais acabam
porque a chama morre ou então porque é complicado demais para nos importamos.
Ambas as situações ocorrem fortemente nos dias que correm. E dói! Dói continuar
a criar expectativas que nunca saíram da nossa cabeça e do nosso coração.
Expectativas como achar que a outra pessoa ainda pensa em nós ou então que
estará à nossa espera na porta do apartamento para se declarar e mudar a nossa
vida. Dizer-nos que aprendeu e não consegue mais viver sem nós. Malditas sejam.
Por que na realidade não passam disso mesmo. Expectativas vãs. Porém por mais
que nos obriguemos a esquecer esse amor ou essa pessoa, à noite as
recordações voltam para nos atormentar. Damos connosco a chorar com a sua
ausência ou com a mágoa causada. Isto enfurece-nos a alma! Pois, não ajuda na
cicatrização.
Não é à toa que se diz: “Cada um de nós é a soma dos
momentos que já teve. E de todas as pessoas que já conheceu. Momentos esses que
constituem a nossa história”. Eu não
seria a pessoa que hoje sou se assim não fosse. No entanto, também a pessoa que
hoje sou poderia ser de outra forma. E isso nunca se saberá.
As desilusões seriam de intensidades diferentes. Os
amores não seriam de todo iguais. As vitorias não teriam o mesmo sabor. Os
erros talvez não fossem apreendidos. E as mágoas poderiam não ser tão severas.
E tu! Tu poderias nem ser mais a causa dos meus pensamentos, da minha dor e
saudade. Lembro-me como se fosse hoje o dia que descobri o que significavas
para mim. Infelizmente, descobrira tarde demais ou então na altura certa. Mas
com os pré-requisitos adiantados... Só que quando encontramos um lampejo de felicidade
neste mundo, sempre há os que querem destruí-lo. E assim aconteceu... então é
porque assim tivera de ser. Talvez alguém lá em cima teando os fios condutores das nossas vidas, se tivesse embaralhado e entrelaçado-os erradamente.
O tempo
passa e as pessoas mudam. Crescem e envelhecem. Ou pior morrem quando menos se
espera. E é só nessas alturas que damos realmente valor ao que perdemos.
Todavia com o passar do tempo acabamos por esquecer algumas pessoas e quando
isto acontece pouco nos afecta porque as palavras dessas pessoas pouco valem quando não acompanhadas de acções.
E sabem porquê? É certo dizer palavras cheias
de significado e horas depois ignorar essa pessoa ou esquecer-se dela? Será que
é certo? Ou então, será certo ignorar o sofrimento da pessoa que se diz amar?
Agora respondam-me quantos anos serão necessários para reconstruir um único instante quando
tudo se desmoronou? No meio de tanta dor, mágoas, sofrimento e mentiras.
Para mim o
amor não tinha de começar com palavras idiotas, mas com grandes gestos. O amor devia mostrar-se com faixas sobrevoando estádios, pedidos verbais verdadeiros,
palavras gigantescas nos ecrãs. O amor tem de ir mais além do que as forças
podem suportar, ainda que possa magoar. O amor é achar dentro de nós uma
coragem pensávamos não possuir! Mas com o passar dos dias, das semanas e depois dos
anos. Com as desilusões quase sempre similares e brutais. Uma manhã como tantas
as outras observando veementemente as pessoas em meu redor. Disse para mim mesma
que o amor não passa de mais um
negócio desonesto, terrível e praticado por tolos. Ele só serve para nos partir
o coração e deixar-nos numa situação ainda pior. No fim o que nos sobra? Nada
além de algumas lembranças incríveis que não se esquecem e medos!
Conclui então
dia a pós dia, ano após ano que eu fui e serei sempre o meu pior inimigo...
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